Pisando em ovos

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"Vou entrar em 20min, queria te ver..."

Bruna leu mensagem e ficou pensativa. Mas não demorou para responder.

"Te encontro em cinco minutos no hall da garagem, pode ser?"

"Já estou indo para garagem" emoji de coração.

Bruna sorriu e acelerou para arrumar suas coisas para descer. Quando estava de saída foi abordada pelo Bernardo. Ele queria falar sobre a escala dela, algumas folgas. Bruna estava impaciente, pois o tempo estava passando e nada de conseguir descer. Não poderia deixar de dar atenção a ele, principalmente por ser um assunto de trabalho. Passaram alguns minutos, uns dez para ser exata e então Bernardo a liberou pois por sorte foi chamado para resolver outro assunto. Bruna que estava inquieta, correu para os elevadores. O elevador não chegava, as vezes demoravam mais de dez minutos, ela então tirou os sapatos e desceu às escadas, eram dezesseis andares. Bruna chegou na garagem esbaforida, Taís já estava esperando um elevador para subir.
- Desculpa! - Bruna falou recuperando o fôlego e continuou: - Bernardo me pegou para falar de escala...- apoiou a mão no ombro da Taís para recuperar o fôlego.
- Você poderia ter me avisado... - Taís estava chateada, mexeu o ombro pada tirar a mão da Bruna: - Bom, deixa para lá.  Preciso subir... - olhou para baixo desanimada.
- Porque você não me contou que estava morando com o Paulo? - Bruna questionou.
- Sério que você conversar sobre isso agora? Bruna, tenho que subir, já estou atrasada...
- Pera aí... Eu não tenho culpa do meu chefe ter me abordado na hora que eu estava descendo. Como eu poderia ter te mandado mensagem...? - Bruna pegou na mão da Taís e continuou: - Eu desci dezesseis andares de escada, correndo, só para tentar te ver... - Bruna olhou suplicando um sorriso da Taís.
- Você está toda suada...- Taís sorriu e passou a mão no cabelo da Bruna.
- Pois é...Por você! - Bruna pegou na cintura da Taís e a empurrou para um canto mais discreto. Pediu passagem para um beijo, Taís concedeu sem relutar e retribuiu ao beijo com sua língua. Mais um beijo apaixonado a princípio conduzido pela Bruna, cheio de vontade, com algumas mãos bobas da própria Bruna. Taís sentiu seu corpo inteiro tremer quando Bruna beijou seu pescoço próximo da orelha.
- Bruna... Aqui não... Alguém pode ver a gente... - Tais falou entregue em meio a sussuro. Ela tinha razão, Bruna não estava sendo cautelosa.
- Desculpa... Você tem razão... - Bruna se recompos e deu mais alguns beijos rápidos nos lábios da Taís e falou: - Você ainda tem as chaves do meu apartamento?
- Te devolvi, esqueceu?
- Você acha que podemos nos encontrar lá depois que você sair? Deixa eu procurar minhas chaves... Quer dizer preciso fazer algumas coisas, mas acho que consigo chegar as quatro ou cinco da tarde.
- Bruna, o que você quer fazer? Digo, onde você quer chegar? - Taís interrompeu a Bruna.
- Eu?! Quero ficar com você mais a vontade... Aqui no trabalho e em restaurante não dá...
- Não foi isso que quis perguntar... - Taís respirou fundo e se posicionou mais ereta e firme: - Não quero ir para o seu apartamento, quarto ou afim por enquanto. - Taís falou, Bruna franziu a testa confusa.
- Não entendi... Porque você não quer ir?
- Quero ir com calma nessa nossa "amizade". - Taís se impôs. Bruna arqueou as sombrancelhas e apertou a boca, entendia os motivos claros da Taís.
- Tudo bem... Eu te entendo. Esquece o que eu falei, foi uma bobeira. - corou, sentiu alguma vergonha pela proposta. Taís pegou no queixo da parceira falou:
- Ei! Não quer dizer que a gente não possa continuar aos poucos e ver no que vai dar. Só não quero atropelar as coisas... Precisamos cuidar para não sofremos. Entende?- Taís foi lúcida e sábia.
- Taís... Você está repleta de razão, eu me precipitei. - Bruna ainda envergonhada.
- Bom... Eu preciso realmente subir... - Tais deu um suave beijo na boca da Bruna, pegou o elevador e subiu. Bruna ficou um tempo ali parada, de braços cruzados, pensativa. Até que ajeitou a bolsa no ombro, calçou os sapatos que havia tirado para descer as escadas com mais facilidade, e foi para seu carro seguir sua rotina.
Depois de passar na feira ligou para Flávia, hoje não era dia de caminhar, mas queria muito ver a amiga. Era a única com quem tinha coragem de desabafar sobre o assunto.
- Oiii, tudo bem? - Flavia atendeu.
- Podemos nos ver? - Bruna pediu.
- Eu preciso ir no shoppingo comprar umas roupas para o Rodolfo...
- Vou com você... Tenho algum tempo antes de buscar Nandinha na escola.
- Tudo bem.
- Estou perto, se você ja estiver pronta, posso te buscar.
- Ok, vou me arrumar aqui rapidinho e já desço.... - Flávia deu uma pausa e continuou: - Amiga, está tudo bem?
- Está...
- Tudo bem, ja desço.- Flávia sabia que Bruna estava passando por um turbilhão emocional.
Bruna deu alguns minutos em uma vaga na rua pois sabia que Flávia demorava para se arrumar. Enquanto aguardava, Bruna resolveu mandar uma mensagem para Taís.

