Partido em mil pedaços

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Depois da conversa, Bruna saiu de casa, precisava espairecer antes de procurar a Taís como havia prometido ao marido. Seu coração estava partido em mil pedaços. Tentou ligar algumas vezes e não teve coragem para faze-lo. Até que nesse meio tempo, Taís mandou uma mensagem:

"Estou aflita desde ontem, por favor, me dê notícias".

Não teria mais como protelar, Bruna digitou:

"Me encontra em meia hora na saída B do shopping".

Bruna gostaria de marcar no apartamento, pois la estaria mais a vontade, entretanto poderia acabar se rendendo à sua amada, seria difícil resistir. Bruna precisava ser muito convicente a respeito do término. No dia anterior, seu carro havia ficado no shopping, ela tinha de toda forma, que busca-lo.

Em meia hora Taís estava pontualmente na porta do shopping, elas haviam marcado na "saída B".
Bruna atrasou alguns minutos, além disso, estava nervosa, não sabia como agir, resolveu que iria deixar fluir. A única coisa é que não poderia deixar Taís em dúvidas, enquanto que o seu próprio coração estava partido, cheio de dúvidas e com a sensação de estar fazendo a coisa errada.
Assim que avistou Taís, ali na porta do shopping a aguardando de braços cruzados e ligeiramente impaciente, Bruna sentiu seu coração na boca, teve vontade de voltar atrás, mas manteve-se firme, respirou fundo e se aproximou dela.
- Oi... - Taís comprimentou com um sorriso tímido.
- Perdão pelo atraso, o uber demorou... Meu carro está aqui no shopping desde ontem.
- Tudo bem. - Taís sorriu mais uma vez olhando nos olhos da Bruna que sentiu seu corpo tremer e um frio na barriga.
- Vamos entrar? - Bruna apontou com a mão para uma praça que já ficava no hall de entrada do shopping. Em seguida indicou um banco mais discreto no ambiente. Elas sentaram e logo Taís perguntou:
- Como você está? Fiquei muito preocupada... - Tais tinha olhar de preocupação.
- Acabada... - Bruna sorriu e continuou: - Mas sobrevivi.
- Foi um baita porre heim?! - Taís brincou, elas riram. Taís tocou na perna da Bruna que recuou para retirar a mão dela. Taís enrugou a testa confusa.
- Taís... É... eu te chamei aqui, pois queria conversar...
- Ok...? - Tais franziu a testa certa de que algo não iria ser bom.
- Bom, você sabe o por quê tomei o tal porre ontem?
- Não faço idéia... Mas talvez por estar feliz, animada, empolgada?
- Infelizmente não... Eu tenho a terrível mania de beber quando estou em conflitos... - Bruna abaixou a cabeça.
- E Qual é o seu conflito?
- É complicado, não sei como explicar.
- Tenta...
- A verdade é que não vou dar voltas. Vou direto ao ponto. - Bruna respirou fundo e falou: - A gente precisa terminar! - Assim que Bruna falou, Tais arregalou os olhos surpresa e em seguida enrrugou a testa.
- Mas Bruna... Como assim? Quer dizer... Você me disse que estava...
- Apaixonada?! - Bruna precisava ser convincente, encontrou forças e falou: - Taís ontem eu cheguei na conclusão de que eu estava vivendo uma aventura.
- Uma aventura??? É isso que sou para você?!
- Sim... E acho que é injusto com você continuarmos juntas.
- Bruna? Você está se escutando??? Não entendo...É isso, então? Depois de tudo que vivemos, tudo que sentimos? - Taís nervosa.
- Não queria fazer você sofrer... - Bruna angustiada por dentro.
- Tarde demais! - Taís secou algumas lágrimas que teimavam cair dos seus olhos, respirou fundo e continuou: - Olha, se você estivesse fazendo isso por conta do seu marido, sua filha...Eu seria compreensiva, me afastaria, te daria o tempo que você precisasse. Mas você me falar que fui uma aventura??? Que não me ama??? Isso foi cruel, acertou bem aqui. - Taís já não conseguia controlar às lágrimas, apontou para seu próprio coração.
- Taís... - Bruna tentou tocar na mão da Taís que recuou, tirou bruscamente a mão.
- Não, não. Essa foi a segunda e última vez que você me afasta...Faz um favor para mim? - Taís deu uma pausa, recuperou a postura e falou ajeitando a bolsa para ir embora: - Nunca mais me procure, me ligue ou me mande mensagens. Não quero mais saber de você! - Taís com muita raiva.
- Mas... - Bruna também estava sem ação, perdida, já arrependida, com os olhos marejados, mas tinha conseguido o que havia proposto e precisava se manter na linha: - Tudo bem... - Bruna abaixou a cabeça.
- Preciso ir. - Taís olhou pela última vez nos olhos da Bruna, talvez buscando um fio de esperança, mas Bruna virou o rosto. Então Taís levantou de forma brusca do banco e foi embora sem olhar para trás. Assim que Taís saiu pela porta do shopping, Bruna que estava até então segurando às lágrimas, não se conteve chorou copiosamente. As pessoas que passavam, olhavam para ela, pois chegava a soluçar no banco do shopping . Tanto que um segurança foi perguntar se ela precisava de algo.

