A Previsão do Amor

Mudando as regras

Bruna chegou em casa esgotada, foi logo abordada pela Didi.
- Bom dia, partroa!
- Oi Didi, tudo bem?
- Eu que pergunto.... A senhora está bem? - Didi pergunta desconfiada.
- Estou ótima! - Bruna sorriu e continuou: - Nandinha já foi para a escola? Tentei chegar mais cedo, mas estava um trânsito horrível...
- Ela foi com a van.
- Perfeito! Acho então que vou descansar um pouco... - Bruna falou se espreguiçando e bocejando.
- Tá certo...O que vai ser no almoço?
- Pode ser um peixe, faz um purê de batatas para a Nandinha, ela adora. - Bruna morrendo de sono, estranhou a postura um tanto ríspida da Didi: - Está tudo bem mesmo Didi?
- Ontem o sr. Ricardo ligou, ele queria saber da senhora... - Didi coçou a testa intrigada.
- Eu sei, quando for assim, diz que estou no quarto dormindo. - Bruna pediu. Didi cruzou os braços.
- Mas ele estava preocupado com a senhora, eu também estava. Dona Bruna, a senhora me conhece e sabe que não sou de mentir... - Didi se impôs. Bruna tocou nos braços ainda cruzados de Didi e falou:
- Eu sei Didi... Mas é que o Ricardo fica nervoso e a gente acaba brigando, sei que você não quer isso...
- Não senhora Bruna, eu quero ver vocês juntos, felizes como antigamente.
- É...eu...é... Acho que podemos ser felizes sem estarmos com alguém, não acha?
- Não concordo. A senhora e o senhor Ricardo foram feitos um para o outro. Mas que conversa é essa dona Bruna? - Didi desconfiada.
- Nada Didi, não é nada... Só preciso descansar um pouco. Qualquer coisa me chama. -  Bruna caminhou para o quarto. Chegando lá tomou um banho e se jogou na cama. Não demorou nem dois minutos até que desmaiasse de sono. Dormiu por pelo menos quatro horas seguidas. Foi acordada pela filha que pulou na cama a chamando:
- Mamãe! Mamãe! - a menina balançou o braço da mãe. Didi foi atrás da criança e falou:
- Nandinha, deixa sua mamãe descansar, vamos almoçar. - Didi tentou pegar a menina pelo braço. Bruna despertou e ainda com sono falou:
- Tudo bem Didi... - Bocejou e continuou: - Deixa essa pulguinha aqui... - Bruna pegou a filha no colo e começou a fazer cócegas. Ela caiu na gargalhada.
- Pára mamãe... - a menina pediu arrego a mãe que parou.
- Pronto, ok, parei! Como foi na escola hoje?
- Foi muito legal só que eu tava com saudades de você... - a menina deu carinho na mãe que a abraçou.
- Mamãe está aqui. - Bruna sorriu.
- Onde está o papai? - a menina perguntou confusa.
- Ele foi fazer uma viagem no trabalho, mas logo ele está de volta.
- Logo quando?
- Daqui há alguns dias.
- Poxa...- menina cabisbaixa. Bruna percebeu que precisava dar alguma atenção para a criança.
- Filha... Que tal nós faltarmos sua natação hoje a tarde?
- Mas eu gosto da natação!
- Eu sei, mas acho que você vai preferir ir no parque da Mônica que tem no shopping... O que acha?
- Eba! Eu amo! Vamos logo?
- Calma sua apressadinha! Antes vamos almoçar, e quero ver você comer tudinho.
- Didi, Didi! Vou no parque da Mônica.- a menina correu para a cozinha animada. Bruna ficou sorrindo, feliz com a alegria da filha. Respirou fundo e pegou o celular, tinha mensagem da Taís. Bruna sorriu apaixonada.

"Sobrou pizza, guardei na geladeira para terminarmos de comer hoje..."

Bruna ficou pensativa sobre Taís, ela precisava colocar algumas cartas na mesa, tinha muito medo e precisava falar sobre isso com a Taís, esse era o melhor caminho. Enquanto Bruna refletia, entra uma ligação no celular, era o Ricardo.
- Oi Ricardo.
- Oi, e então vai me explicar o que aconteceu ontem?
- Não foi nada, só tive que dobrar no trabalho...
- Bruna, porque você está mentindo para mim?!
- Honestamente?! Você realmente está em São Paulo preocupado com o que estou fazendo aqui?
- Até onde eu saiba, somos casados.
- E o que tem isso haver?
- Bruna, eu acho que nós precisamos ter uma conversa muito séria quando eu voltar... Enquanto isso não acontece, será que pode se comportar???
- Isso é tão controlador, opressor! Eu não te conheço mais...
- Porque será?
- Olha, eu preciso sair... Vou levar Nandinha no parque novo do shopping.
- E a natação?
- Hoje ela não vai.
- Bacana, você tem mudado muito as regras e rotinas por conta própria. Estou gostando de ver... - Ricardo debochado.
- Posso desligar, ou você tem mais alguma coisa para falar?
- Volto para casa amanhã.
- Não ia ficar mais tempo?
- Acho que estão precisando de mim  casa... - Ricardo desligou, Bruna jogou o telefone longe, irada, nervosa, começou então a chorar. Correu para fechar a porta do quarto para que sua filha não entrasse e a visse daquela maneira. Tentou controlar seu nervosismo e foi tomar um banho para sair com a criança.