capítulo 9: apenas fantasiando

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Na segunda, acompanhei os caras até o refeitório, onde pegamos as bandejas e procuramos uma mesa disponível.

Perto dali, estava a mesa de Tyler Reeves e outros populares ricos. O Reeves vinha jogando piadinhas para mim pelos corredores e eu apenas o ignorava. Eu só não estava afim de perder meu precioso tempo espancando esse lixo inútil.

O cara riu com sua turminha. Dustin e Juliet também estavam na mesma mesa que eles, além de algumas garotas. Reconheci a tal Madison também.

— Esse cara merece uma surra. — Alan disse, encarando Tyler com desdém.

— É melhor não perdermos tempo. O Reeves ladra, mas não morde. — sorri, percebendo que o merdinha do Tyler ouviu e me encarou com aborrecimento.

Mantive o olhar.

— Eu estou louco para vê-lo se aproximar. — Ronald esfregou os punhos, animado. — Seria proveitoso encher aquela cara feia de porrada.

— Você é rico. Por que não faz parte do grupo deles? — encarei Alan com curiosidade.

— Você já olhou pra mim? — fez um gesto para suas tatuagens. — Eu não me enquadro ali. E nem quero.

— Entendo. E você está certo. Seria perda de tempo ficar ali.

Olhei para a mesa do Reeves e meus olhos procuraram a ferinha. Juliet virou o rosto para o lado e imediatamente olhou para mim, mordendo levemente os lábios. Desci minha atenção para suas pernas que a saia revelava e meus pensamentos foram longe.

Mesmo sendo chatinha, eu tinha que confessar que Juliet realmente era uma tentação. Como eu gostaria de fodê-la até ela revirar aqueles olhinhos e...

— Sonhando acordado? — Colton deu uma risadinha ao perceber minha cara de babaca rendido.

Logo disfarcei meu semblante sob uma mascara indiferente.

— Claro que não. — tirei os olhos da Connelly.

Porra, eu não devia estar fantasiando com Juliet! Eu não ligava para o fato de ela ter namorado. Isso não. Só não éramos compatíveis. Em nada. Além disso, a princesinha mimada devia preferir caras com muita grana no bolso e carros do ano. Eu mal tinha uma moto.

— Tá afim da Connelly? — Colton sussurrou do meu lado, enquanto os outros caras se distraiam em uma conversa com Alan.

— Ficou maluco? — estreitei os olhos.

— Percebi os olhares, cara. Não adianta negar.

— Hm. — resmunguei, então disse depois de um tempo: — Ela seria uma potencial transa, mas só isso.

— Ah, você admitiu. — Colton sorriu. — Mas você sabe que ela tem namorado, certo?

— Sei. É um babaca. Deixou ela sozinha no pega e eu tive que levá-la para casa ou a polícia a pegaria.

— Caramba! Que filho da mãe.

— É mesmo.

— E aí? — me encarou com divertimento.

Franzi o cenho.

— E aí o quê?

— Não deu uns amassos na garota depois que a levou para casa?

— Não. Só a levei em casa mesmo. — voltei a olhar para Juliet, que se empertigou e desviou o olhar do meu. Parecia nervosa.

— De toda forma, ela venera o namorado babaca dela. — murmurei com uma careta. A "santinha" não o trairia nem a pau.

— Pelo jeito que a garota também te olha, acho que você está enganado. Pelo andar da carruagem você nem vai precisar de muito esforço.

— Acha isso?

— Claro. Investe nela e vai ver. É só questão de tempo até ela fazer tudo o que você desejar.

— Interessante. — murmurei, encarando a garota de cabelos escuros. Ela me olhou outra vez como se dissesse "pare de olhar" e logo voltou sua atenção para qualquer bobagem que seu namorado idiota falava.

Será que Colton estava mesmo certo? Eu poderia mesmo ter a ferinha em minhas mãos?

Pensando bem, parecia uma ótima ideia.

— Já tá sabendo né? Vai ter ensaio da banda hoje à noite na casa do Jason. — Colton finalmente mudou de assunto.

— Eu vou aparecer. — murmurei, depois encarei Alan que estava atento a nossa conversa. — Já pensou no que eu te falei semana passada? Gavin foi embora da cidade. Estamos sem alguém para isso. Você disse que sabe tocar. Já pensou em...? — deixei a pergunta no ar.

— Eu pensei. — Alan suspirou. — Me passa a localização da casa do Jason depois. Posso aparecer por lá e fazer um teste. Não custa nada. — deu de ombros.

A FAL, banda da qual eu fazia parte, era composta por cinco membros. Jason, Colton, Zachary, eu e o Gavin, mas o último teve que sair da banda por motivos pessoais, então estávamos precisando de alguém. Se Alan topasse entrar para o grupo, estaríamos satisfeitos.

Forever Alone and Lost (FAL) era só um passatempo. Foi ideia do Jason desde que ele percebeu que eu tinha uma voz legal e que poderia convidar mais pessoas para tocar ao seu lado. Ele era o segundo vocalista depois de mim e também baixista da banda. Tocávamos algumas vezes em um bar da cidade e conseguíamos algum dinheiro. Não era algo exorbitante, mas ajudava.

Não sei se a banda teria vida prolongada. Na verdade, somente o tempo poderia dizer alguma coisa.

Para Sempre, JulietOnde histórias criam vida. Descubra agora