Depois que o choro cessou e ela viu que ele estava mais calmo, Jô conseguiu se desvencilhar dos braços James e se levantou. Estava muito suscetível e achou por bem se afastar dele, não queria passar a impressão de que estava tudo bem, ou que ela tivesse perdoado.
- Acho melhor você ir embora James, você tem sua vida em Malibu com Daphne e eu estou envolvida com outra pessoa e acho que nossas vidas devem ser separadas, a sua bem longe da minha – Joanne falou tentando mostrar frieza, apesar de estar quebrada por dentro, o desabafo dele havia mexido com ela, mas não queria que ele percebesse.
- Estou sendo sincero Jô, qualquer coisa que tive com sua mãe acabou a muito tempo, agora estou apenas ajudando ela, pois Daphne não tem ninguém mais que olhe por ela – James falou e depois se deu conta que o que ele falou podia ser mal interpretado por ela.
- Por acaso você está me acusando de não estar cuidando dela? – ela perguntou indignada com a audácia dele.
- É claro que não, não interprete errado minhas palavras, somente Daphne é a única culpada por agora não ter a família perto – James falou tentando se explicar.
- Só faltou vocês terem um filho, aí ela ia ter uma família completa perto dela – Jô falou com ironia e acabou dando uma risada sem graça ao pensar no assunto, imaginar James pai de um irmão dela seria algo sinistro.
- Isso jamais iria acontecer, nunca engravidei Daphne e agora seria impossível pela doença e por que nem chego perto dela a mais de 6 meses – ele falou não gostando do rumo da conversa, Jô podia ser muito maldosa quando queria e isso o surpreendia, ela hoje era tão diferente da adolescente meiga que ele lembrava.
- Tudo bem Jô, vou embora agora, mas não irei desistir de nós – ele falou, os olhos ainda vermelhos pelo choro e Jô abriu a porta para ele sair.
- Faça um favor a nós dois e não volte mais. Ahh, antes que eu esqueça, como você conseguiu meu endereço? – ela perguntou quando ele já estava no corredor.
- Fui falar com seu pai mais cedo, ele foi muito compreensivo comigo, acreditou no meu amor por você, por isso, me passou te endereço. Isso não é o fim Jô, apenas o recomeço. Só uma pergunta Jô, você já transou com esse cara, ou ainda é virgem? - ele perguntou sem conseguir se segurar, a curiosidade era maior que o bom censo e ela olhou com raiva para ele.
- Acho que isso não é da tua conta, mas pode deixar, você será o primeiro a saber, quando Eric estourar a minha cereja!!! – ela exclamou com maldade e depois bateu a porta na cara dele.
Joanne ficou indignada com a ousadia dele, só faltava ele achar que ela iria continuar virgem a espera dele. Em seguida ela foi pegar a bolsa e tirou o celular de lá, iria ligar para o pai para tirar essa história a limpo.
- Alô – o pai atendeu assim que ela ligou e Jô teve certeza que ele já esperava pela ligação dela e, por isso, foi direto ao assunto.
- O senhor passou meu endereço para James e depois tive o maior trabalho para me livrar dele! – ela se queixou não gostando que o pai havia se metido nessa história.
- Desculpe filha, mas fiquei com tanta pena dele, que me deixei levar pelo momento, mas não vai acontecer de novo – ele se desculpou e só ouviu um suspiro do outro lado da linha.
- Espero que não tenha passado o número do telefone para ele – ela retrucou ainda irritava com ele.
- Isso eu não faria, aí ele poderia te incomodar o tempo todo – Willian comentou indignado por ela pensar nisso.
- Obrigada por pelo menos não ter feito isso, senão teria que trocar de número – ela falou com ironia ainda contrariada pela atitude do pai.
- E como foi a conversa? – ele perguntou curioso para saber de tudo.
-Pesada, triste e que não resolveu nada, só serviu para me fazer mal, coisa que eu já sabia – ela falou com tristeza.
