Eu prometo

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Ricardo resolveu voltar mais cedo, queria que Bruna se explicasse, precisam conversar. Chegou no apartamento por volta das onze da noite. Imaginou que estariam todos dormindo. Deixou a mala na sala e já foi logo para o banheiro tomar um banho. Entrando no quarto, olhou para a cama, não viu a Bruna, ao contrário, ele viu algumas peças de roupa jogadas. Escutou barulho vindo do banheiro, o chuveiro estava ligado, imaginou que Bruna estivesse tomando banho, normalmente eles mantinham a privacidade do espaço, sendo assim ele não entrou no banheiro, apenas falou em voz alta:
- Bruna?! É você?
As duas ficaram paralisadas, assustadas sem reação. O que poderiam fazer, como poderiam se explicar. Bruna ainda bêbada não conseguia medir até que ponto isso seria bom ou ruim. Quer dizer, acabariam as mentiras. Ela olhou para Taís que estava se lamentando e então fechou a torneira do chuveiro. Elas se olharam assustadas, não teria o que se fazer, as roupas estavam do lado de fora, no quarto, Bruna não respondeu aos chamados, então Ricardo preocupado invadiu o banheiro.
Ao ver as duas nuas debaixo do chuveiro, ele arregalou os olhos, Taís logo saiu e se enrolou em uma toalha que estava a mão. Bruna ainda ficou paralisada por alguns segundos até que ainda cambaleante, pegou outra toalha.
- O que significa isso?!!
- Não é o que parece! - Bruna se defendeu.
- Para mim está muito claro! - Ricardo ainda perplexo, responde com aspereza.
- Ri-ricardo... - Bruna não conseguia argumentar começou então a chorar insistentemente tentou tocar no marido que recuou e quase Bruna caiu. Taís assistiu e acudiu Bruna.
- Quem é você?! Quer saber... Não quero nem saber...Sai da minha casa!
- Pode ir Taís... - Bruna pediu para que Taís fosse embora. Ela correu para juntar as roupas e saiu do apartamento ainda as vestindo. Ela foi, mas estava preocupada com a Bruna. Assim que Taís saiu, Bruna começou a falar:
- Ricardo, deixa eu me explicar...
- Você está bêbada?!
- Bebi uma taça de vinho...
- Olha eu realmente quero ouvir o que você tem para falar, mas prefiro que você se cure desse porre! - Deu uma pausa e falou ainda nervoso: -Quer saber? Amanhã, quando você acordar com dor de cabeça, sóbria, aí sim quero te ouvir. Por hora quero que você saiba o quão repulsivo eu estou me sentindo em relação a você, a-a-a isso. - Ricardo gaguejou.
- Ricardo... - Bruna suplicou debrulhada em lágrimas.
- Vou dormir no quartinho dos fundos... - Ricardo não deu chances e nem espaço, pegou o travesseiro e foi para o quarto que ficava na área de serviço, onde normalmente a Didi dormia quando passava a noite ali. Bruna colocou pijamas em meio a choro. Ela não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Assim que se acalmou um pouco, foi no quarto da Nandinha a menina dormia tranquilamente, Bruna a cobriu e secou seu rosto. Em seguida voltou para o quarto e soluçando pelo choro, deitou na cama, ficou pensativa sobre como conversaria com o Ricardo, que rumo seu casamento iria tomar. Depois de algum tempo foi vencida pelo cansaço e acabou adormecendo.

