Novos amigos

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YOONGI



- Me prometa que vai almoçar!

- Eu vou almoçar, Tae. Não era pra você estar se divertindo aí?

- É uma daquelas coisas de despedida, esse professor nem é legal, eu te disse.

- Tá, mas não precisa se preocupar comigo. Eu vou até o Nam ver se ele quer passar na lanchonete.

- Você ligou pra Soo? Ela não vai te fazer companhia?

- A Soo disse que tinha assuntos importantes para resolver com o namorado dela. Acho que o pedido vem.

- Não gosto de você sozinho por aí.

- Tae, só vou almoçar com meu amigo, e foca na sua diversão.

- Não tem nada de divertido aqui, entenda!

- Eu já estou chegando no Nam...

- Guinho, é sério, por favor, tome cuidado.

- Eu vou, prometo.

- Tá bem, sabe que eu te amo, né?

- Eu também te amo. Vai lá, Tae!

- Me expulsando sem compaixão. Tchau, meu Guinho.

- Tchau, meu Tae.

Eu sempre perco o fôlego quando Tae me chama dessa maneira. O primeiro pronome possessivo. Parece que é meu lugar no mundo, entre o tocar de lábios até a volta para fazer o bico do "u". Meu.

Era só mais um dia normal, mas não comum. Tae foi no encontro de despedida do professor dele, Hobi estava com seu quase-namorado... Namorando, e como eu não queria segurar a tocha olímpica no apartamento, decidi dar uma volta e comer fora.

Desliguei o celular e coloquei no bolso. O clima não estava lá essas coisas, o sol insistia em ser o centro das atenções e gostava de ser notado, ainda que eu insistisse em me esconder. Pensei em ir na lanchonete, mas não queria parecer um lobo solitário, sabia que Nam iria comigo, se eu falasse que pagava o combo dele. Solto um suspiro, rindo. Amigos.

Cheguei consideravelmente rápido na fraternidade do Nam, o calor me motivava a andar rápido, só para ficar embaixo de uma sombra fresca e, graças a todos os deuses, havia muitas árvores na região em que a casa ficava. Amém.

Desenterrei várias roupas do fundo de meu armário, algumas mais frescas e leves, que eu usava em última instância, tirar tudo implicava em arrumar depois e, nesse calor, nem mesmo eu tenho saco para ficar dobrando tecidos grossos. Tae tinha seu próprio método de organização, questionável, mas tinha, que seriam facilmente substituíveis pelos meus quando casarmos.

Casamento. Taehyung era o único homem do mundo que, em apenas algumas semanas, me fez cogitar essa ideia delirante. Ele é doido, tem um jeito engraçado de lidar com a vida, um pouco bocudo, indelicado, mas isso só faz meu amor por ele aumentar. Droga, devo estar sorrindo de novo, bem na frente da casa do meu amigo, mas o que posso fazer se Tae não larga dos meus pensamentos? Meus neurônios devem ter desenvolvido um novo hormônio da felicidade: Kim Taehyung.

Balanço a cabeça, buscando me livrar da imagem do meu moreno, toco a campainha, tendo algum tempo para me recompor e não parecer um abobado sorridente, ainda que eu tenha um alinhamento impecável, não precisava fazer propaganda da minha profissão. Não por agora.

Um moço veio me atender, só precisei dizer que queria ver o Nam, para ele passar as instruções, não tinha porque ser complicado, e pensar que foi nessa casa que eu e o Tae nos declaramos pela primeira vez. Era para ser fofo, mas só me traz uma sensação ruim.

Remember -- TaeGiOnde histórias criam vida. Descubra agora