Juliet
Colton Harrison me abordou durante a aula de cálculo.
Enfiado em seu uniforme de basquete, ele parou em frente à porta da minha turma e logo foi alvo de uma série de olhares de admiração e comentários.
— Que gato. — uma garota sussurrou ao meu lado, e eu me ergui assim que a senhora Gilliam me chamou após falar com Colton.
O que o amigo do Aaron queria?
Confusa, caminhei até a porta entreaberta.
— Você quer falar comigo?
— É importante. Você precisa vir comigo. É sobre o Aaron. Só não faça muitas pergunta, tá?
— Mas...
— Por favor. — ele fez um gesto de súplica com as mãos e eu suspirei.
Pedi licença à professora e o segui pelo corredor.
— Que espécie de mentira você inventou para a senhora Gilliam?
— Disse que sua mãe estava lá fora e precisava falar com você.
— Que péssima mentira. — resmunguei com humor e ele sorriu.
— Eu sei, mas o assunto é mesmo urgente.
Eu já tinha percebido que Colton e Alan se tornaram os garotos de recado do James, e Colton estava ali provavelmente porque Aaron pediu.
— Aaron quer falar algo com você.
— O que pode ser?
— Não sei.
Por que eu simplesmente não estava negando ir com Colton? Porque uma parte de mim me impulsionava a ir até Aaron e descobrir o que ele tanto queria comigo. Nem eu mesma me entendia.
Vi quando nos aproximamos de um vestiário masculino e pressupus que Aaron estava lá dentro.
— Pode entrar. Eu vou indo. — Colton apenas me deu as costas e se afastou.
Nervosa, eu ainda o observei partir e fiquei apreensiva para o que encontraria do outro lado da porta. Eu devia fugir agora. Esse era o momento. Porém uma grande parte de mim não temia Aaron. Mesmo com o seu histórico nada fácil, algo me dizia que ele não tentaria me machucar.
Assim, eu apenas girei a maçaneta da porta com lentidão, até que ela se abriu.
Ainda sem fechar a porta atrás de mim, meus olhos se voltaram para a frente.
Ofeguei levemente ao ver Aaron sentado em um dos bancos, de frente para mim. Ele estava enfiado em seu uniforme de basquete e a visão me deixou nervosa.
Devido ao fato de Aaron estar com os braços cruzados contra o peito, isso deixava seu bíceps à mostra. Nossa, eu...
— Entra logo e fecha a porta. — ele ordenou, pegando-me de surpresa.
— Você não manda em mim! — vi seu pequeno sorriso quando fiz exatamente o que ele mandou. — Por que me chamou aqui? O que você quer comigo?
Sem responder, Aaron apenas se ergueu de onde estava sentado e caminhou na minha direção. Ele era bons centímetros mais alto do que eu, e a sua presença era intimidante.
Seus olhos verdes perscrutaram meu rosto e ele parou a poucos centímetros de distância.
— Responda, Aaron. Por que me chamou aqui? Pensei que era algo sério, mas agora vejo que é apenas uma brinca...
— Silêncio! — pediu, e eu me calei.
Com o olhar divertido, ele levou sua mão até meu rosto, tocando minha bochecha corada. Eu provavelmente estava vermelha e aparentemente nervosa. Será que foi por isso que ele sorriu?
— Tirando a chatice, você até que é bonitinha. — disse, pegando-me de surpresa.
— Se eu sou chata como diz, por que você ainda insiste em falar comigo? Podia simplesmente esquecer que eu existo.
— Isso é impossível. — ofeguei levemente quando seus dedos percorreram meu lábio inferior. Eu devia afastá-lo, mas não fiz isso.
Franzi o cenho.
— Você não pode. Eu já disse que tenho namorado.
Aaron fechou a cara.
— Ele é fiel? — fez a pergunta de repente.
Com o cenho franzido, respondi:
— Claro que é. Dustin nunca me trairia. Eu o conheço bem e...
Fiquei em silêncio. Dustin não me trairia, não é? Ele não seria capaz disso. Ele era gentil, me respeitava e... eu não tinha certeza mais de nada.
— Nem você mesma tem certeza disso, certo? — murmurou com sarcasmo. — E se eu te disser que o flagrei com o pau na boca de uma garota minutos atrás, nesse mesmo vestiário, o que você me diria?
Chocada, eu me afastei de seu toque.
— Que absurdo! — praticamente gritei. — Só está dizendo isso porque não quero ficar com você. Acha que não percebi que...?
— Por que eu mentiria? Não preciso de tanto trabalho só pra transar com uma garota. — resmungou entredentes, deixando-me abalada. — Eu só quis te alertar, mas você se acha mesmo a última bolacha do pacote. Pois saiba que não é.
Senti meus olhos umedecerem, mas me forcei a não chorar. Eu estava tomada pelas dúvidas. Aaron não teria motivos para mentir. Ele sempre foi direto demais. E Dustin... eu não conhecia Dustin de verdade, então não poderia saber se ele me traiu ou não. Mesmo assim, eu ainda quis me apegar ao fato de que isso não era real.
— Dustin não me trairia. Você deve ter visto outro cara aqui e confundiu tudo.
— Você é burra ou se faz? — me atacou. — Na verdade, esqueça o que eu disse. Continue acreditando que o babaca do seu namorado é um santo. Só não reclame quando sua cabeça começar a pesar com os chifres.
Atordoada, eu não tive outra atitude a não ser erguer minha mão para golpear o rosto cínico de Aaron.
Ela não chegou a tocá-lo.
Aaron agarrou meu braço antes disso, e eu me assustei quando ele puxou meu corpo com violência contra o seu.
Minha respiração ficou entrecortada.
— O que pensou que ia fazer, ferinha? — resmungou, também ofegante. — Se doeu por que falei a verdade?
— Eu... Aaron...
Com o coração a mil vi seus olhos furiosos esquadrilharem meu rosto antes que ele agarrasse minha nuca e grudasse nossas bocas no beijo mais louco e intenso que já experimentei.
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Para Sempre, Juliet
RomantikAaron James foi o grande amor da vida de Juliet Connelly. Na escola, a faísca surgiu assim que seus olhos se encontraram e o desejo foi insano... E proibido. A adolescente rica, que nunca aborreceu seus pais, se envolveu com o bolsista tatuado e mis...