Capítulo 59: Lady Mortífera.

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Eu corria o mais rápido que podia, sentindo cada passo pesado contra o chão enviando vibrações por todo o meu corpo. Meu coração batendo acelerado de ansiedade em meu peito. A mana circulando pelos meus músculos aumentando a minha velocidade.

Mas ainda não era rápido o suficiente.

Com a minha magia de busca conseguia sentir a presença do Ken a quase 1 km de distância, mas se aproximando cada vez mais, e em alta velocidade.

Usei magia de vento nos pés para me arremessar para cima, e atravessei de um lado da rua para o outro, passando por cima de carros e pessoas, antes de aterrissar no chão, efetuando um rolamento para amortecer a queda e já me levantando e voltando a correr.

Assim que terminei o movimento, percebi o quão sem sentido ele foi. Estava usando a mana como um suporte para as habilidades que eu tinha na minha outra vida... nesse mundo... em outro tempo.

Assim eu nunca vou alcançar o Ken.

Virei em uma esquina, me esquivando de algumas pessoas reunidas em frente a uma loja de eletrônicos, e disparei correndo por Shibuya.

Pelo menos até uma enorme explosão de energia negra iluminar o topo de um prédio no horizonte, e eu interromper a minha corrida para ver as duas silhuetas que caiam lá de cima, disparando em direção a outro prédio.

A multidão que se espalhava pela rua também notaram o que estava acontecendo, embora eu tenha certeza de que não entendiam, e os gritos desesperados começaram, dando início a uma sinfonia de caos e pavor enquanto as pessoas começavam a correr.

Eu concentrei boa parte da minha mana em meus olhos, ampliando a minha visão e aumentando o meu foco para que pudesse ver mais claramente contra quem o Ken estava lutando, e esperava ver o Rei Demônio, contudo, tudo que vi foi o meu amigo voando sobre os prédios da cidade com seu par de asas brancas enquanto se defendia de golpes e desferia seus próprios ataques contra dois monstros com corpos distintos e bizarramente distorcidos.

A anatomia das criaturas permanecei um completo mistério, mas podia ver claramente os vários braços — mais do que deveriam, na verdade. Estava começando a fluir mana para as minhas pernas quando ouvia um doce voz vindo de trás de mim:

— Você deve ser o outro...

Meu corpo girou sobre os calcanhares e meu braço se moveu automaticamente, desembainhando a espada e disparando um golpe na direção da voz.

Contudo, a lâmina parou abruptamente, como se atingisse algo sólido e inabalável, o impacto percorrendo os músculos do meu braço e os deixando formigando, uma forte pressão sendo liberada no ar como resultado choque.

Franzi o cenho, surpreso e irritado, ao ver uma mão envolta em energia Core segurando a lâmina da minha espada com aparente irrelevância.

A reconheci na mesma hora, mesmo que a tenha visto apenas por um instante antes do Rei Demônio me mandar voando para longe. Era a mulher que estava com ele quando passou pelo portal.

— Está procurando seu amigo? Que gracinha, ficou preocupado? — A voz dela era meiga e doce, mas aqueles olhos não podiam me enganar. Já vi muitos com o mesmo olhar. Era o olhar de uma assassina. — Robin e Iman estão brincando com ele agora, poderia não atrapalhá-los?

— Claro — Respondi, deixando a minha mana descer pelas minhas pernas e fluir para o solo de forma sútil. — Aposto que ele se vira com os filhos, enquanto isso... Eu vou empalar a mãe deles.

O asfalto rangeu e estalou, com uma enorme rachadura se formando na sua superfície, e, quando a mulher olhou para baixo, vi o momento em que seus olhos se arregalaram de surpresa ao notar a estacas de aço brotando do chão.

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