Depois de algum tempo ali sentada, chorando, Bruna se recuperou e foi buscar seu carro. Em seguida retornou para casa, precisava encontrar com Ricardo e a Nandinha.

Chegando em casa, Ricardo que estava sentado no sofá mexendo no computador, perguntou:
- Tudo bem?! - Bruna sentiu uma raiva  incomparável com aquela pergunta que tinha um ar de deboche, "como eu poderia estar bem?" Pensou. A vontade que ela tinha era a de dizer boas verdades ao marido. Mas no fundo ela sabia que ele estava fazendo aquilo para testá-la. Bruna não iria dar esse gosto a ele. Se recompôs, sorriu e falou:
- Tudo ótimo e resolvido.
- Que bom! - Ricardo se ajeitou no sofá.
- Nandinha não voltou ainda? - Bruna respirou fundo e sentou ao lado no marido no sofá.
- Clara vai trazer ela no final da tarde... - Ricardo se afastou dela, ele parecia sentir algum tipo de repulsa.
- Ricardo, você vai agir assim comigo? Quer dizer, eu fiz o que você me pediu.
- Eu preciso de um tempo para assimilar isso. A confiança foi quebrada aqui e isso não é algo que a gente recupera da noite para o dia...
- Ok, você tem razão. Só quero que saiba que eu escolhi a gente, nossa família e espero que você consiga enxergar algo bom nisso.
- Hoje eu enxergo você nua nosso banheiro com outra mulher. Enxergo você agarrando outra mulher no elevador do trabalho, voce indo levar flor para uma mulher.... Bruna, quantas vezes fui enganado? Quanto tempo? Anos?!
- Não, não. Isso tudo aconteceu recentemente... Enfim, não tem anos, não tem outras pessoas. Foi apenas com a Taís, como falei, uma aventura.
- Ok, Bruna.... Sinceramente não tenho nada a fazer a não ser "acreditar"  nisso... - Ricardo respirou fundo e continou: - Preciso voltar aqui, estou analisando a proposta do curso.
- E você pode me falar sobre isso? Como foi sua viagem....?
- Interrompida, não é? - Ricardo franziu a testa e continuou: - Mas foi bom... - Ricardo conversou com a Bruna a respeito do curso e das propostas, como seria o investimento, e a instalação dessa nova sede na cidade.
Bruna escutou atentamente, deu alguma opinião e depois de um tempo sentiu seu corpo pesar de cansaço. Pediu então ao Ricardo licença para ir descansar, ele concordou, mas antes de sair da sala, Bruna fez uma pergunta:
- Ricardo, quem te enviou o vídeo do elevador? Quer dizer, tem que ser uma pessoa muito bem relacionada para conseguir algo assim lá na empresa...
- O dia que eu recuperar minha confiança em você, eu te conto.
- Ok... - Bruna respirou fundo, não adiantava insistir. Desconfiava do Paulo, mas não podia afirmar. Enfim foi deitar no quarto. Estava tão cansada emocionalmente e fisicamente que dormiu instantaneamente.

A Previsão do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora