Dogma

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O seu sorriso depreciativo, me mostrava que tudo aquilo que eu pensava você sentir por mim, não passava de momentos. Momentos instantâneos, que sempre acabavam em discussões. Ouvir você me colocando pra baixo era o meu pesadelo diário, logo o cara que no começo me tratava como uma religião a ser seguida. Mas tudo mudou, você já não me seguia e muito menos me respeitava, e ao contrário eu ainda continuava crendo em você e no "nós ".

O amor que eu sentia por você permanecia ali, mas talvez não fosse um amor e sim um dogma. No qual eu não podia argumentar e nem duvidar, só aceitar...

Os meus sonhos continuavam trancados em um porão interno sem nenhuma 
estimativa de quando iam ser concretizados. Já os seus acabaram se tornando meus. E eu continuava fazendo de tudo para que você nunca deixasse de sonhar enquanto eu me agarrava na idéia de uma estrela cadente realizar os meus desejos. 

De repente eu me via tão dependente de você, tão agarrada a dor que você me causava.

A dor que eu confundia com o amor
O amor que eu nunca deixei de te dar, eu dei tanto amor que  acabou faltando algum resquício dele em mim

Te perdoar seria um grande desafio, pois eu não me sentia mais cega, e conseguia ver com clareza a dor e a destruição que você causou em meu ambiente interno. 





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