CAPÍTULO 19

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As mãos grandes de Leo a seguraram e ele se encostou nela. Por trás, o calor do corpo dele a incendiando imediatamente. Ele sussurrou no ouvido dela:
"Eu só vou me encostar um pouco em você, pode relaxar." Ele colocou uma perna no meio das dela. Uma perna grossa, muito musculosa. E inspirou o cheiro de sua nuca. Jocelyn ficou em silêncio, ela estava sem palavras, estava sentindo o peito aquecer o coração acelerar e seu meio das pernas se molhar. Ele inspirou forte, ela ouviu.
"Isso é apenas uma reação física. Você é fêmea, eu sou macho, apenas isso."
Jocelyn não acreditou que ele disse isso.
"Como é que é?" Como ele ousava dizer que ela era qualquer uma? Ele estava com ela em seus braços, depois de tanto tempo e dizia que era só atração de um macho qualquer por uma fêmea qualquer. Ela tentou se afastar dele.
"Eu estou errado? Nós nos odiamos ou não? Mas sinta isso." Ele a puxou de volta e a apertou contra a sua ereção. Jocelyn arfou. Ele roçou o pau duro bem no meio da bunda dela.
"Eu não odeio você." Ela disse e Leo os movimentou rapidamente, ficando em cima dela.
"Eu também não odeio você, Jo." Ele disse o diminutivo dela com voz rouca, sensual, mas havia um tipo de carinho por trás do tom.
"Mas coisas demais aconteceram. Eu até posso reconhecer que houve erros dos dois lados. Agora, porém, Jonathan é nossa prioridade. Você não pensa assim?" Ele raspou as presas no ombro dela agora roçando seu pau  no meio das pernas de Jocelyn. No exato lugar onde ela mais o queria.
Ela concordava e discordava com ele ao mesmo tempo. Ele dizer que 'até podia reconhecer' acendeu uma fúria nela, que ela quase se soltou dele, mas a outra parte da fala dele fazia sentido para ela.
Ele subiu o rosto e a encarou. Jocelyn não resistiu a mergulhar no verde dos olhos dele, intenso, uma mistura de verdes e amarelos rodeando a pupila alongada de gato. Ele cheirou seu pescoço e depois deu uma lambida bem longa, a saboreando.
"Meu Deus, Jo! É como se todos esses anos não passassem de instantes. É como se fosse aquela manhã em que você sorriu e se foi..." Os olhos dele mudaram de cor. Jocelyn estava quente e úmida, seu corpo todo a mercê dele, ela o fitou, passou uma mão pelo rosto dele e a enfiou entre os cabelos volumosos.
Ele lhe tomou a boca e ela viu estrelas. O choque macio dos lábios cheios de Leo roçando os dela, sugando, e por fim invadindo sua boca, da forma intensa como só ele podia fazer, foi demais, ela o agarrou pelos ombros fortes se esfregando em todo o corpo forte sobre ela.
Leo porém, afastou os lábios deles, juntou sua testa com a dela e respirou fundo.
"Você já está inundada do meu cheiro, apenas os leãozinhos poderão dizer que não compartilhamos sexo." Ele rolou para um lado da cama. Jocelyn sentia seu meio latejando, ela o queria, foram nove anos de muita saudade, muito desejo.
"Leo. Eu quero você." Ela não deveria implorar, mas ela estava excitada demais para voltar atrás agora.
"E eu te quero, Jocelyn, quero demais, quero tanto que você poderia ter enfiado literalmente uma faca em meu coração e torcido, que ainda  iria te querer, mas não podemos misturar as coisas. Vamos conversar, vamos colocar as coisas em pratos limpos." Ele não estava a rejeitando, mas ela sentia como se estivesse. Uma vantagem de não ter sido tocada por ninguém nesses anos todos, foi não ter sido rejeitada, porque aquilo doía.
Ele a abraçou e a colocou sobre seu corpo. Seu peito era tão amplo, tão quente, ela ficou por uns minutos ouvindo o coração dele bater. Ele lhe tocava os cabelos.
"Eu me sinto rejeitada." Ela contou.
"Talvez você não concorde comigo, mas é melhor que se sentir um idiota. Bastou você apontar a cama, e eu vim, como um cervo sedento a um manancial de água. E me custa muito não entrar em você agora, Jocelyn. Temos inclusive pensar numa gravidez, já imaginou?" Ele disse.
"Com certeza deve haver camisinhas nesse quarto, aqui estava virando um bordel, pelo que eu vi."
Ele riu.
