Mike Rodrigues, de 29 anos, jogava um jogo mundialmente conhecido, o "Enchanted World Online", um jogo VRMMORPG, o mais famoso jogo de realidade virtual, com imersão completa.
Na noite em que EWO iria fechar o servidor e ser fechado, Mike resolve jo...
Mike estava no último andar da torre principal do Palácio de AquaLand. Um quarto grande e luxuoso, decorado com as melhores tapeçarias e mobílias, com uma grande cama com dossel no centro dele.
A noite havia chegado, e com ela vinha a parte mais chata daquele dia.
O Aniversário do Primogênito do Império.
A verdade é que ele odiava aquela data, pois era uma mentira. Tudo nela era uma mentira.
Ele odiava mentir.
Mas naquele dia ele tinha. Era seu dever cumprimentar seus súditos, receber os parabéns deles, e os olhar nos olhos e mentir dizendo que iria trazer prosperidade para o Império quando assumisse o trono do seu pai.
Como se eu quisesse aquele trono carregado com grilhões de responsabilidades — ele pensava. Odiava seu aniversário, mas, assim como o dia pedia, mentia dizendo que gostava.
Afinal, esse era um dos poucos momentos em que todas as famílias principais do Império estavam reunidas. Os Yggdrasil, os Lúcifero, os Eregond, os Falckhan e todas as outras famílias reunidas em uma grande festa.
Se tivesse que mentir todo ano, dizendo que estava ansioso para receber os presentes deles, talvez aquilo continuasse a acontecer todos os anos.
Ele caminhou até o espelho no canto do quarto, pegando a seu casaco, que repousava, meticulosamente dobrado, ao lado da sua espada em cima da cama, antes de parar em frente ao espelho, observando-se no reflexo e respirando fundo.
— Vamos lá, Mike! Hoje é o grande dia! É hoje que você vai pedir pra ele! Tenha coragem! — ele falou pra si mesmo, seu olhar fixos nos azuis que via no reflexo do espelho.
Então vestiu o casacos sorrindo para si mesmo de forma confiante, esperando que essa máscara o desse forçar para tornar aquela confiança em verdade.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— É isso aí! Dezesseis anos, lá vou eu!
Ele se virou, caminhando em direção a porta do quarto, mas se deteve por um momento ao tocar a maçaneta. Hesitante, ele virou o rosto para trás, olhando por sobre o ombro na direção da cama, mais especificamente para a katana.
Aidem o havia treinado bem, incrustado nele o instinto de espadachim que o fazia se sentir seguro com uma espada na cintura, e pelado sem ela.
Mas ele não precisava de uma hoje, é o que ele dizia a si mesmo. Hoje era um dia de festa, risadas e diversão. Não para espadas.
Além disso, se eu levasse ela no meu armazenamento dimensional seria pior — ele refletiu, voltando sua atenção para a porta enquanto a abria. — Seria como estar mentindo, e eu odeio mentiras.
A portal se abriu silenciosamente, como se deslizasse no ar quando Mike a puxava, mas, por um momento ele pensou ter ouvido um leve ranger.
Parou, franzindo o cenho e aguçando seus sentidos para ver se ouvia algo. Fluindo a mana pelo corpo e a concentrando em seus canais auditivos.