Capítulo 11

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Domingo de manhã Jô acordou tarde, já passava das 10 e meia e ela teve que se apressar para chegar a tempo para almoçar com o pai. Ela correu para o chuveiro e depois do banho ainda teve que secar o cabelo com o secador e trocar de roupa. Logo ela pegou o carro e chegou falta 20 minutos para o meio dia.

- Bom dia meu amor, estava começando a achar que você não viria – Willian falou enquanto beijava o rosto da filha.

- Desculpe chegar tarde, mas acabei saindo ontem e cheguei tarde em casa, aí tive dificuldade de sair da cama – ela falou fazendo uma careta.

- Não precisa se desculpar, pois já fui jovem. O importante é que você chegou a tempo de apreciar meus dotes culinários – ele falou brincando e Joanne ficou feliz pelo pai dela ser tão legal e levar tudo com tranquilidade.

- Como foi sua semana? Você sabe que desde que você voltou tão perturbada da casa de sua mãe, eu ando igual a um pai coruja, preocupado com sua cria – ele falou em tom de brincadeira, mas Jô sabia que o pai estava falando a sério.

- A semana foi tranquila, mas ontem conheci um rapaz, ele foi meu veterano na faculdade, mas nunca fomos apresentados. Nos encontramos em pub onde eu estava com duas amigas, ficamos conversado até tarde e depois ele me levou para casa, trocamos o número de telefone e foi isso – ela falou em um tom descontraído, levando tudo na brincadeira.

- Fico feliz que você resolveu sair e conhecer outras pessoas, espero que agora você faça aquilo que estive lhe pedindo nos últimos anos, namore, se divirta e esqueça a promessa de James – ele falou enquanto olhava para a filha com carinho.

- Isso é algo que o senhor não precisa mais repetir depois do desastre de Malibu, aprendi minha lição, foi dura, sofrida e cruel, mas agora sei que o amor de James por mim só existiu na minha cabeça e ao que eu me apegue era uma obsessão criada na minha adolescência – Jô falou com sinceridade e Willian ficou aliviado em ouvir isso, agora talvez sua filha pudesse voltar a ter uma vida normal e a se relacionar com rapazes de sua idade.

Como se tivessem um acordo mútuo, aquele assunto morreu e eles passaram a conversar sobre assunto relacionados a profissão de ambos e dia passou de forma tranquilo e preguiçoso.

Joanne foi para casa no final da tarde e mais tarde recebeu uma mensagem de Eric.

"Oi linda, passei o dia pensando em você🤔. Gostaria de convidá-la para sair durante a semana, o que você acha? 😏"

"Quando? 📅" jô respondeu.

"Que tal quarta 20 hs🕗, podemos jantar🍽️🍽️ no Riverside?"

"Perfeito, até lá! 😘😘"

Após as trocas de mensagem ela pensou em Eric e um sorriso brotou em seu rosto, ela havia achado ele muito legal e gostou da ideia de vê-lo outra vez. Queria evoluir a relação com ele de maneira tranquila, não tinha pressa em perder a virgindade, mas queria encontrar uma pessoa legal e que valorizasse sua primeira vez.

Em quanto isso, em Malibu, James estava sentado na areia olhando o mar enquanto acompanhava o pôr do sol, em seu peito sentia uma angústia que ele sabia que não conseguiria extirpar. Depois de rever Joanne, os velhos sentimentos vieram à tona como um vulcão em erupção e ele se dera conta que o amor que sentira por Jô sempre estiveram lá, estava apenas adormecido.  Daphne servira apenas com uma válvula de escape, uma pálida substituta se comparada à Joanne, seu verdadeiro amor.

Sentia-se miserável e sabia que isso era devido ao fato de Jô não perdoa-lo por causa da mãe. Queria poder chegar de novo perto dela e voltar a ser dono de seu coração e sentimentos, mas tinha consciência que essa seria uma tarefa hercúlea, pois ela se fechara de tal maneira, que ele teria dificuldade para se aproximar outra vez. Teria alguns dias livres e estava pensando em viajar até Baltimore e tentar conversar com ela. Sabia que sua Jô estava ferida e que a magoa seria um inimigo difícil de superar. Iria para lá sem falar nada para Daphne, pois sabia que ela se fazia de indiferente, mas no fundo sentia ciúmes de seu amor pela filha.

