Daphne estava deitada na cama, recém havia acordado, a sua noite fora péssima por vários motivos e sonhos nebulosos povoaram sua cabeça. Havia sonha que os três estavam na praia e que ela e James olhavam, enquanto Joanne se afastava sem olhar para trás. James olhou para ela e disse "Vou atrás ela, não posso permitir que Joanne saia da minha vida outra vez". Nesse momento ela havia agarrado a mão dele e dizia " Fique comigo James, não quero morrer sozinha" e ele havia olhado com tristeza apara ela e depois havia dito " Desculpe-me Daphne, mas não posso ficar, preciso recuperar o amor de Joanne, entre vocês duas sempre irei escolher ela". Depois disso, ele havia conseguido se soltar dela e saiu correndo pela areia atrás de Joanne e ela havia ficado lá olhando, enquanto os dois sumiam no horizonte.
O sonho a deixou angustiada, pois sabia que havia falhado miseravelmente na tentativa de recuperar o amor da filha e também havia perdido James, pois a mudança nele era visível, ter reencontrado Joanne o havia abalado profundamente. Ela ouviu o telefone tocar e logo em seguida a empregada bateu na porta e entrou.
- Telefone para a senhora, da parte de Willian Monroe – a empregada falou e Daphne fez uma careta, pois os problemas começaram cedo naquele domingo.
- Alô – ela atendeu tentando dar um tom normal a voz.
- Sou eu Daphne e acho que você me deve algumas explicações – Willian afirmou com frieza e ouviu ela suspirando do outro lado da linha.
- Acho que já faz muito tempo que não te devo nada! – ela retrucou irritada pela cobrança.
- Deve sim, pois eu me sinto culpado por ter incentivado a minha filha ater ido conhecer a mãe - ele retrucou já irritado com a postura dela.
- Tudo bem Willian, você tem o direito de saber o que está acontecendo – Daphne falou resignada não achando nada boa a ideia de também tê-lo contra si, já bastava a filha estar brava com ela.
- Jô voltou arrasada para casa, se soubesse que isso iria acontecer, eu não teria permitido que ela fosse até a sua casa. Antes de tomar partido de alguém, quero entender como você foi se envolver com o namoradinho de infância de sua filha? – ele perguntou achando essa história cada vez mais obscena.
- Na verdade foi tudo uma infeliz coincidência Willian, nada foi feito de propósito para magoar Joanne ou quem quer que seja. James não sabia que eu era a mãe de Joanne e eu nunca que imaginei que eles tivessem sido namorados na adolescência, muito menos dessa promessa maluca que eles fizeram – Daphne falou com resignação, pois esse assunto já a tinha deprimido demais.
- Acredito em você, mas como foi que você acabou se envolvendo com um homem tão jovem? – Daphne ouviu a pergunta e não gostou do tão de voz dele, ele fazia ela parecer uma viúva negra, pensou com ironia.
- Tudo aconteceu por acaso, eu o encontrei vendendo seus quadros e vi que o rapaz tinha talento, mas que não tinha ninguém para abri-lhe as portas no mundo das artes, que é bem restrito. O convidei para trabalhar no meu estúdio e ele acabou vindo morar aqui, pois não tinha condições de alugar nada, tudo nessa reagião é muito caro. Depois de algum tempo, a atração foi mútua e acabamos nos envolvendo sexualmente, nunca forcei nada do que aconteceu entre nós – Daphne se defendeu, querendo mostrar que James se envolveu com ela por livre vontade e Willian não gostou de ouvir isso, pois James não tivera escrúpulos ao se envolver com ela.
- Então a relação era séria, vocês pretendiam casar?
- Acho que foi mais sério da minha parte, hoje tenho consciência de que eu era apenas uma distração para James e uma forma de subir alguns degraus rumo ao sucesso, pois eu abri muitas portas para ele. Eu tenho consciência de que mesmo que eu não tivesse ficado doente, meu caso com James estava fadado ao fracasso – ela falou com resignação, pois ela não se importava por ter sido usada por ele, pois também fizera o mesmo, se utilizara da juventude dele.
