Capítulo 23

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O telefone tocou e Joanne viu que era seu pai, atendeu já sabendo qual seria o conteúdo da conversa.

- Alô pai, tudo bem?

- Oi filha, estou bem, mas como você já deve imaginar, estou ligando por causa de sua mãe – ele falou e só escutou um suspiro na linha, obviamente Joanne não queria falar sobre ela, mas era seu dever pelo menos obriga-la a ouvi-lo.

- Não posso impedi-lo de tocar nesse assunto – ela falou resignada, pois sabia o quanto o pai era teimoso.

- Infelizmente precisamos falar sobre sua mãe, pois o fim dela está próximo. Hoje o médico vai iniciar a bomba de morfina e você como médica sabe o significado disso – Willian foi direto em suas palavras e Joanne sabia que agora era questão de tempo até a mãe morrer.

- Então ela vai morrer logo, desculpe pai você tem razão – ela falou com mais gentileza, pois sabia que o pai era muito humano e se comovia com facilidade.

- Se você puder vir, seria bom se despedir de sua mãe e esquecer as magoas, isso não trás nada de bom, ainda mais agora que ela está morrendo. Peço mais por você, do que por ela, pois é você quem vai continuar vivendo e acho que você precisa encerrar essa história, até porque James também está envolvido nela. É até provável que quando você vier, ela já esteja tão sedada que nem possa mais falar – Willian falou de forma convincente e percebeu que a filha estava começando a ceder.

- Vou ver se consigo me liberar do hospital, se der vou no voo da noite, mas não prometo nada – Joanne falou tentando se esquivar.

- Ok, fico esperando a sua ligação. Um beijo filha e se cuida!

Joanne desligou depois de se despedir do pai e ficou pensando em suas palavras. Talvez fosse bom mesmo dar uma última olhada em Daphne e exorcizar esse fantasma de sua vida. Talvez também pudesse apagar James junto, o que seria ótimo, pois por mais que o amasse, Daphne era uma presença tóxica entre eles.

Assim ela foi falar com seu chefe, explicou a situação da mãe e logo conseguiu a liberação para viajar. Ela ligou e reservou um ligar no voo noturno, assim teria tempo de sair do serviço e ir para casa jantar antes de embarcar.

Joanne desembarcou cansada, pois não havia conseguido dormir, talvez a ansiedade pela morte da mãe a tivesse afetado mais do que ela queria admitir. Seu pai a esperava com um sorriso no rosto e a abraçou com carinho. Ela agradecia pelo pai ser essa pessoa carinhosa, sempre com um sorriso no rosto e uma palavra amiga para dar, ele sempre fora seu porto seguro.

- Que bom que você veio, estou orgulhoso, pois você está conseguindo superar suas mágoas para estar aqui – ele falou com carinho e depois a beijou no rosto.

- Vamos para a casa de Daphne, você está precisando descansar - Willian falou enquanto pegava a mala dela e se dirigia até o carro de James.

- Ele não veio – Willian ao perceber que a filha havia reconhecido o carro e Jô se surpreendeu pela percepção aguçada do pai.

- Achei que você iria ficar em um hotel.

- Essa era a minha intenção, mas James fez questão que eu ficasse hospedado na casa de Daphne e acabei aceitando – ele falou e viu a filha fechar o rosto, não gostando da ideia.

- Mas se tiver algum problema para você, podemos mudar para um hotel – Willian complementou tentando agradá-la.

- Tudo bem, vou fazer de conta que isso faz parte da necessidade de exorcizar Daphne da minha vida. Uma hora eu teria mesmo que confrontar James e aquele lugar, então porque não agora? – ela até achou melhor que fosse agora, pois teria a companhia do pai para apoiá-la no que fosse necessário.

Coração DespedaçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora