Capítulo 58: De volta ao velho mundo.

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Se passaram 3 dias. Eu fiquei preso nessa merda de mundo por 3 dias e 3 noites inteiras. E cada maldito segundo parecia mais longo e mais agonizante.

Na madrugada do primeiro dia eu consegui recuperar uma parte da minha mana, mas havia sido uma quantidade razoavelmente pequena e não foi o suficiente para ativar a única magia que eu acho que seria capaz de me tirar daqui.

Agora Aidem me convenceu a dar uma volta pela cidade com ele. A noite estava fria, mas por sorte tínhamos nos agasalhado apropriadamente. Usamos magia de ilusão para alugar uma casa e comprar roupas, então até que podíamos nos misturar na multidão.

Apertei mais firme a espada na minha mão, que estava guardada dentro de uma capa para não chamar atenção. No momento ela era o meu único conforto, a minha única lembrança do meu mundo.

A minha única lembrança dela.

— Aí, quer dar uma passada em Shibuya? — Aidem perguntou.

Olhei para ele de canto de olho enquanto desviava de uma mulher na rua, e não me surpreendi ao vê-lo observando o a redor de forma admirada.

Ele está assim desde que chegou. Provavelmente morava por aqui. Bom, eu também estou agradecido por estar no Japão e não no Brasil, aqui não tem chance de eu encontrar ele.

— Você foi lá ontem, não foi? —

— Mas você nunca veio ao Japão, certo? Eu fui por nostalgia, você precisa turistar um pouco. — Ele me olhou de forma animada. Aposto que ele gostaria de me levar lá, provavelmente teria muito o que falar.

Mas...

— Eu só quero ir pra algum lugar afastado, o ar daqui é horrível e eu acabei de descobrir que eu odeio multidões. —

— hahaha Você ficou mal acostumado, Ken. Primeiro reclamou da cerveja, agora tá reclamando da multidão? —

— É... Acho que acabei me acostumando demais com aquele vilarejo. —

Aidem sinalizou para que eu virasse em um esquina e eu obedeci. Caminhei ao lado dele e o segui para seja lá onde estivesse indo.

Por um momento pensei que tínhamos dado o assunto como encerrado. Eu, particularmente, não tinha mais nada a falar. Mas após um tempo caminhando em silêncio Aidem resolveu falar:

— Não, acho que não foi o vilarejo. Você se acostumou com o mundo. Se acostumou com a sua vida lá. —

Quando eu estava prestes a responder Aidem atravessou a rua e eu fui obrigado a correr para segui-lo.

Assim que vi para onde Aidem estava indo eu diminui a velocidade em que andava, completamente confuso e surpreso com a sua escolha de lugar.

As luzes estavam acessas, mas não consegui ver, ou sentir nenhuma quando usei magia de busca nos a redores.

Parei na entrada do parquinho e observei os brinquedos vazios. Os escorregadores e os balanços abandonados. Vi Aidem parar próximo as gangorras e fui caminhando na sua direção.

Quando ele se sentou em um dos brinquedos e gangorreou as correntes rangendo ecoaram pelo parquinho.

Não consegui conter o sorriso ao ver aquela cena. Aidem brincando em uma gangorra. Gwen mataria pra ver isso.

Foi pensar nela que eu tirei o celular do bolso e tirei um foto. Confesso que foi uma sensação satisfatório, poder registrar em imagem esse momento.

— Se eu conseguir levar esse celular pro outro mundo vou vender essa foto por 1000 moedas de ouro pra Gwen. —

Os pés do Aidem se arrastaram no chão quando forçou a gangorra a parar.

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