capítulo 67: raciocínio confuso

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Eu me surpreendi quando, ao invés de me tratar mal e sair, Aaron decidiu ouvir meu pedido.

Com um bufo de insatisfação, ele desistiu de arriscar sua própria vida e jogou a chave do carro de volta na mesinha de centro.

— Satisfeita? — disse com cinismo, e o ignorei.

— Você precisa de um banho pra curar essa bebedeira. — cruzei os braços.

Estreitou seus olhos.

— Como é?

— Isso que você ouviu. — posicionando-me atrás dele, eu comecei a empurrá-lo em direção ao quarto.

Aaron resmungava o tempo todo, mas continuou andando.

O A.J bêbado parecia tão inofensivo naquele momento.

Quase não lembrava o A.J sóbrio: arrogante e sarcástico.

Balancei a cabeça.

Naquele momento, ele realmente parecia uma criança em um corpo de um adulto.

Adentramos o seu quarto e tive vontade de rir alto quando ele tropeçou antes de chegar à cama.

Meu sorriso desapareceu quando ele procurou algo para se firmar e me agarrou no ato.

Não!

Soltei um grito pelo susto e só tive tempo de sentir meu corpo sendo suspenso do chão e logo em seguida arremessado naquela cama junto com o corpo de Aaron.

Meu coração acelerou assustadoramente quando Aaron me prendeu na cama com seu corpo.

Céus!

— Sai de cima de mim, Aaron! — exclamei de olhos arregalados e ele ignorou meu pânico. — Você é pesado. — disse ofegante.

Além disso, ele estava perto demais. Estava despertando sensações adormecidas. Sensações que faziam meu rosto e corpo esquentar.

— Você tem um cheiro muito bom, ferinha. — para meu profundo choque, Aaron enfiou seu rosto em meu pescoço, inalando aquela área.

Ferinha?!

Cheiro bom?!

Ele havia me chamado pelo apelido que me deu e dito palavras doces após tanto tempo. Quase me emocionei, mas então me lembrei dos efeitos da bebida alcoólica. Ele estava delirando e bagunçando meus sentimentos no processo.

Seu corpo másculo e quente permanecia sobre o meu e eu mal conseguia me mexer.

E seu rosto continuava enfiado no meu pescoço, causando-me arrepios.

Por que meu coração estava acelerando tanto?

Por que eu não conseguia inibir aquelas sensações constrangedoras?

— Aaron. — tentei empurrá-lo. — Ficou maluco? Saia de cima de mim. Você precisa de um banho.

Ele afastou sua cabeça do meu pescoço e me encarou com o cenho franzido.

— Estou fedendo? — ele regulou seu peso com suas grandes mãos.

Sua proximidade estava me causando diversas sensações que eu desejava esconder.

Como ele poderia parecer tão calmo?

— Sim, está. — menti.

Na verdade, o cheiro de vodca nem me incomodava tanto assim, apenas seu corpo másculo sobre o meu. Era tensão demais pra suportar.

Ele fez uma careta.

Aquilo pareceu convencê-lo e ele finalmente saiu de cima de mim, deitando-se ao meu lado na cama.

Para Sempre, JulietOnde histórias criam vida. Descubra agora