23- O Que JK Achava De Mim...?

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Virando seu rosto para que ele me olhasse, seus olhos passavam por tudo atrás de mim, menos para o que eu queria que ele olhasse, meus olhos. Colocando minha mão na lateral de seu rosto, eu consegui chamar sua atenção e ele me olhou sério. JK nunca me deixaria encostar nele como estou fazendo agora e isso me deu mais liberdade de me aproximar e tentar corrigir algumas coisas.

– Diz o que você tem para dizer, estou te ouvindo. Não direi nada– Concordo com a cabeça dando permissão para ele continuar.

Eu tenho certeza, ele não me pediria só desculpas, JK estava hesitante para dizer o que ele tem para dizer e desistiu quando eu perguntei se ele estava me pedindo desculpas.

Tirando minha mão de seu rosto, ele segurou ela e deitou sua cabeça em meu ombro outra vez. Depois de um tempo em silêncio ele iniciou.

– Desculpa– Repetiu– Eu pensei que você fosse como eles– Falou baixou a última frase, mas eu consegui ouvir.

– Eles quem?– Pergunto fazendo ele negar com a cabeça.

– Desculpa pela Jessica, eu nunca estive afim dela, só achei que fosse uma pessoa melhor para o JungKook, do que você– Revelou.

Eu prometi que iria apenas escutar ele falar, mas eu estou com tanta vontade de dizer algo em relação a isso.

– Para mim você estava forçando algo com JungKook com sua bondade, querendo se aproveitar dele porque tem dinheiro, mas você é assim. Ricos são pessoas aproveitadoras que acham que são os donos do muito, eu tinha essa visão de você. Em todo momento você me mostrou o contrário, porém eu estava cego. Por causa de algumas eu pensei que todos fossem do mesmo jeito.

– Você me tratou desse jeito porque eu tenho dinheiro?– Pergunto.

Ele não é a primeira pessoa que conheço que generaliza os ricos como pessoas ruins ou esnobes. Eu sempre tive a minha essência, posso não saber o que é precisar de dinheiro, mas eu me ponho no lugar de cada um mesmo sabendo que não é a mesma coisa. Existe pessoas como eu pelo mundo, e por causa dessa generalização acabamos sendo como "eles" na visão de todos. Eu não sou como eles e nem quero, como disse, eu tenho minha essência. Meus pais me criaram para amar e ajudar ao próximo como a si mesmo.

– Sim, eu não queria que uma outra pessoa rica entrasse na vida dele– Levantou a cabeça de meu ombro e olhou para a janela– JungKook me fez ver quem você é.

– Outra pessoa rica?– Pergunto confusa.

Ele ficou em silêncio e bebeu a água que pediu. Quem seria essa pessoa rica? O que ela fez para o JungKook que tenha deixado JK tão irritado e revoltado para levantar essa generalização em relação a pessoas igual a mim?

Seu silêncio deixa claro que ele não quer entrar nesse assunto. Eu não consegui tirar uma palavra de sua boca depois de ter perguntado pela tal pessoa. O vôo inteiro foi em silêncio. Eu não falei com ele nem ele falou comigo. A primeira classe ficou tão silenciosa que eu pude ouvir algumas vozes de pessoas da outra classe. Se um mosquito passasse, eu poderia escutar nitidamente por onde ele está.

Não foi constrangedor, contudo, percebi que acabei tocando em uma ferida do JK, esse deve ser um dos maiores sentimentos de raiva que ele guarda ao lembrar dessa pessoa. Eu posso não entender, porém eu tento. Não vou insistir para que ele me diga o que aconteceu, apenas vou esperar o momento que ele esteja preparado para me contar.

No aeroporto eu e JK fomos recebidos pela Aye, eu contratei ela como minha guia turística por alguns dias quando não estivesse resolvendo as coisas do lakorn. Animada, antes mesmo de voltar para Tailândia, me deu uma programação do que vamos fazer aqui. Eu sei que tem muitas praias, e eu quero deixar meu rastro por uma delas.

Abraçando-me forte, sorriu e olhou para JK ao meu lado, mesmo sério, ele cumprimentou ela adequadamente e forçou um sorriso. JK está tentando ser simpático.

– Como vocês estão? Já estava com saudades!– Seu tom sai animado.

