Para Sempre, Juliet

capítulo 34: descoberta

Juliet

Semanas depois...

Encarei meu rosto pálido no enorme espelho do banheiro feminino.

As aulas estavam acontecendo normalmente e eu apenas queria ficar sozinha.

Longe dos olhares curiosos.

Parar de pensar tanto.

Porém era impossível.

Naquela situação era impossível.

Raylee surgiu atrás de mim minutos depois, aparentemente alividada.

— Consegui isso na enfermaria. Tive que pegar secretamente. Foi uma sorte o fato de a senhorita Lucy estar atendendo outro aluno e mal ter me notado. — estendeu a sacola. Peguei, observando seu conteúdo com apreensão. — Não imaginei que eles guardassem esse tipo de coisa lá. Foi melhor do que ter que sair da escola para comprar na farmácia.

— Muito obrigada, Raylee. — suspirei, observando a caixinha com o teste de gravidez.

Um teste de gravidez.

Nossa, nunca pensei que estaria vivendo isso.

Eu estava preocupada.

— Está se sentindo melhor... depois de...?

— Depois de ter vomitado o almoço inteiro naquele vaso sanitário? — apontei, envergonhada. — Sim, estou melhor. Dentro do possível.

— Os vômitos têm sido frequentes?

— Apenas na última semana. E junto com as tonturas, sãos horríveis. Ainda bem que vim a tempo para este banheiro ou teria despejado meu almoço em cima de alguns alunos. Teria sido nojento. — torci o nariz.

— Muito. — Raylee fez uma careta ao imaginar. Depois assumiu um tom de preocupação na voz. — Você vai fazer o teste aqui?

— Não. Alguém pode aparecer. — enfiei o teste dentro da minha camiseta. Ele ficaria ali por enquanto até eu estar em casa. — Vou fazer isso em casa. Será mais seguro.

— Você acha que... que pode ser positivo?

— Espero que não. — murmurei com o semblante tenso. — Estou com medo, Raylee.

— Entendo, Ju. Espero que fique tudo bem. — logo em seguida, ela me envolveu em um abraço reconfortante e apenas aproveitei o gesto amigo antes que tivesse que encarar a realidade.

E eu realmente a encarei horas depois...

No banheiro do meu quarto.

Com o rosto úmido pelas lágrimas e a mão trêmula enquanto segurava o teste, eu decidi fazer uma ligação.

Raylee atendeu logo depois; a voz ofegante de preocupação.

— E aí? Fez o teste?

— Raylee... — solucei. — Eu estou completamente perdida.

#*#

Sábado à noite...

Eu havia mentido novamente.

Não estava em uma festa do pijama como meus pais imaginavam. Era isso ou eu não veria Aaron. Sorte que meu pai não insistiu em me levar.

Eu peguei um táxi, mas logo percebi que o homem atrás do volante não me levaria ao meu destino.

— Esse bairro é perigoso. — disse ele tarde demais. — Mas posso te deixar perto. Nem precisa me pagar a viagem completa.

— Hm, tudo bem. Só me deixar fazer uma ligação antes de ir. — eu disse ainda dentro do carro, mexendo no celular.

— Ok.

Aaron atendeu um pouco depois e concordou em vir me buscar nesse ponto de encontro.

Quando vi sua moto se aproximando, desci do carro e paguei o motorista.

Logo depois estava na garupa de Aaron, apenas recostada contra ele conforme ele pilotava a moto até sua casa.

Maya estava dormindo quando adentramos a residência e fomos discretos, para evitar acordá-la.

No quarto de Aaron, eu apenas o observei enquanto ele retirava seus tênis e arrancava a camiseta do próprio corpo.

Retirei minhas sapatilhas, colocando-as de lado.

Com o coração acelerado, vi quando Aaron se aproximou perigosamente.

Segundos depois, estávamos nos beijando.

O melhor beijo.

Capaz de afastar o temor da minha mente.

Com um suspiro de contentamento permiti que Aaron me levasse até a cama. E um pouco depois já estávamos completamente nus, enquanto nos beijávamos.

Aaron foi mais carinhoso do que o normal e me beijou o tempo todo.

Ele continuava em cima de mim quando fiz uma pergunta inusitada:

— O que você faria se eu engravidasse?

O choque ficou estampado no rosto dele, mas sumiu tão rápido quanto apareceu.

— Por que você está perguntando isso? — disse me analisando.

Me arrependi imediatamente de ter feito a pergunta.

— Eu só... fiquei curiosa sobre como você reagiria.

— Mas você não está gravida, então não importa como eu me sentiria.

— Aaron... — suspirei. — Você... — corei, decidindo como dizer as palavras. — Você ejaculou dentro de mim algumas vezes, então a possibilidade de uma gravidez não é tão distante.

— Está tentando me assustar, Juliet? — questionou, saindo de cima de mim. Ele deitou ao meu lado e apenas o observei, estudando sua reação. — Sei que fui inconsequente em não usar camisinha, mas não voltará a acontecer. Vamos ter mais cuidado quanto a isso. — logo depois estreitou os olhos. — Você quer me contar alguma coisa?

— Não. Nada. — desviei o olhar. — Apenas fiquei curiosa sobre como você se sentiria. Sabe... curiosidade de mulher.

— Hm, uma curiosidade bem inesperada. — bocejou e eu me aconcheguei contra seu torso másculo. — Vamos apenas dormir agora, tudo bem?

— Ok. 

🤔

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