"Eu nunca usaria aquela coisa! Nem saberia colocar, sem falar que nunca usaria nada que me impedisse de te sentir totalmente, sentir seus músculos internos, a suavidade da sua buceta. Não, não me tente, Jo!" Ela ia aquecendo cada vez mais a cada palavra. Quase não ligava para a ameaça de uma gravidez, ela devia estar louca.
Engravidar dele de novo! Com uma ameaça do calibre de Andrew, rico e com dois clones assassinos a disposição, um deles sendo um vidente?
Ele a abraçou.
"Durma, Jo. Não sou um bom mentiroso e amanhã quando a notícia de que estamos juntos se espalhar, esse zoológico vai ficar pequeno."
Ela tinha passado a maior parte da noite em claro, talvez conseguisse dormir se fechasse os olhos. Não. Impossível, com ele ali. A mão dele estava por dentro de sua camiseta, ele lhe tocava a lateral de um seio com o dedo, de leve.
"Não consigo." Ela se mexeu.
"Talvez eu possa ajudar." Ele a olhou com malícia. Se mexeu, fazendo com que ela se deitasse  de costas e lhe tirou a camiseta. Tomou um seio na boca, enquanto seu dedo lhe abriu as dobras de sua vagina e dedilhou levemente seu clitóris. Jocelyn fechou os olhos. Isso! Leo beijou o outro seio, mas ela estava impaciente e guiou sua cabeça para o meio de suas pernas, era lá que ela o queria.
Ele lambeu. Várias vezes bem longamente, como se sua buceta fosse um sorvete. Jocelyn queria segurá-lo contra ela, mas ele a prendeu bem na cama, com as pernas bem abertas. Ela tentou rebolar na cara dele, mas não conseguiu, só aumentou o tesão enquanto ele ainda lhe lambia longamente.
"Leo! Por favor." Ela pediu. Ele continuou, mas agora ele friccionava a língua e a vibrava em cada lambida. Jocelyn sentia a onda vindo, mas ela queria mais rápido. Leo continuou com o mesmo ritmo, Jocelyn balançava a cabeça e tentava mover as pernas, mas estava bem presa e aberta a disposição dele.
Leo introduziu um dedo dentro dela e intensificou as carícias em seu clitóris, o sugando e chupando, além de morder. Jocelyn gritou pedindo para ele não parar, ele continuou e a chupava forte quando ela gozou.
Foi como se ela se esmigalhasse em milhares de pedaços e esses pedaços, mais leves que o ar, subissem até o sol, derretessem com o calor e caíssem como uma chuva sobre ele.
Ela fechou os olhos, ele se deitou ao lado dela e a abraçou apertado. Não disse nada, apenas descansou o queixo sobre a cabeça dela. Jocelyn dormiu.
A tarde se iniciava quando ela acordou, o quarto estava escuro e ela se sentiu tentada a continuar deitada com os olhos fechados. Jonathan, todavia, já devia estar de pé e precisaria dela, afinal ali era um lugar estranho para ele.
Ela vestiu a mesma camiseta que estava vestindo de madrugada e saiu, precisava ir ao banheiro. Ela ouviu que os outros estavam na área de churrasco, se apressou a usar o banheiro, aproveitou para tomar um banho. Enquanto se ensaboava, ela pensou se não estaria tirando o cheiro de Leo da pele dela, pois não foi por causa disso que ele dormiu com ela?
Mas concluiu que não podia ficar sem tomar um banho, então teria de perguntar como essa coisa de ter o cheiro dele funcionava.
Ela não tinha nenhuma objeção se tivessem de dormir juntos de novo.
Ela voltou ao seu quarto, vestiu um conjunto limpo de moletom e saiu a procura deles na área de churrasco.
O primeiro que viu foi Hush sentado ao lado de Jonathan que lia para ele. Um dos trigêmeos, o que usava sempre vermelho, estava com os olhos vidrados num tablet. Jocelyn nesse momento constatou que era Simple, o líder, o mais velho. Leo cuidava da churrasqueira.
"Mamãe! Finalmente! Eu já ia acordar você, vai escurecer! Se continuasse dormindo, acabaria trocando o dia pela noite." Jonathan disse. Ele lhe mostrou o livro, o mesmo livro que Leo iria ler para ele na noite anterior. Havia um leão na capa e o titulo em letras estilosas dizia: O leão mais corajoso do mundo." Ela sorriu e se sentou ao lado dele.
"Ovos?" Leo perguntou ao mesmo tempo que colocou um prato de ovos com bacon na frente dela, o cheiro fez seu estômago roncar, Hush e Jonathan riram.
"Obrigada." Ela começou a comer e Jonathan a olhava, como se também quisesse.
