Um Amor Conveniente

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Eu troquei as minhas comodidades para viver ao seu lado, com incertezas e dificuldades. Você preferia o inverno e eu amava o verão, você achava intervenções artísticas uma bobagem e eu amava essa proposta de movimento, você queria estar sozinho com uma pessoa disponível e eu queria desfrutar da sua companhia unicamente. Às vezes você era difuso, uma pessoa complicada e simples de conviver. Tudo era simplificado com um gesto ignorante, e eu justificava as suas atitudes por falta de tempo. 

Quando eu pegava metrô voltando pra nossa casa eu só queria que o trajeto fosse mais longo, que o metrô tivesse com lentidão todos os dias. Eu não queria chegar em casa e ver que você estava mas não estava lá. Sua presença era inconstante e sua falta de atitude constante. Me nego a acreditar que você não era atencioso porque não conseguia, era porque pra você não fazia sentido. O seu maior erro foi pensar que já tivesse me conquistado. A paixão não é duradoura, ainda mais quando não há nada que a intensifique ou a motive para ela continuar ali. 

A verdade é que a pessoa certa não vai fazer com que modifique algo que goste, não se esse fatores influenciaram no início do sentimento. Então por que você não gosta que eu apoie as intervenções e ame o verão? Porque parte de você sabe que mesmo que eu me esforce para se encaixar na sua vida no final você sempre estará se sentindo sozinho e vazio por dentro. 




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