CAPÍTULO 33

612 108 8
                                    

Jocelyn queria entrar naquele porão, mas Valiant a impediu. Ele estava segurando seu braço, quando um barulho de coisas se quebrando soou em seus ouvidos.
"Calma fêmea, eles têm tudo sob controle." Ele estava tão calmo!
"Jonathan! Eu preciso tirar ele de lá!" Jocelyn disse ansiosa.
"Acho que ele não quer que você apareça lá. Pode ter certeza."
"Como assim? Andrew fez alguma coisa com ele? Me diga, Valiant!" Ela tentou se soltar do agarre firme dele, sem sucesso.
"Digamos que ele está num bom momento, se você me entende." Ele sorriu.
Bom momento? O que era um bom momento para Valiant? Ela olhou para o chão, para os pés descalços dele.
"Por que está descalço?" Ele franziu a testa.
"Por que está calçada?" Valiant era um Nova Espécie em toda regra. Se recusava a ser qualquer coisa que não isso.
Ele virou a cabeça e ficou sério.
"Humanos. Vindo em alta velocidade nessa direção."
"Me deixa entrar, Valiant."
"Não. Leo disse que era pra você ficar aqui. Por mim, você nem teria vindo, Leo é brando demais com você."
A imagem do pequeno apartamento de seus pais ficando cheio de homens enormes veio a mente de Jocelyn. Leo entrou primeiro, ela tinha se jogado em seus braços.
"Eu não podia! Noah e Adam estavam com meus pais, eu não podia ficar e nem falar! Ele saberia, Leo. Eu juro que..." Ela o abraçava apertado enquanto falava. Leo lhe tomou a boca encerrando a discussão.
"Isso é mais uma coisa que vou ter de deixar pra lá. Você é humana, se quiser tê-la, vou ter de aceitar isso, que você vai fazer besteiras uma vez ou outra." Ele disse num suspiro.
Jocelyn podia dizer uma ou duas coisas para ele, mas a felicidade por estar naqueles braços fortes, por poder beijar sua boca de novo era muito grande.
A viatura apontou na mesma hora que Silent saiu do porão com alguém todo ensanguentado nos braços. Quatro policiais saíram do carro e Silent parou.
"Auto!" Um dos policiais, o que devia estar no comando disse.
Silent rosnou e continuou a correr. Eles se posicionaram para atirar, Jocelyn se soltou da mão de Valiant e gritou:
"Não!" Um  dos policiais acertou um tiro nas costas de Silent, ele nem pareceu se dar conta do tiro, continuou correndo até sumir de vista.
Valiant saltou a viatura e deu um tapa no policial que atirou, o lançando pra trás. Os policiais se viraram para ele, apontando suas armas. Ele rosnou.
As cirenes continuavam tocando, Jocelyn  se aproximou do policial que parecia estar no comando:
"Por favor, não autorize que atirem. Ligue para Cameron na vigésima. Ele é meu amigo." O policial parecia confuso, afinal Valiant era um gigante  e os olhava ameaçadoramente, mostrando as presas.
Um sombra passou correndo por eles e Jocelyn se perguntou quem seria, se Adam ou Noah.
Ela ficou sem saber se acalmava Valiant, conversava com os policiais ou corria pra dentro da casa, buscando por Jonathan.
Valiant rugiu, os policiais deram um passo pra trás.
"Atirem, seus merdas. E eu teria motivo para mastigar o fígado de vocês." Ele disse.
"Por favor, mande baixarem as armas." Ela implorou. O policial baixou a arma dele, os outros o imitaram.
Vengeance saiu com um grande pacote no ombro e passou pelos policiais sem dar caso deles.
"Ei! Pare!" O policial apontou a arma para as costas de Vengeance e ele continuou andando. Jocelyn ficou na frente da arma do policial no comando.
"Por favor, podemos explicar tudo."
"Pode? Um cara enorme sai correndo daqui com outro todo ensanguentado nos braços, agora aquele ali sai daqui com um cadáver no ombro."
Vengeance voltou, seu rosto ameaçador fez o policial dar um passo para trás.
"Ele está vivo, idiota. Veja!" Vengeance descobriu o rosto de quem ele segurava. Era Adam, ou Noah.
"Ele é idêntico a você." O policial falou como o idiota que Vengeance o chamou.
"Sim, assim como eu." Hunter apareceu. O policial ficou olhando de um para outro de boca aberta.
"Vá, pai, eu resolvo aqui."
Hunter disse e Vengeance ajeitou o enorme corpo em seu ombro e se encaminhou na direção da saída do condomínio.
"Meu nome é Peter Marshall, sou advogado e estou a disposição de vocês para qualquer esclarecimento."
"Por que seu rosto está assim?" O policial perguntou. Hunter estava com o rosto torto e falava estranho.
"O que está acontecendo aqui, policial?" Andrew saiu da casa. Jonathan vinha atrás dele com Honest,  Candid e uma garota desconhecida. Ela vestia um top e uma micro saia. Jocelyn arregalou os olhos. Meu Deus! O que Andrew pretendia?