- Desculpe outra vez filha, achei que poderia ser bom vocês conversarem e colocarem tudo a limpo, mas pelo visto saiu tudo errado – Willian falou lamentando sua atitude, mas agora era tarde.
James voltou até o hotel se recriminando por ter feito aquela pergunta idiota, ele havia agido por impulso movido pelo ciúme e fizera uma grande besteira. Depois de trocar de roupa, ele ligou para a companhia aérea para reservar um voo até San Francisco, por fim, iria mesmo visitar os pais. Naquele momento não adiantava ficar em Baltimore, tudo ainda era muito recente e não ia adiantar nada correr atrás de Joanne, enquanto Daphne ainda estivesse entre ele.
Ele ligou o notebook e respondeu algumas mensagens de pessoas que acompanhavam seu trabalho. Depois lamentou que Joanne não tivesse redes sociais, até entedia isso, pois como ela trabalhava direto com o público, talvez não quisesse que os pacientes soubessem o que ela fazia em sua vida privada. Assim, ele também não pode acompanhar nada da vida dela e soube muito pouco sobre ela nos últimos anos.
Agora que havia falado com ela depois de tantos anos, ele via que Jô não tinha nada da mãe, mas era muito parecida com o pai. Willian havia influenciado a filha de tal maneira, que ela era uma versão feminina do pai, não que isso fosse algo ruim, mas os valores incutidos por ele estavam presentes em seu pensamentos e atitudes.
James ligou o televisor e resolveu se distrair um pouco enquanto olhava um filme de ação. O telefone tocou ao lado da cama e ele viu que era Daphne e fez uma careta, pois não estava a fim de falar com ela. Ele ignorou a chama, mas logo em seguida ela ligou de novo e ele achou melhor atender, senão ela iria insistir várias vezes.
- Alô Daphne tudo bem?
- Oi querido, já estou com saudades. Como estão seus pais? – ela perguntou de forma despretensiosa e ele viu que ela estava sondando para saber o que ele estava fazendo.
- Estão bem, mas no final as coisas não foram como eu queria. Meu pai sempre implicou com minha profissão e hoje não foi diferente, então o clima ficou tenso – ele mentiu tentando dar credibilidade ao que estava falando.
- Então volte para casa, aqui você é amado e você sabe o quanto preciso de você, não gosto quando você fica longe de mim – ela pediu com a voz manhosa e James não gostava quando ela exigia a atenção constante da parte dele.
- Vou ver se consigo voltar até amanhã de noite – ele falou com melancolia e Daphne percebeu que ele estava triste, certamente pensando em Joanne e , por isso, resolveu se despedir sem dar tempo dele mudar de ideia.
- Ok meu amor, até amanhã e durma bem – ela falou com carinho, mesmo sabendo que ele não a amava, ela não conseguia evitar de sofrer por saber disso.
- Boa noite Daphne, se cuida – ele se despediu de forma mecânica e depois jogou o telefone sobre a cama.
Só agora, depois de toda a confusão com Joanne e ele tendo toda sua vida atrelada a Daphne, ele se dava conta do quanto fora ingênuo e da loucura que fizera ao entrar no jogo dela. Ela o havia manipulado de acordo com os desejos dela e hoje ela o tinha preso profissionalmente a ela, mas ele não via a hora de se libertar. Talvez se ela não tivesse ficado doente, poderia no futuro ter dificultado bastante a vida dele, caso ele quisesse ir embora. No entanto, o destino havia se encarregado de mostrar qual seria o futuro da relação deles e Daphne não tinha escolha, senão aceitar o seu fim.
Pelo visto James vai voltar para Malibu como veio, de mãos vazias...😯😖
Agora sim que Joanne vai mandar a "cereja" dela para o espaço!!😛😛
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Coração Despedaçado
RomanceJoanne Monroe havia sido amiga de infância e vizinha de James Sinclair quando ele morava em Dundalk, uma pequena cidade perto de Baltimore. Na adolescência eles foram namorados, mas logo os pais de James se mudaram para San Francisco e James promete...