Capítulo 13

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Eric havia levado Joanne para jantar em um dos mais badalados restaurantes da cidade, especializado em frutos do amor. O clima durante o jantar foi alegre e descontraído, a conversar fluía com facilidade entre os dois. Joanne falou sobre o pai que também era médico e Eric falou sobre a família, que tinha um restaurante italiano.  Já era perto das 23 horas quando Eric levou Joanne para casa, ele desceu do carro e depois abriu a porta para ela descer. Os dois ficaram ainda alguns minutos conversando rindo, até que ele se despediu dela com um beijo apaixonado. Depois ela entrou e ficou sorrindo enquanto Eric entrava no carro e saiu dirigindo em direção a rodovia.

Do outro lado da rua, James viu toda a cena e sentiu muita tristeza e um ciúme infernal ao ver Joanne beijando outro homem. Já fazia duas horas que ele estava sentado dentro do carro esperando ela voltar, mas achou que ela estivesse sozinha, havia sido uma surpresa vê-la acompanhada. Ele sabia que estava errado, era óbvio que depois de descobrir sobre Daphne, que ela iria procurar conhecer outros homens. Decidido, ele saiu do carro disposto a tocar o interfone, porém assim que chegou perto, um morador saiu pela porta e ele aproveitou para entrar e foi até o andar onde ele morava.

Assim que ouviu a campainha, Joanne achou que era Eric que tivesse voltado e foi correndo abrir a porta com um sorriso no rosto. Assim que ela viu de quem se tratava, seu sorriso morreu e ela assumiu uma expressão de frieza no rosto.

- O que você está fazendo aqui? - ela murmurou com raiva, enquanto trincava os dentes.

- Vim em paz, não quero brigar, apenas conversar com você – ele falou com calma enquanto a encarava nos olhos.

- Não temos mais nada para falar, coloquei você e Daphne para fora da minha vida no momento em que sai de lá – Joanne falou querendo fechar a porta, mas ele não deixou, pois era bem mais forte.

- Não irei embora sem conversar com você – ele falou e depois a afastou da porta e entrou no apartamento.

- Se você não for embora, chamarei a polícia – Jô ameaçou e James olhou para ela como se não acreditasse nela.

- É melhor fechar a porta se não quiser que os vizinhos escutem o que estamos falando, aposto que logo eles vão perceber o que está acontecendo aqui – assim que ele falou isso, Jô espiou no corredor e depois resolveu fechar a porta.

- Você pode ter forçado a sua presença aqui dentro, mas não pense que o que você falar vai mudar algo sobre o que eu penso de você ou de minha mãe – ela falou com raiva enquanto o encarava e James percebeu que ela estava decidida a não lhe dar nenhuma chance.

- Fiz isso, pois essa é a única maneira que consegui para falar com você. Acho que você poderia me ouvir pelos velhos tempos, o que tivemos foi um vínculo muito profundo e ainda acredito que esteja lá, eu te amo Jô e tenho certeza que você sente o mesmo por mim – ele falou emocionado tentando se aproximar dela, mas Joanne se afastou querendo manter distância.

- Se você me ama tanto como diz, gostaria de saber porque você ainda está morando com sua amante? – Jô perguntou com sarcasmo e percebeu uma expressão de frustração no rosto dele.

-As coisas não são tão simples como você imagina, antes mesmo de sua mãe descobrir que estava com câncer, eu já estava pensando em ir embora. Veja bem, sou muito grato por tudo o que ela fez por mim, mas já estava me sentindo sufocado com as cobranças dela. Depois que ela descobriu a doença e ficou sabendo que não teria cura, ela piorou muito e se agarrou ainda mais em mim. Daphne sabe que sempre afastou as pessoas dela, por isso, agora ela só tem a mim. Ela me confessou que o maior medo dela é morrer sozinha, sem ninguém e eu acabei prometendo que ficaria ao lado dela até o final, então é somente isso que me mantém perto dela – James falou visivelmente contrariado por estar nessa situação, tendo que se justificar para ela e o olhar de desprezo de Joanne não facilitava as coisas para ele.

Coração DespedaçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora