Capítulo 37: Diferença de Poder.

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Senti o gosto de sangue inundar a minha boca. A minha cabeça doía de forma insuportável. Mas o pior era a sensação de estar entre a morte e a vida. Perdendo a consciência e a recobrando no mesmo instante. Era como se eu estivesse começando a dormir, e as vezes acordasse de uma vez e depois voltava a dormir.

Quando a minha visão se ajustou a primeira coisa que eu vi foi o rastro de destruição na minha frente. Parecia que um foguete havia passado voando ali, queimando a grama e árvores na sua frente por uma distância de 6 metros. Aquele era, provavelmente, o resultado do golpe que me derrubou.

A vários metros de distância eu vi o homem que me atacou. Ele vestia uma blusa preta e tinha um cachecol feito de penas, também na cor preta, enrolado no pescoço. Sobre seu peito recaía uma corrente de crucifixo.

O homem estava parado com uma postura ereta, a cabeça sempre erguida. A própria postura dele já transmitia uma certa arrogância. Stephanie estava a menos de 1 metro dele, com as costas escoradas em uma árvore como se estivesse tentando se afastar mas tivesse chegado ao limite de onde poderia ir.

Comecei a tentar me levantar, mas a dor no corpo era demais e eu acabei caindo sentado novamente. No momento em que eu caí no chão o homem se virou para mim, provavelmente por ter me escutado caindo.

Senti um calafrio percorrer meu corpo quando fiz contato visual com aquele homem... não, parece muito ridículo chamá-lo de homem. Ele é uma coisa. Como se ele fosse o próprio poder. Ken é, tecnicamente, um anjo caído, mas mesmo assim eu ainda o enxergo como um humano no corpo de um anjo. Esse homem é diferente. Sua postura é mais do que confiante. Seu tom de voz era forma como fala e age é mais do que arrogância. Ele tem total certeza de que não perderia em uma luta, e eu também tenho certeza de que ninguém o venceria.

Seria isso o real significado de ser um verdadeiro Anjo Caído? Ou esse homem é algo a mais que isso?

Comecei a fluir mana pelo meu corpo, fortalecendo meus músculos, enquanto ativava a magia de cura. Pela primeira vez desde que eu cheguei nesse mundo a magia de e ura não me passou uma sensação de alívio. Dessa vez foi como se casa ferimento que a magia curasse estivesse sendo aberto e revirado antes de finalmente começar a curar. Não consegui evitar de gritar de dor enquanto me levantava, apoiando com o braço em uma árvore.

A 6 metros de distância o homem me encarava imparcial. Seu rosto totalmente inexpressivo. Aqueles olhos vermelhos me encarando com uma intensidade que se tornava sufocante.

Stephanie escorregou com as costas na árvore até se sentar no chão. O homem pareceu não se importar. Seja lá o que ele estivesse prestes a fazer, ele provavelmente me achou mais importante que isso.

Quando finalmente consegui ficar de pé eu levei a mão até a cintura, tentando pegar a minha espada, mas não encontrei nada. Foi só nesse momento que eu percebi que o Rei dos Elfos, Reynolds, havia confiscado a minha espada quando eu fui preso e eu fugi sem recupera-la.

— Maldito seja esse imbecil... — Eu xinguei, mas estava mais bravo comigo mesmo do que com o Elfo.

Reuni todas as minhas forças para soltar a árvore e me manter de pé sem nenhum apoio. Mantive contato visual com o homem o tempo todo, e ele fez o mesmo, me encarando sem alterar nem por um segundo a expressão em seu rosto.

Abri o armazenamento dimensional e retirei lá de dentro uma espada comum que eu havia comprado quando cheguei nesse mundo mas nunca usei, pois acabei me acostumando demais a minha katana. Agitei a espada no ar, testando seu peso e equilíbrio. Era uma boa espada, mas se comparada a minha Katana então essa era uma péssima espada.

Apontei a lâmina da espada para frente, na direção do homem, e flui mana até as minhas cordas vocais, fazendo com que a minha voz se tornasse mais alta e nítida quando comecei a falar.

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