" Sobre hoje, desculpa se eu fui muito atrevida, afobada... Eu sei que as coisas estão confusas e que você está se protegendo. Só quero que saiba que o que sinto por você é autêntico, não quero fazer você sofrer, se eu perceber que estou fazendo isso eu mesma irei resolver."

Enviou e depois pensou que a mensagem era meio idiota, controladora, imatura, até um tanto quanto dramática. Colocou a mão na testa e tentou apagar a mensagem, mas era tarde, Taís já tinha recebido e lido. Ela estava digitando, parou, digitou novamente e parou. Por fim, ela não respondeu. Bruna não entendia porque vinha agindo assim com tanta impulsividade. Precisava claramente pisar em ovos com a Taís. Respirou fundo e foi buscar Flávia.
No caminho, seu telefone tocou, era Taís.
- Oi, eu... - Taís no viva voz.
- Oi... Mandei a mensagem sem querer, desculpa. - Bruna falou sem graça.
- Você vai ficar pedindo desculpa o tempo todo?
- É, não, é... - Bruna confusa.
- Bruna... Eu estou com você, ok?
- Ok? Eu acho...
- O que quero dizer, é que você não tem que "resolver" nada por nós duas...Eu estou disposta a encarar os riscos do que estamos fazendo. Só reforço que precisamos ir devagar, mas não é por eu estar com alguma dúvida, mas sim para tentarmos construir ao invés de destruir...
- Você... É danada com as palavras, heim?! - Bruna falou sem graça.
- Que foi? Te deixei sem palavras?
- Não... É que você consegue me deixar nua sem tirar minhas roupas.
- Isso é bom. - Tais sorriu e falou: - Preciso desligar, estão me chamando aqui. Nos falamos depois?
- Claro. Beijos...
- Beijos... - Taís desligou o telefone e Bruna sorriu apaixonada, era bom saber que Taís sabia se proteger e que também não tinha dúvidas. Elas só estavam atrapalhadas e confusas. Mas é que tinha tanta carga, tinha o Ricardo, a filha, as pessoas... Ela estava muito distraída. Bruna respirou fundo e parou na porta do prédio da Flávia.

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Nota Autora: Pessoal, sei que essa não é uma fic, por isso agradeço a todos que estão lendo até aqui. Eu preciso confessar que essas duas personagens são repórteres reais, elas existem, contudo não são nem de perto um casal, é uma fantasia pessoal minha. Fantasia com embasamento, se isso pode existir....kkkkk Bom, continuem por aqui, por que Bruna e Taís ainda vão entreter vocês, assim como elas me entretem.

A Previsão do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora