capítulo 55: nova realidade

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Meses depois...

Hanover, NH

Juliet

Nossa...

Como o tempo passava rápido.

Eu ainda não tinha me adaptado por completo à vida em New Hampshire, mas não poderia negar que o clima da cidade era agradável e eu apreciava a companhia de tia Rowena também.

Além disso, agora eu tinha um motivo concreto para recomeçar, mesmo que as lembranças caóticas ainda povoassem meus pensamentos.

Mesmo que a dor ainda estivesse ali.

Pelo menos eu não tinha contato com os meus pais, que apenas se comunicavam com tia Rô.

Com a TV ligada em um canal qualquer e sentada no sofá, pressionei o bebê de quase 4 meses contra o peito, tentando acalmá-lo.

Como tia Rô tinha saído para o mercado, eu estava sozinha e desesperada porque o bebê não parava de chorar. Mesmo que já estivesse bem alimentado, meu pequeno Zion estava inquieto e infelizmente não queria dormir.

Não era sono e nem fome porque já tinha mamado.

Será que estava com alguma dor?

— Meu amor... — eu o ninei, preocupada, beijando sua cabecinha com poucos cabelos escuros. — Acalme-se, meu menininho.

Zion era um bebê saudável e lindo. Ele não tinha dado trabalho no parto e não demorou muito para que eu estivesse com meu pacotinho precioso nos braços. Eu lembro que chorei muito durante o seu nascimento, por dois motivos: pelo amor extraordinário de mãe que me consumiu e pela sensação de vazio ao não ter Aaron presenciando tudo. Ele sequer imaginava que seu filho estava vivo e bem e aquilo me doía profundamente.

Eu pensava seriamente, muitas vezes, em correr para Chicago e revelar tudo, mas eu ainda sabia do que papai era capaz. E como Aaron estava no início de uma carreira promissora na música, eu tinha medo de papai arruinar tudo. Eu não queria que isso acontecesse.

Eu soube recentemente que FAL tinha se tornando uma banda muito popular e famosa. A base de fãs do grupo só crescia e é verídico que fiquei extremamente feliz e pasma ao ver tantas conquistas. Aaron e o restante da banda mereciam tanto.

Eu recordei que foi chocante ver os diversos noticiários exaltando Aaron e seus amigos nas semanas anteriores; ver o quanto eles tinha evoluído. A banda superou a expectativa de muita gente e era o assunto do momento. Eu acompanhava o que podia pela TV. e me admirava a cada conquista de Aaron e de seus amigos.

Eu estava feliz por eles.

Muito.

— Calma, meu neném. Mamãe tá aqui. — o bebê continuava chorando, e eu me ergui do sofá, quase chorando também.

Eu mal tinha dormido nos últimos dias. Zion sempre despertava quando queria, para mamar ou apenas por falta de sono. Eu não podia controlar isso, mas fazia o que podia. Ser mãe era cansativo, mas eu adorava a sensação de ter minha criança no colo; de cuidar dele.

Mesmo com todo o sofrimento vivenciado durante a gravidez, eu não tinha desenvolvido trauma pós-parto ou algo do tipo. Graças a Deus eu estava conseguindo manter minha cabeça no lugar. Era difícil, mas eu tentava.

Mesmo sendo muito jovem, eu estava sabendo lidar com o papel de "mãe".

Acalentei o bebê, mas isso não adiantou.

Pensei seriamente em levá-lo para algum atendimento hospitalar quando algo inédito aconteceu.

Zion parou de chorar quase que imediatamente.

Para Sempre, JulietOnde histórias criam vida. Descubra agora