capítulo 8: escapatória

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Aaron

Pessoas corriam por toda parte e eu conseguia ouvir os gritos no meio da confusão. Aleta sumiu, mas não perdi tempo procurando-a. Provavelmente já estava longe ou na garupa de algum cara.

Dei de ombros em cima da moto e parti pelo asfalto, fugindo de uma possível prisão.

Quando aumentei a velocidade, meus olhos ainda percorriam a multidão assustada e me surpreendi ao notar algo.

Freei a moto.

Uma garota tentava encontrar uma saída no meio da confusão, e parecia assustada.

Eu a reconheci de imediato.

Juliet Connelly!

Bufei por baixo do capacete, partindo naquela direção. Buzinei algumas vezes e fiquei apreensivo porque a polícia deu sinal de vida atirando com balas de borracha.

Merda!

Freei a moto bruscamente perto da garota, que deu um pulo.

— Suba na moto!

Seus olhos estavam arregalados, mas pelo menos não hesitou antes de escorregar para o banco traseiro da minha Ninja H2R. Suas pequenas mãos apertaram minha jaqueta e eu parti para longe daquela balbúrdia, pensando no quanto a noite havia sido louca.

Conforme a moto percorria a estrada em alta velocidade, eu só pensava em procurar o lugar mais distante possível daquela confusão. Ser preso não pegaria bem para mim. Além de perder Maya, eu provavelmente seria expulso da escola e poderia voltar para o reformatório. Isso não poderia acontecer de jeito nenhum.

Eu sabia que era inconsequente por ainda participar das corridas, mesmo sabendo dos riscos, mas elas rendiam uma boa grana e eu não poderia dispensar dinheiro quando precisava cuidar de uma criança. E mesmo o dinheiro do Estado era mínimo.

Estacionei a moto depois de um tempo, em uma estrada qualquer e deserta.

Depois que a garota desceu, continuei em cima da moto, observando-a atentamente.

— Por que parou aqui? — seus olhos percorreram a estrada e depois a floresta mais próxima. Percebi que estava assustada, então decidi me divertir um pouco.

— Eu te salvei. — murmurei com sarcasmo. — E você ainda não agradeceu. Por esse motivo estou me sentindo extremamente irritado, então decidi encontrar o lugar mais conveniente para sumir com um corpo.

Juliet ficou apavorada e eu ri alto.

— Seu idiota! Quase acreditei. — bateu no meu ombro. Não causou dano algum.

Continuei rindo, então disse:

— Onde seu namorado foi parar? Te abandonou naquele racha e sumiu, certo?

Eu ainda achava aquele cara um tremendo idiota, mas escolheria outra ocasião para mostrar meu ponto de vista.

— Ele desapareceu na confusão, mas deve está me procurando agora. Só espero que não tenha sido preso.

— Ele provavelmente não, mas você teria se eu não tivesse aparecido.

— Acho que sim, mas felizmente isso não aconteceu. Ademais, se você não tivesse aparecido, eu teria encontrado um jeito de me esconder. — era engraçado que mesmo nessa situação ela não perdia a altivez.

— Claro. — minha voz soou sarcástica, então fiquei sério. — Não tem nada a dizer?

Juliet franziu o cenho.

Para Sempre, JulietOnde histórias criam vida. Descubra agora