"Recebemos um chamado..." O policial começou a dizer, mas a garota passou a mão pelo peito de Jonathan e sorriu lascivamente para ele. Jonathan ficou vermelho e baixou os olhos. Jocelyn correu a pequena distância até eles e deu uma bofetada na garota.
"Vagabunda!" A garota voou nela e as duas se engalfinharam. Jocelyn estava tão possessa que conseguiu dar dois socos na puta, antes que Leo a tirasse de cima dela.
"Puta! Desgraçada! Fique longe do meu filho!" Jocelyn esperneava nos braços de Leo. Ela nem tinha visto ele sair do porão.
"Pare, com isso, senhora!" O policial comandou
"Jo! Pare!" Leo a segurou apertado.
"Mamãe, por favor, pare com isso!" Jocelyn parou de se mexer, mas Leo ainda a segurava.
Jocelyn olhou para Andrew que estava estático parado, como se estivesse hipnotizado.
"Tudo bem. Mas tirem essa desgraçada da minha frente." A tal garota arrumou o cabelo que Jocelyn tinha desarrumado e saiu rebolando.
"Cara, ela é gostosa." Honest disse.
Jocelyn se soltou de Leo.
"Bom, policiais, viram que está tudo bem. Posso ajudá-los em mais alguma coisa?"
"Tudo bem? Não está nada bem. O que estão fazendo tão longe da Califórnia, pra começar?"
"Eu posso explicar." Andrew disse. Até o tom de voz dele era outro.
"Jonathan foi registrado como meu filho, mas é filho biológico daquele ali." Ele apontou para Leo.
"Com ela." Apontou para Jocelyn.
"Era a vez da mãe dele estar com ele, mas eu não quis mandá-lo de volta, então vieram buscá-lo. Apenas isso. Agora se me dão licença..." Ele disse e começou a entrar na casa. O policial não estava satisfeito com a explicação, via-se na cara dele, mas deu de ombros.
"Vamos embora. Mas que fique registrado que não podem ameaçar policiais."
"Assim como não podem atirar em nós." Valiant disse.
"Eu deveria querer saber quem era o cara que o gigante carregava, mas não vou fazer isso, então, esqueçam que atiramos nele e fica tudo certo." Ele disse com fisionomia dura. Jocelyn não pode deixar de admirar a coragem daquele policial. Ele estava rodeado de homens grandes, todos com mais de um metro e noventa de altura e ele não se encolheu.
Os outros policiais não foram tão corajosos tanto que os três já estavam dentro do carro esperando o outro entrar.
"Quem foi que chamou a polícia?" Hunter perguntou, cada palavra dita com esforço. Valiant parou em frente a ele e lhe forçou a cara até seu rosto voltar ao normal. Hunter uivou de dor.
"Porra!"
A viatura foi embora e Jocelyn finalmente abraçou Jonathan.
"Tudo bem? Ela te forçou?" Jonathan ficou vermelho.
"Jocelyn, deu tudo certo. Deixe Jonathan. Vamos entrar, Brass deve ter levado Silent, Gabriel, Ven e o clone para a Reserva. Vamos ter de esperar ele voltar." Leo disse.
"Jonathan, eu quero que você me conte tudo! Você é só uma criança!" Jocelyn estava indignada, ela queria matar aquela puta!
"Vamos, vamos entrar, querida." Leo praticamente a carregou para dentro.
"O que fizeram com Andrew? Ele estava estranho." Jocelyn perguntou a Honest.
"Só demos a ele a sugestão de que dispensasse os policiais, só isso."
Ele não estava na sala, nem na cozinha.
"E onde ele está?" Jocelyn não sabia como proceder com Andrew. Ele mandou Adam e Noah baterem nos seus pais.
"Mandei que ele fosse dormir." Simple disse.
"E agora?" Ela perguntou para Leo.
"Voltamos. Slade vai arrancar os cabelos quando eu pedir uma casa na área familiar." Ele deu ombros. Só isso? Eles voltavam? Se mudavam para a área familiar?
"E Andrew? Ele não pode ficar hipnotizado para sempre." Ela disse.
"O que fazemos não é hipnose. E sim, ele pode." Simple respondeu, os olhos frios, quando a corrigiu.
"Pela lei, até que a paternidade seja mudada para Leo, ele é pai de Jonathan e tem direito de vê-lo em datas ou períodos acordados entre vocês. Eu sugiro que o mantenham assim até que a ação vá adiante e Leo se torne o pai legal, não deve demorar se ele colaborar. Depois, dos papéis assinados, ele não poderá fazer nada para tirar Jonathan da Reserva." Hunter explicou. Honest já estava no fogão, passando bifes na frigideira e servindo seu pai e o outro Nova Espécie que ela não conhecia.
"Tem carne pra todo mundo?" Candid perguntou.
"Sim. Adam e Noah sempre compram um tanto de carne e congelam." Jonathan abriu o freezer e retirou grandes pedaços de carne congelada de lá.
"Carne congelada! Esses clones do seu pai são umas bichas, Hunter." Valiant bufou.
