O telefone tocou e Joanne viu que era seu pai, atendeu já sabendo qual seria o conteúdo da conversa.
- Alô pai, tudo bem?
- Oi filha, estou bem, mas como você já deve imaginar, estou ligando por causa de sua mãe – ele falou e só escutou um suspiro na linha, obviamente Joanne não queria falar sobre ela, mas era seu dever pelo menos obriga-la a ouvi-lo.
- Não posso impedi-lo de tocar nesse assunto – ela falou resignada, pois sabia o quanto o pai era teimoso.
- Infelizmente precisamos falar sobre sua mãe, pois o fim dela está próximo. Hoje o médico vai iniciar a bomba de morfina e você como médica sabe o significado disso – Willian foi direto em suas palavras e Joanne sabia que agora era questão de tempo até a mãe morrer.
- Então ela vai morrer logo, desculpe pai você tem razão – ela falou com mais gentileza, pois sabia que o pai era muito humano e se comovia com facilidade.
- Se você puder vir, seria bom se despedir de sua mãe e esquecer as magoas, isso não trás nada de bom, ainda mais agora que ela está morrendo. Peço mais por você, do que por ela, pois é você quem vai continuar vivendo e acho que você precisa encerrar essa história, até porque James também está envolvido nela. É até provável que quando você vier, ela já esteja tão sedada que nem possa mais falar – Willian falou de forma convincente e percebeu que a filha estava começando a ceder.
- Vou ver se consigo me liberar do hospital, se der vou no voo da noite, mas não prometo nada – Joanne falou tentando se esquivar.
- Ok, fico esperando a sua ligação. Um beijo filha e se cuida!
Joanne desligou depois de se despedir do pai e ficou pensando em suas palavras. Talvez fosse bom mesmo dar uma última olhada em Daphne e exorcizar esse fantasma de sua vida. Talvez também pudesse apagar James junto, o que seria ótimo, pois por mais que o amasse, Daphne era uma presença tóxica entre eles.
Assim ela foi falar com seu chefe, explicou a situação da mãe e logo conseguiu a liberação para viajar. Ela ligou e reservou um ligar no voo noturno, assim teria tempo de sair do serviço e ir para casa jantar antes de embarcar.
Joanne desembarcou cansada, pois não havia conseguido dormir, talvez a ansiedade pela morte da mãe a tivesse afetado mais do que ela queria admitir. Seu pai a esperava com um sorriso no rosto e a abraçou com carinho. Ela agradecia pelo pai ser essa pessoa carinhosa, sempre com um sorriso no rosto e uma palavra amiga para dar, ele sempre fora seu porto seguro.
- Que bom que você veio, estou orgulhoso, pois você está conseguindo superar suas mágoas para estar aqui – ele falou com carinho e depois a beijou no rosto.
- Vamos para a casa de Daphne, você está precisando descansar - Willian falou enquanto pegava a mala dela e se dirigia até o carro de James.
- Ele não veio – Willian ao perceber que a filha havia reconhecido o carro e Jô se surpreendeu pela percepção aguçada do pai.
- Achei que você iria ficar em um hotel.
- Essa era a minha intenção, mas James fez questão que eu ficasse hospedado na casa de Daphne e acabei aceitando – ele falou e viu a filha fechar o rosto, não gostando da ideia.
- Mas se tiver algum problema para você, podemos mudar para um hotel – Willian complementou tentando agradá-la.
- Tudo bem, vou fazer de conta que isso faz parte da necessidade de exorcizar Daphne da minha vida. Uma hora eu teria mesmo que confrontar James e aquele lugar, então porque não agora? – ela até achou melhor que fosse agora, pois teria a companhia do pai para apoiá-la no que fosse necessário.
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Coração Despedaçado
Roman d'amourJoanne Monroe havia sido amiga de infância e vizinha de James Sinclair quando ele morava em Dundalk, uma pequena cidade perto de Baltimore. Na adolescência eles foram namorados, mas logo os pais de James se mudaram para San Francisco e James promete...