Não demorou muito e um prato enorme lotado com ovos e bacon foi colocado na frente dele também. Ele encheu a boca, mas teve de engolir tudo de uma vez, quando Jocelyn o cutucou.
"Obrigado, Leo." Leo acenou.
Será que a vida deles teria sido assim, carne na chapa no por do Sol, conversas preguiçosas até a noite cair e eles irem para a cama e se consumirem de paixão? Ela deu de ombros. A vida era o que era, estavam ali para decidir o futuro de Jonathan. Ele deveria finalmente ser integrado ao lugar que lhe pertencia por nascimento, mas foi tirado dele devido a escolhas erradas de seus pais, no caso, ela e Leo. Era a obrigação deles como pais tentar proporcionar essa transição o mais calma, amorosa e segura que pudessem.
"Será que Flora faria um livro para mim?" Jonathan perguntou a Leo.
"Eu acho que sim, por que ela não faria? Ela é um doce de filhote. Eu a amo muito. Ela sempre vem aqui." Leo respondeu. Jocelyn estava descobrindo que a cara fechada dele era apenas uma fachada e que seu ponto fraco eram as crianças. Foi inclusive por causa delas que ele fundou aquele zoológico. Crianças amam animais, crianças eram puras, e animais também.
"Só tenha cuidado na hora de pedir. John é um pouco possessivo com ela." Jocelyn achou estranho. John se portava como criança. Uma criança inteligente, mas ainda assim, uma criança.
"Eu que o diga, ele quase pôs tudo a perder ameaçando Jonathan naquele telhado." Simple disse.
"Eu estava falando de Ann Sophie. Ela parece ser uma menina legal." Jonathan disse. Jocelyn viu o olhar dele se tornar sonhador ao dizer o nome de Ann.
"Se você diz..." Simple deu ombros. Jocelyn o estava achando diferente.
"Ela me pediu para conversar com você." Jonathan disse olhando para Leo.
"Quando?" Jocelyn não se lembrava de ter visto Jonathan conversar com Ann na filmagem.
"Honest ligou para ela, eu estava nervoso e ela conversou comigo." Jonathan informou.
Jocelyn sorriu.
"Ela quer apadrinhar um filhote de leão. Eu disse que iria falar com você, ela me disse que você faria o que eu quisesse, por que é meu pai."
"Nem chegou e já está chantageando seu pai, Jonathan? Eu gostei disso." Simple abriu um imenso sorriso para Jonathan. Jonathan ficou pensando no que ele disse, sua expressão confusa. Jocelyn, porém, não ficou calada.
"Jonathan não faria isso! Ele não é esse tipo de pessoa, Simple! Tenha certeza disso." Ela se levantou.
Simple ergueu o olhar e ela ficou surpresa com a frieza e o desdém que viu ali.
"Se você diz..." Ele disse.
"Eu não estou te chantageando, Leo. Eu expliquei pra ela, eu disse que só ia falar com você, eu juro!" Jonathan se levantou e Jocelyn viu que ele começou a ficar nervoso, sua calda se mexendo de um lado a outro.
"Me desculpa, então? Eu não conheço você, Jonathan. Me desculpa?" Simple se levantou e ficou ante Jonathan.
Jonathan se sentou de volta.
"Tudo bem." Ele se sentou.
Simple olhou para Leo.
"Acho melhor ir embora. Vamos ficar de olho em você sabe quem." Ele disse e saiu.
"Eu juro que não quis chantagear você." Jonathan insistiu.
"Honest não vê as coisas como nós, Jonathan. Ele e os irmãos estão sempre aprontando. Ele ainda não conhece você e te mediu pela régua dele, pois eles são manipuladores natos."
"O que significa medir pela régua dele?"
"Significa que se fosse ele no seu lugar, ele faria chantagem emocional para conseguir o que queria."
Jonathan suspirou.
"Eu gosto mais de... Espera aí, Leo, eu pensei que ele fosse Simple, mas você o chamou de Honest." Jocelyn firmou os olhos em Leo. Pride chamou Candid de Honest também, no dia do almoço.
"Eu troco o nome deles às vezes, você vai ver isso por aí também. Bells os chama pela cor da camisa. Simple usa vermelho, Candid, azul e Honest sempre está de verde. Foi a mãe deles que começou com isso e eles continuam como uma forma carinhosa de mostrar que a amam." Ele respondeu.
Para Jocelyn, isso era apenas uma forma de não contar que eles se passavam um pelo outro. Isso explicaria por que ela sentiu muito mais medo daquele Simple do que do outro, quando ela esteve ali da primeira vez. Ela ainda não entendia direito como eles faziam, mas ia descobrir.

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