"E falando em clone, o que faremos quanto ao que fugiu? E ao que está doente?" O Nova Espécie que ela não conhecia perguntou.
"Você provavelmente iria sugerir matá-los, não é Thorment?" Simple perguntou antes de encher a boca de carne. O tal Thorment acenou.
"Sim,  os mortos não incomodam ninguém." Ele disse simplesmente. Jocelyn sentiu um arrepio, Leo a abraçou. Eles saíram da cozinha e foram para uma varanda que havia nos fundos. Leo se sentou num banco e a puxou para seu colo.
"Tudo bem?" Ele perguntou. Tudo bem? Jocelyn estava tudo menos bem. Ela tremia.
"Eu tenho medo dessa aparência de normalidade. E se Andrew não ficar desse jeito até a audiência? E se conseguir a guarda compartilhada, mesmo não sendo pai de Jonathan? Juízes tem muito poder e ele conhece gente muito poderosa. E Noah? Sabe que ele vai querer vingança. E Adam? Vão prendê-lo na Reserva se ele se curar? E..." Ele beijou os lábios dela com carinho a interrompendo.
"Que tal nós preocuparmos com cada coisa a medida que forem acontecendo?" Ele sugeriu e aumentou a pressão do beijo. Jocelyn passou os braços pelo pescoço dele e se deixou beijar. Logo, sem saber como, ela estava escarrachada no colo dele, o meio de suas pernas roçando na ereção dele presa pelas calças.
"Vão para um quarto!" Valiant disse meio rosnando da cozinha.
Leo se levantou com ela nos braços.
"Leo! Aqui não." Transar na casa de Andrew era algo que Jocelyn nunca imaginaria que faria.
"Será aqui fora, ou dentro de algum quarto dessa casa, você escolhe." Ele disse andando com Jocelyn enganada em seu quadril.
"Biblioteca." Jocelyn apontou duas portas de vidro que davam para aquele jardim. Leo passou pelas portas e a depositou sentada na grande mesa de trabalho de Andrew. Ele colou suas bocas, enquanto puxava a blusa dela pelos ombros. O sutiã foi rasgado pelas garras dele. Ele se afastou dela, tirou a camiseta e a calça de moletom que ele vestia. Jocelyn sempre se admirava com a perfeição do físico dele, músculos super desenvolvidos, num corpo grande, proporcional. E no centro de seu corpo o pênis enorme em riste apontava do meio dos pêlos loiros de sua virilha. Era uma visão do paraíso.
"Vai ficar aí olhando, me deixando sem jeito?" Ele disse, e ela viu um certo embaraço em seus olhos.
Jocelyn se levantou, baixou seu jeans e calcinha e se sentou novamente abrindo as pernas.
Leo se ajoelhou lhe lambeu a buceta de forma lenta, a degustando.
"Você não imagina a saudade que eu tive disso. Esse cheiro é tão precioso pra mim!" Ele disse erguendo os olhos para ela a língua ainda entre suas pernas. Ela se ajeitou, ficando bem na beirada da mesa. Leo não se fez de rogado a estimulou com a língua lambendo e sugando seu clitóris até Jocelyn implorar que ele entrasse nela. Ele se endireitou e entrou nela com um movimento firme. Jocelyn gemeu. Ele rosnou na primeira vez que saiu e voltou pra dentro dela e em todas as outras. Jocelyn se apertava contra ele, cruzou as pernas para o trazer o mais profundamente dentro dela que fosse possível. E se beijavam. Leo a beijava no pescoço, no queixo, nos olhos, e a invadia a boca com a língua, enquanto apertava sua bunda em cada vez que se enfiava nela. Jocelyn se sentiu dissolver quando o clímax veio. Leo rugiu sua liberação logo depois.
"Ainda bem que Andrew é humano. Se ele fosse Nova Espécie, iria queimar essa mesa, depois do que fizemos aqui." Ele disse e sorriu.
Jocelyn pensou que depois de tudo o que Andrew lhe fez, aquela era uma ironia bem vinda.
"Eu não vejo a hora de voltarmos." Ele disse a beijando pela última vez e se vestindo. Jocelyn se lembrou de que havia um lavabo ali, pegou suas roupas e foi se lavar e se vestir dentro dele.
Quando saiu, Leo comia carne, um prato com ovos e bacon a esperava.
"Coma, Jo. Afinal tem de comer pra dois agora." Honest disse e sorriu daquele jeito malandro dele.
Leo parou de mastigar.
"O que disse, Candid?" Ele se levantou.
"É o Honest pai. Você é daltônico por acaso?" Jonathan perguntou com um sorriso no rosto.
Jocelyn olhou para Candid, ou o que estava de azul, e ele sorriu acenando.
"Mas você disse..." Leo começou a dizer, mas se calou e um imenso sorriso de desenhou nos lábios cheios.
"Ah, que se foda! Eu te amo!" Ele a abraçou apertado e a beijou por um bom tempo.
"Pelo amor de Deus, vocês parecem dois coelhos! Vão para o quarto!" Valiant reclamou.

LEOOnde histórias criam vida. Descubra agora