capítulo 12: inacreditável

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Juliet

Colton Harrison me abordou durante a aula de cálculo.

Enfiado em seu uniforme de basquete, ele parou em frente à porta da minha turma e logo foi alvo de uma série de olhares de admiração e comentários.

— Que gato. — uma garota sussurrou ao meu lado, e eu me ergui assim que a senhora Gilliam me chamou após falar com Colton.

O que o amigo do Aaron queria?

Confusa, caminhei até a porta entreaberta.

— Você quer falar comigo?

— É importante. Você precisa vir comigo. É sobre o Aaron. Só não faça muitas pergunta, tá?

— Mas...

— Por favor. — ele fez um gesto de súplica com as mãos e eu suspirei.

Pedi licença à professora e o segui pelo corredor.

— Que espécie de mentira você inventou para a senhora Gilliam?

— Disse que sua mãe estava lá fora e precisava falar com você.

— Que péssima mentira. — resmunguei com humor e ele sorriu.

— Eu sei, mas o assunto é mesmo urgente.

Eu já tinha percebido que Colton e Alan se tornaram os garotos de recado do James, e Colton estava ali provavelmente porque Aaron pediu.

— Aaron quer falar algo com você.

— O que pode ser?

— Não sei.

Por que eu simplesmente não estava negando ir com Colton? Porque uma parte de mim me impulsionava a ir até Aaron e descobrir o que ele tanto queria comigo. Nem eu mesma me entendia.

Vi quando nos aproximamos de um vestiário masculino e pressupus que Aaron estava lá dentro.

— Pode entrar. Eu vou indo. — Colton apenas me deu as costas e se afastou.

Nervosa, eu ainda o observei partir e fiquei apreensiva para o que encontraria do outro lado da porta. Eu devia fugir agora. Esse era o momento. Porém uma grande parte de mim não temia Aaron. Mesmo com o seu histórico nada fácil, algo me dizia que ele não tentaria me machucar.

Assim, eu apenas girei a maçaneta da porta com lentidão, até que ela se abriu.

Ainda sem fechar a porta atrás de mim, meus olhos se voltaram para a frente.

Ofeguei levemente ao ver Aaron sentado em um dos bancos, de frente para mim. Ele estava enfiado em seu uniforme de basquete e a visão me deixou nervosa.

Devido ao fato de Aaron estar com os braços cruzados contra o peito, isso deixava seu bíceps à mostra. Nossa, eu...

— Entra logo e fecha a porta. — ele ordenou, pegando-me de surpresa.

— Você não manda em mim! — vi seu pequeno sorriso quando fiz exatamente o que ele mandou. — Por que me chamou aqui? O que você quer comigo?

Sem responder, Aaron apenas se ergueu de onde estava sentado e caminhou na minha direção. Ele era bons centímetros mais alto do que eu, e a sua presença era intimidante.

Seus olhos verdes perscrutaram meu rosto e ele parou a poucos centímetros de distância.

— Responda, Aaron. Por que me chamou aqui? Pensei que era algo sério, mas agora vejo que é apenas uma brinca...

— Silêncio! — pediu, e eu me calei.

Com o olhar divertido, ele levou sua mão até meu rosto, tocando minha bochecha corada. Eu provavelmente estava vermelha e aparentemente nervosa. Será que foi por isso que ele sorriu?

— Tirando a chatice, você até que é bonitinha. — disse, pegando-me de surpresa.

— Se eu sou chata como diz, por que você ainda insiste em falar comigo? Podia simplesmente esquecer que eu existo.

— Isso é impossível. — ofeguei levemente quando seus dedos percorreram meu lábio inferior. Eu devia afastá-lo, mas não fiz isso.

Franzi o cenho.

— Você não pode. Eu já disse que tenho namorado.

Aaron fechou a cara.

— Ele é fiel? — fez a pergunta de repente.

Com o cenho franzido, respondi:

— Claro que é. Dustin nunca me trairia. Eu o conheço bem e...

Fiquei em silêncio. Dustin não me trairia, não é? Ele não seria capaz disso. Ele era gentil, me respeitava e... eu não tinha certeza mais de nada.

— Nem você mesma tem certeza disso, certo? — murmurou com sarcasmo. — E se eu te disser que o flagrei com o pau na boca de uma garota minutos atrás, nesse mesmo vestiário, o que você me diria?

Chocada, eu me afastei de seu toque.

— Que absurdo! — praticamente gritei. — Só está dizendo isso porque não quero ficar com você. Acha que não percebi que...?

— Por que eu mentiria? Não preciso de tanto trabalho só pra transar com uma garota. — resmungou entredentes, deixando-me abalada. — Eu só quis te alertar, mas você se acha mesmo a última bolacha do pacote. Pois saiba que não é.

Senti meus olhos umedecerem, mas me forcei a não chorar. Eu estava tomada pelas dúvidas. Aaron não teria motivos para mentir. Ele sempre foi direto demais. E Dustin... eu não conhecia Dustin de verdade, então não poderia saber se ele me traiu ou não. Mesmo assim, eu ainda quis me apegar ao fato de que isso não era real.

— Dustin não me trairia. Você deve ter visto outro cara aqui e confundiu tudo.

— Você é burra ou se faz? — me atacou. — Na verdade, esqueça o que eu disse. Continue acreditando que o babaca do seu namorado é um santo. Só não reclame quando sua cabeça começar a pesar com os chifres.

Atordoada, eu não tive outra atitude a não ser erguer minha mão para golpear o rosto cínico de Aaron.

Ela não chegou a tocá-lo.

Aaron agarrou meu braço antes disso, e eu me assustei quando ele puxou meu corpo com violência contra o seu.

Minha respiração ficou entrecortada.

— O que pensou que ia fazer, ferinha? — resmungou, também ofegante. — Se doeu por que falei a verdade?

— Eu... Aaron...

Com o coração a mil vi seus olhos furiosos esquadrilharem meu rosto antes que ele agarrasse minha nuca e grudasse nossas bocas no beijo mais louco e intenso que já experimentei.


🔥☺🔥

Para Sempre, JulietOnde histórias criam vida. Descubra agora