James nunca lhe dera esse direito, pois nunca lhe dissera que a amava e Daphne sempre soubera que seu amor pertencia a outra mulher. James sabia que se não fosse pela doença, Daphne nunca teria sido tão tolerante com outra mulher perto dele, mesmo sendo sua filha. O seu tempo estava acabando e por isso ela havia sido tão compreensiva e afável com a filha e com o amor dele por Joanne.  James não se iludia com a postura de nobre indiferença de Daphne, pois no fundo ela era apaixonada por ele.

Ele levantou e caminhou lentamente para casa, Daphne estava sentada a beira da piscina, desde a visita da filha ela andava pintando menos e tinha pouco interesse pelo que acontecia fora daquela casa.

- Onde você esteve? – ela perguntou assim que o viu e James apertou a boca em sinal de contrariedade, pois desde a visita de Joanne, ela estava mais pegajosa e também mais controladora.

- Dei uma volta na praia – ele falou enquanto se sentava perto dela – Estive pensando em visitar meus pais, faz tempo que não os vejo. E como você está bem, a minha ausência não irá influenciar em nada – James falou e ficou observando a reação, que o observava com desconfiança.

- Por acaso você pretende ir atrás de Joanne também? – ela perguntou estudando a reação dele e James se manteve impassível, sem demonstrar nada.

Na verdade não aventei essa possibilidade, até porque acho que ela não iria falar comigo – ele respondeu enquanto olhava para longe.

- Acredito mesmo que ela não falaria. E quando você pretende ir? – Daphne concordou com o que ele havia dito.

- Pensei em ir quarta-feira, não vai ter nenhum problema se você ficar sozinha uns 3 ou 4 dias, os empregados poderão ajuda-la se for necessário. Além disso, você pode sempre me mandar mensagens ou ligar – ele respondeu e Daphne percebeu que ele estava decidido a ir independente do que ela pudesse falar, por isso, resolveu não dizer nada.

Quarta de manhã James se despediu de Daphne e foi para o aeroporto embarcar no voo para Baltimore, como ele nunca havia falado de Daphne para os pais e ela também não sabia nada sobre eles, não havia perigo dela querer entrar em contato com eles. Depois de desembarcar, ele alugou um carro e foi até o hotel em Dundalk, onde havia reservado um quarto.  Ele entrou no quarto e depois de guardar suas roupas, ele foi tomar um banho e trocou de roupa, depois saiu com o carro para voltar aquela rua pacata que vazia 20 anos que não visitava.

Ele dirigiu devagar relembrando os locais que marcaram sua infância, até parar em frente à casa onde vivera os melhores anos de sua vida. Ele saiu do carro e se emocionou ao rever a casa onde tinha passado sua adolescência. A casa parecia a mesma, apenas a cor era diferente e ele ficou um longo tempo parado ali contemplando o lugar, enquanto se perdi em suas memórias.

Um garoto que passou de bicicleta ao seu lado, o trouxe de volta a realidade e James caminho decidido para a casa ao lado, onde Jô morava com o pai. Ao entrar no pátio, viu que tudo permanecia igual, era como se o tempo não houvesse passado naquele local, até o jardim que o senhor Monroe cultivava com tanto carinho ainda era o mesmo. Ele subiu a escada e tocou a campainha e depois de alguns instantes um senhor de cabelos grisalhos abriu a porta e o olhou com cara se espanto.

- James, é você mesmo? O que você está fazendo aqui?


James deu o primeiro passo para tentar falar com Joanne, será que está disposta a ouvi-lo?🤔🤔

E Jô como irá reagir ao ver James invadido seu espaço e acabando com sua tranquilidade?😤🤬

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Coração DespedaçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora