Pacemaker (Hwang Hyunjin - Stray Kids)

Capítulo 22 - saudade.

[...]

As semanas tornaram-se meses, eu estava com tanta saudade de Hyunjin. Mas entendia o porquê dessa ausência, era o seu trabalho, a sua vida e o seu sonho.

Gabriel tinha vindo me visitar. Segundo ele estava indo embora para os EUA estudar medicina e começar uma vida por lá, ele sempre teve curiosidade nessa área. Fiquei feliz por ele final ter assumido sua paixão pela medicina. Antes de ir queria me visitar pois era definitivo, e talvez eu não veria mais ele.

Ainda estava passando um tempo na casa de Yani, Gabriel ficou aqui também, a própria Yani pediu para ele ficar.

Era manhã de sábado e estávamos tomando café da manhã. Íamos sair nós 3 mais tarde, porque no dia seguinte, Gabriel ia embora.

— Essa casa da cinco da minha e sua juntas. — Gabriel comenta comigo em português.

— Como?! — Yani pergunta confusa.

— Gabriel, fale em inglês! Não é coreano mas ela entende. — repreendo o em inglês. — Ele disse que sua casa é enorme e da cinco da nossa casa juntas, Yani. — respondo no seu idioma nativo.

— Ah... vocês moravam numa casa ou em um cubículo?! — Yani questiona rindo.

— Isso não tem a menor graça... vai me pisar também? — Gabriel retruca para Yani.

— Não piso em pobres, aliás um deles é a minha melhor amiga. — Yani responde olhando para mim ainda rindo.

— Isso não significa nada, você pode odiar pobre e ser amiga deles. — responde Gabriel dando de ombros.

— EU NÃO ODEIO POBRES! — Yani responde alterada. — Não tenho culpa se nasci rica.

— Tem razão... — respondo levantando da mesa pegando meu prato. — Vou para o quarto tomar banho. Já volto! — falo lavando o prato.

— Não precisa lavar os pratos! — Yani fala da mesa.

— Não ligo Yani, é só um prato, não vai quebrar a minha mão. — respondo dando de ombros.

Subo para o quarto separando uma roupa fresquinha para sair mais tarde com Gabriel e Yani. Não conseguia entender o clima de Seul, tinha dias que eram muito quentes e outros frios demais, era sempre imprevisível.

Com o Gabriel aqui infelizmente me fez lembrar do Brasil, e do quanto sentia falta da minha vida lá. Mas agora eu já tinha uma vida aqui, querendo ou não, e fiz amizades incríveis. Conheci uma pessoa que me fez repensar sobre tudo, inclusive sobre eu me permitir viver e me apaixonar novamente.

Como eu sentia falta dele, meu Deus.

Gabriel foi meu primeiro namorado, o conheci através das nossas famílias, sempre o via nas festas de fim de ano, em feriados. Nossas famílias eram amigas de gerações, eles juravam que íamos nos casar um dia, eu cheguei a acreditar nisso também.

Mas com o tempo tudo foi mudando, comecei a perceber que éramos completamente diferentes um do outro, não que eu era o tipo antissocial, mas também não sou a maior fã de viver na gandaia. Aconteceu que eu queria muito estudar artes visuais e me formar nisso, era a minha paixão, o meu sonho. Enquanto ele queria sempre estar saindo para festas e curtição durante os fins de semanas.

As vezes ele comentava que tinha interesse em medicina desde que o seu avô morreu de um câncer no pulmão, sendo que o falecido nunca tinha fumado na vida, desde então ele começou a se interessar mas nunca parava para estudar sobre isso.

Começamos a brigar muito por causa do nosso estilo de vida, estávamos em tempos diferentes e chegamos ao fim do nosso relacionamento, mas nossa amizade prevaleceu.