𝔽𝕦𝕔𝕜 ℙ𝕖𝕠𝕡𝕝𝕖 ;; 𝐑𝐞𝐝𝐝𝐢𝐞

Escadas • #7

Edward havia acabado de se arrumar para ir a escola, ele sempre termina minutos antes do horário de sair de casa, mas sempre gosta de sair mais cedo para caminhar com calma, ficar um pouco longe de sua mãe e do colégio também.

Eddie coloca sua mochila nas costas e desce as escadas, vendo sua mãe arrumar sua bolsa, parecia ter acordado de mau humor. Bom, Kaspbrak não se sentia tão confortável com a mulher, já que ela o fazia prisioneiro da sua prisão. Mas, o menor querendo ou não, ela era sua mãe e ele não conseguia a odiar.

Por isso, o garoto dá um abraço nela quando chega perto da mesma. Porém, ela logo o afasta, mas ele mantinha um sorriso em seu rosto, até ver a expressão dela só ficar mais irritada a cada milésimo.

— Eu já falei pra você não fazer isso, Edward! — Sônia fala no seu tom normal, gritando.

— Desculpa, mamãe... Eu só- — O sardento tenta se explicar, mas é interrompido.

— Você sabe que eu odeio explicações esfarrapadas, Kaspbrak! — Ela exclama, extremamente brava.

— Desculpa! Você parecia de mau humor e eu só achei que... — O de sardas tenta encontrar uma palavra, mas perde seu raciocínio.

— Você não tem que achar nada! Eu não quero ficar recebendo abraços seus, como se você fosse a melhor coisa que me aconteceu no mundo! — Sua mãe diz, como se suas palavras fossem facas furando o coração de Eddie.

— A s-senhora tá assim pelo meu aniv-versário...? — Lágrimas se formam em seus olhos.

— E com o que mais eu estaria assim!?

— Desculpa, mãe... Mas o que aconteceu não foi minha culpa! — Kaspbrak tenta se defender, segurando seu choro.

— Não foi sua culpa? Eu consegui esconder a minha gravidez por nove meses, malditos nove meses eu manti tudo escondido do seu pai! Só que aí você decide nascer logo quando seu pai voltava mais cedo do trabalho, né? Mas o imprestável do médico não fez o parto a tempo, daí seu pai chegou e viu tudo! — A mulher relembra o que aconteceu.

— Foi a senhora quem decidiu fazer o parto em casa, e foi ele que chegou antes da hora! Acha que eu pedi pra nascer? Eu não tenho culpa disso... — O menor deixa uma lágrima escorrer pela sua bochecha.

— A culpa é inteiramente sua, eu já disse! O Frank me abandonou por conta de você, apenas por você! Eu não deveria ter escutado minha irmã e ter mudado de ideia, assim você estaria jogado em um orfanato qualquer e eu estaria com menos gastos, despesas e o mais importante, meu Frank! — O sardento acaba sentindo sua garganta fechar, sem conseguir falar nada. — Você é só um peso na minha vida, Edward Frank Kaspbrak!

Sônia pega sua bolsa e vai em direção a porta, fazendo o sardento a acompanhar com os olhos cheios de lágrimas. Quando ela sai do local, o pequeno senta no chão e se afoga em lágrimas, abraçando suas pernas e começando a tremer.

Os lábios do de sardas tremiam, ele chegava a soluçar freneticamente, sentindo suas vias aéreas entupirem. Naquele momento, Edward só desejava nunca ter nascido, ou pelo menos um piano cair magicamente do céu e lhe atingir gravemente. Era o que ele sempre queria, morrer, menos quando estava perto de Richard e ele o faz rir sem querer.

Eddie respira fundo e vai até o lavabo, lavando e secando seu rosto, torcendo para que seus olhos não se encontrassem mais vermelhos até ele chegar na escola. Kaspbrak podia facilmente faltar a aula hoje, sua mãe nunca saberia, mas ele não gostava de faltar se não fosse em casos importantes.

Ele sai da residência e esquece de pegar algo pra comer, a briga até o fez esquecer que estava morrendo de fome. O menor se dirige até a escola, que já se encontrava sem um aluno se quer no pátio, o que significava que o sinal já tinha tocado há pelo menos cinco minutos.