- E sobre o câncer, como está a sua situação? – ele perguntou num tom de voz mais gentil.
- Infelizmente descobri a doença muito tarde, culpa minha que nunca me preocupe em fazer exames periódicos. Nós temos a tendência de achar que essas coisas nunca vão acontecer com a gente, mas quando menos se espera, o mal já se instalou e não podemos reagir. Já passei pelas cinco fases da morte: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Hoje aceito minha condição, sei que é irreversível, por isso acabei querendo me reaproximar de nossa filha. Lamento sinceramente que James esteja entre nós duas, só posso dizer que para mim isso foi uma brincadeira muito cruel do destino! – Daphne exclamou com a voz embargada e Willian ficou comovido e com muita pena da situação em que ela se encontrava.
- Quero que você também entenda o lado de nossa filha nessa história. Jô sempre foi muito ligada em James e ela sofreu muito quando os pais dele se mudaram, levando-o para longe. Não tenho dúvidas de que se ele tivesse permanecido aqui, hoje eles já estariam casados. Eles prometerem que depois de adultos iriam se casar, Joanne realmente se apegou a essa promessa e durante todos esses anos nunca namorou ninguém, sempre esperando James, ela tinha certeza de que ele voltaria. Tentei várias vezes demovê-la dessa ideia, mas não obtive sucesso, por isso, acho que você pode ter uma ideia da dimensão da decepção dela ao descobrir que ele era namorado da própria mãe – Willian falou defendendo a filha, pois sabia que Daphne também estava magoada com a rejeição dela.
- James queria que eu mentisse e negasse qualquer envolvimento, mas isso é algo impossível de esconder, pois todas as pessoas no nosso círculo sabiam da nossa relação. Sei que fui cruel, mas Joanne fatalmente ficaria sabendo disso algum dia, aí a situação poderia ser pior e acabar em divórcio se estivessem casados. Se existir alguma possibilidade deles serem felizes juntos, então essa relação não pode começar baseada em mentiras. Me sinto muito desanimada com tudo o que aconteceu e não sei que atitude tomar, o clima aqui ficou tão insustentável, que confesso que até fiquei feliz quando ela resolveu voltar para casa. Por isso, não tenho muita esperança de que ela venha a me perdoar algum dia – Daphne falou com visível desânimo na voz.
- Concordo com você, foi melhor Joanne saber tudo agora, do que mais adiante, podendo estar casada e com filhos. Agora que sei que você não fez nada de propósito para magoar nossa filha, que tudo foi uma infeliz coincidência, irei tentar ajuda-la Daphne, mas não posso prometer nada, pois Jô pode ser muito teimosa quando quer. Em relação a sua saúde, estou aqui caso precise de algo – Willian ofereceu e em seguida desligou o telefone, depois de se despedir dela.
Willian ouviu os dois lados e percebeu que tudo foi um ocaso do acaso e que Daphne não tinha magoado a filha de propósito, por isso, acabou sendo benevolente com a ex-mulher, muito também pelo fato dela estar doente. Também acabou concordando com Daphne ao pensar em tudo o que havia acontecido, realmente o destino havia sido cruel com eles, colocando todos os personagens desse drama em uma situação muito difícil, onde o amor e o ódio se digladiavam para ver quem seria o vencedor, selando assim o destino de cada um. Cruel, muito cruel, foi seu último pensamento antes de ir para a cozinha preparar o almoço.
Willian foi muito frouxo com a ex-mulher?🤔🤔
Ou será que o fato dela estar morrendo também o deixou mais compreensível e com mais empatia por Daphne?😟😟
Tudo muito trágico!😭😭
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Coração Despedaçado
RomanceJoanne Monroe havia sido amiga de infância e vizinha de James Sinclair quando ele morava em Dundalk, uma pequena cidade perto de Baltimore. Na adolescência eles foram namorados, mas logo os pais de James se mudaram para San Francisco e James promete...