Em seu rosto está um grande sorriso, de orelha a orelha. Tem uma semana que ela voltou para o país natal dela, mas sinceramente, parece que foi meses. Estou me aproximando tanto dela e nos damos bem que parece que nos conhecemos desde a infância. Depois daquele dia, eu fiquei muito grata a ela por ter me ajudado. De fato eu não sabia o que fazer.

– Vamos passar mais alguns dias juntas– Falo fazendo ela concordar com a cabeça.

– Welcome to Thailand, my dears– Aye sai do caminho amostrando o que tem em nossa frente, Tailândia.

Me ajudando com a minha bagagem de mão, começou a andar pedindo para que seguissemos ela. Para minha surpresa, um táxi já estava a nossa espera. As cores amarela e verde foram os que me chamaram atenção, eu nunca perderia um táxi na Coreia se eles fossem dessa cor, sempre veria eles de longe em qualquer lugar que eu estivesse. O verde com amarelo chama a atenção de qualquer um mesmo que não queira. Estou mais ansiosa para conhecer mais coisas da Tailândia.

Entramos no táxi depois de colocar nossas malas no porta malas, com um papel em mãos me entregou depois de ler e dizer algo ao motorista. Nele está escrito um endereço, que provavelmente é do hotel que ela reservou um quarto para nós dois. Passamos por muitas ruas antes do carro parar em um lindo hotel preto com um incrível jardim ao lado de fora. Ele é perfeito. Pegamos nossas malas e entramos depois da Aye que estava caminhando em direção a recepção. Não deixei de olhar por todos os lados admirada com a beleza interior do hotel. A mesma cor que é ao lado de fora, é ao lado de dentro. O preto brilhava com a luz do imenso lustre ao meio do hotel. Algumas plantas exóticas, deixa ainda tudo mais espetacular.

– Jinjoo, escutou o que eu disse?– Aye pergunta piscando os olhos freneticamente.

– Desculpa, não escutei. Estava admirando a beleza do hotel– Falo dando um sorriso sem jeito.

– O chave do quarto– Balança o braço que parece está extendida por um bom tempo em minha direção.

Pego o cartão de sua mão agradecendo a gentileza.

– Quarto 502, quinto andar– Fala olhando para nós dois, um olhar um tanto quanto suspeito, eu diria– Volto para encontrar vocês mais tarde, ou amanhã dependendo do cansaço da viagem ou do que vocês vão fazer quando estiverem a sós. Não é de interesse meu, mas aproveitem.– Ela sorriu e saiu.

"Me liga quando precisar" Ela falou já de longe acenando para nós dois que continuamos parados até ela desaparecer. Aye está animada hoje.

Procuramos pelo elevador e entramos apertando o quinto andar. No caminho, alguns tailandeses entraram no elevador nos cumprimentando com palavras e outros apenas entraram fazendo um sinal com a cabeça. Eu consigo sentir o ar diferente da Tailândia e Coréia.

As portas se abriram no quinto andar e eu saí junto com JK. Olhando os números na porta, o nosso quarto é ao lado da porta quinhentos. Passando o cartão, a porta se abriu e JK entrou primeiro pegando minha mala junto a dele. Depois que passo por ela, eu ligo a luz para ver melhor o corredor. Fecho a porta e começo andar o corredor para ver como é o quarto. Quando chego ao fim do corredor, vejo JK parado olhando para um local fixamente. No momento em que me aproximei, terminando de passar pelo corredor, olho em direção do local que está chamando sua atenção. A cama está com pétalas de rosa sobre o colchão e uma luz vermelha saindo da cabeceira. Olho para cima e dei um sorriso. Tem um enorme espelho no teto na direção da cama. Eu me arrepiei toda apenas vendo o espelho no teto. Agora eu entendo o "Aproveitem" da Aye.

Aquela luz vermelha que está iluminando uma parte da cama, deixa o ar cheirando a futuras relações sexuais. Sem nenhuma maldade eu olhei para o JK que tirou seus olhos do espelho e me olhou. Eu não sei porquê, mas ele sorriu também. Ele sorriu para mim inclinando a cabeça um pouco para o lado. JK tinha uma feição diferente, que facilmente eu trocaria com jungKook. Se virando para cama pegou uma pétala de rosa, sentindo-a com seu tato.

Eu não sei o que passa na cabeça dele agora, mas eu tenho certeza que é algo de diferente.

Meu Caminho Incerto - Jeon JungKookOnde histórias criam vida. Descubra agora