capítulo 21: tão perto

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Barulho incessante e bebida alcoólica por toda parte.

Fiz uma careta quando um garoto esbarrou em mim, e ele logo se desculpou quando me reconheceu.

Seu olhar alarmado dizia tudo, mesmo parecendo tão bêbado.

— Perdão, Juliet, eu...

— Não precisa. Está tudo bem. — dei de ombros, e ele logo se afastou com um semblante pasmo.

— O que foi isso? Nenhum discurso aborrecido para o garoto? É mesmo a Juliet que eu conheço? — Raylee me encarou abismada. Era a única que estava por perto, já que Donna e as outras fizeram questão de desaparecer entre os convidados. Segundo elas, estavam à procura de lindos garotos disponíveis.

— Eu mesma.

— Surpreendente. — disse apenas.

Eu entendia sua surpresa. Na verdade, eu não tinha vontade de colocar a máscara de garota esnobe. Estava tentando ser uma garota menos "fresca" e resmungona. Era irritante estar sempre no automático ou agir apenas para impressionar "seguidores".

Mais do que isso, eu estava nervosa. Não sei se era uma boa ideia estar ali, mas eu vim assim mesmo.

No fundo eu sabia que o motivo da minha presença na festa de Daniel Greene tinha nome e sobrenome. Eu só não o tinha visto ainda.

Tirando-me da minha mente caótica, algo fisgou minha atenção naquele momento.

Uma silhueta masculina já estava bem próxima quando me dei conta.

Um cara aparentemente bêbado puxou Raylee pelo braço com violência.

Um alarme soou na minha cabeça quando notei o que estava acontecendo e intervi imediatamente.

— Ficou maluco, garoto? Solte-a agora! É uma ordem.

Ele apenas riu com desdém, e seu semblante era nojento. Ele realmente tinha más intenções.

— Olha só... Juliet Connelly por aqui. — ele continuava segurando Raylee, que lutava contra o aperto.

— Solte-a ou eu...!

— Pensa em fazer o quê, vadia? — ainda segurando uma Raylee assustada, se aproximou e pegou meu braço com a outra mão. O aperto era forte e dolorido. Pela semiescuridão da festa e o barulho ninguém parecia notar. — Posso levar as duas cachorras lá para cima e me divertir a noite toda. Sei que vão adorar gemer meu nome.

— Nojento! — enfiei as unhas em seu braço exposto e tive certeza que foi intenso, porque o cara logo me soltou soltando uma série de palavrões.

— Cadela! — ergueu a mão para me bater, mas seu gesto foi interrompido na hora.

Vi uma mão masculina com algumas tatuagens.

Não era Aaron.

Era Jason Archer e ele parecia furioso.

— Que merda é essa aqui? — disse enquanto encarava o outro cara. — Está incomodando as meninas, caralho?

Felizmente o cara desagradável já tinha soltado Raylee, que massageava o local em que ele apertou com uma careta.

— Eu faço o que quiser nessa porra de festa, filho da puta!

Rápido com uma serpente, Jason agarrou o colarinho do garoto e vi que uma pequena multidão já estava de olho em nós. Parecia uma cena divertida para eles.

— Eu só não parto a merda da sua cara agora porque não quero estragar a festa do Daniel, mas sei onde você mora, Brayden Owens e posso te fazer uma visitinha mais tarde. Que tal?

Para Sempre, JulietOnde histórias criam vida. Descubra agora