Ela acordou no dia seguinte com a luz entrando diretamente no quarto, ouvindo a voz do Ricardo ao fundo, ele falava ao telefone com alguém. A enxaqueca era inevitável, Bruna quase não conseguia abrir os olhos com tanta claridade. Ricardo desligou o telefone, percebendo que Bruna já estava despertando, ele falou:
- Pedi para minha irmã buscar a Nandinha, ela já deve estar chegando. Se puder ponha uma roupa e se arruma, não quero que Nandinha te veja assim. - Ricardo falou grosseiro, seco e saiu do quarto. Bruna se rastejou ate a cômoda onde ficavam os remédios, ela estava cheia de dor de cabeça, precisava encontrar uma aspirina.
Ricardo voltou no quarto e com o comprimido de aspirina na mão falou:
- Está procurando isso?
- Ricardo, por favor, pára de me tratar assim... - Bruna suplicou.
- Toma, agiliza aí que minha irmã ja está subindo. - Ricardo deu a aspirina e um copo de água para a esposa. Bruna estava com os olhos inchados de tanto chorar. Seu coração estava acelerado. Trocou de roupas e foi para a sala. Nandinha estava desenhando quando Bruna chegou na sala:
- Mamãe! - a menina correu para abraçar a mãe. Nesse mesmo momento, Clara, irmã do Ricardo chegou, ele abriu a porta e a abraçou.
- Filha, olha quem veio buscar você para passear e brincar o dia inteirinho?! - Ricardo apontou para a tia da menina que abriu um sorriso enorme. Mas a criança estava grudada na mãe.
- Eu quero ficar com a mamãe! - Nandinha pediu.
- Não dá minha filha, hoje eu e a mamãe vamos precisar resolver uns compromissos.
- Mas hoje é sábado papai... - a menina lamentou. Clara encarava Bruna com um certo rancor, repulsa, provavelmente Ricardo já tinha deabafado com ela. Bruna não gostava muito dela, mas realmente era o melhor para a Nandinha, ela ajoelhou e falou com a filha:
- Meu amor, prometo que mais tarde a gente se encontra e vamos fazer algo muito legal. Mas agora eu preciso que fique com sua tia Clara. - Bruna olhou nos olhos negros da menina e sorriu. A menina sentia que algo ia mal, ela era muito apegada a mãe.
- Você promete? - Nandinha perguntou desconfiada.
- Eu prometo! - Bruna prometeu e a menina foi com a tia. Assim que Ricardo fechou a porta, o coração da Bruna acelerou a ponto de achar que iria sair pela boca. Ricardo apontou o sofá para que Bruna sentasse.
- Ricardo...
- Por onde a gente deve começar? Ah! Pela hora que peguei você e a tal "Taís" nuas no banheiro? Ou com essa gravação que recebi de um anônimo?
- Foi um engano, eu bebi demais e a Taís estava me ajudando, eu vomitei nela, e então ela precisou entrar no chuveiro comigo... -  Bruna deu uma pausa e continuou: - Pera aí...? Que gravação??? - enrugou a testa confusa. Ricardo apontou o celular com uma gravação do elevador do trabalho, Bruna beijava Taís. Bruna gelou, quem poderia ter feito tamanha covardia com elas...
- Bruna, até que ponto você está disposta a negar??? O que está acontecendo?
- Foi só uma aventura... Eu...eu, já acabou! Des-desculpa... - Bruna gaguejou, tocou nas mãos do marido que estava sentado de frente, ele retirou a mão e ela continuou suplicando com os olhos.
- Quantas vezes? Há quanto tempo isso está acontecendo?
- Não muito... Foi um deslize, você estava sumido, não me procurava mais.
- Não Bruna! Você não vai colocar em mim a culpa pelos teus erros...
- Desculpa, você tem razão...
- Você gosta dela? Se apaixonou? - Ricardo olhou nos olhos da esposa que desviou o olhar sem saber o que falar. Ricardo ficou nervoso, caíram lágrimas do seu rosto. Bruna começou a chorar também. Não tinha mais o que ser dito. Bruna juntou suas forças e falou:
- Eu amo você... Me dá uma chance.
- Como posso fazer isso se acabou a confiança? E desde quando gosta de mulheres? Só pode ser coisa da tua amiga Flávia... Deve ter te influenciado.
- Flávia não tem nada haver com isso... Eu gosto de mulheres sim Ricardo, e gosto de homens também.
-Está dizendo que é...
- Bissexual.
- Se o pastor descobre, nunca mais você entra na igreja.
- Ahhh, quanta hipocrisia... Naquela igreja tem tanta coisa. Ser Bissexual, gay não é pecado não. Se atualiza!
- E se eu te desse uma chance, você terminaria o que sei lá você tem com essa "Taís", nunca mais falaria com ela? Eu posso confiar em você?
- Eu...eu... Sim. Eu terminaria com a Taís. Mas trabalhamos na mesma empresa, continuaríamos a nos encontrar.
- Sim ou não Bruna? Seja mais objetiva.
- Sim. Não quero te perder...
- Você tem até o final do dia para terminar isso que você começou. Amanhã vamos recomeçar. - Ricardo deu a palavra final e Bruna acatou. Ela estava assustada, tinha medo de perder o casamento pelo qual havia lutado tantos anos e no final que Nandinha com tão pouca idade sofresse com o divórcio dos pais.

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Nota autora: Já tenho alguns capítulos prontos, mas preciso revisar... Estou tentando manter a publicação de um por dia e agradeço pelas leituras! =) Continuem a torcer pela Bruna e a Taís. Esse clichê é muito fofinho. S2

A Previsão do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora