Termino de comer e fico cerca de dez minutos esperando Apolo voltar do banheiro, apenas ouvia algumas palavras soltas que ele falava então tentava absorver ao máximo de conteúdo que eu consigo.
"Agora seria uma ótima chance para fugir, não é?" -Olho ao redor e sorrio, ninguém estava me supervisionando e a porta totalmente destrancada a minha mercê, tentador.
Sorrio abertamente e antes de qualquer coisa olho para a sola do meu pé, mesmo lugar onde o rastreador estava antes. Olho para ele e ignoro, tenho planos para isso depois que escapar desse hotel.
Me levanto da cadeira em que estava sentada e ando na ponta dos pés em direção a porta da frente do quarto. -"Vai com calma e sem fazer barulho". -Quando estava com uma das mãos na maçaneta ouço a voz do Apolo alterada e logo seus passos andam com pressa pelo assoalho do banheiro, trato de correr para a cama e fingir que estava distraída com o que passava na televisão apesar de ser um reality show que nunca tinha ouvido falar... -"Inferno, segunda tentativa foi por água abaixo"
- Perdi alguma coisa? –Pergunto sorrindo inocente assim que Apolo aparece no quarto com um humor totalmente diferente do de antes de entrar no banheiro, o mesmo bufa enquanto digita no celular.
-Caleb e Peter pegaram o carro errado. -O mesmo guarda no bolso de trás da calça o celular e me olha. -Vamos nessa, todos já estão lá embaixo esperando a gente,
Afirmo e logo me levanto da cama rapidamente, ando para o lado da porta onde ele já estava me esperando. -"Minha paz durou pouco" -Apolo passa uma das bolsas transpassada pelo peito e pega as outras duas com os braços fazendo as veias saltarem visivelmente, parecia estar pesado.
-Consegue levar essa? -Aponta com a cabeça para a menor das bolsas que estava no chão, eram apenas roupas aparentemente e coisas pessoais.
-Posso levar mais uma se quiser, você pegou praticamente tudo sozinho. -Ele nega com a cabeça antes mesmo de eu conseguir terminar de falar a frase inteira.
- Não precisa, apenas leva a que eu pedi e abre a porta para mim. -Arruma melhor tudo nas mãos. -A chave do quarto está no bolso da minha jaqueta. -Vira um pouco o corpo para mim deixando o acesso para o bolso mais fácil e mostrando onde estava. -Pode pegar. -Chego perto do Apolo, perto suficiente para sentir seu cheiro de pós barba e bala de menta, invadindo totalmente meu espaço pessoal e as minhas narinas fazendo por um momento eu esquecer o que estava fazendo e deixando minha mente imaginar coisas que eu nunca deveria ter pensado antes.
Começo a imaginar ele acordando logo cedo de manhã para tomar um banho morno e de frente para o espelho banheiro, depois pegando uma gilete para aparar a sua barba curta que já estava ficando grande, seguidamente arrumando o cabelo para trás com os dedos e logo indo passar um perfume...
Balanço minha cabeça levemente para voltar a realidade e me lembrar do que estava fazendo no momento antes da minha cabeça viajar longe. -Achei. -Falo quando pego a chave e logo ando para a porta, ainda bem que ele não conseguia ler a minha mente.
"Deixa de ser idiota Isabela". -Passo o cartão em frente a fechadura e logo ela destrava em um click, abro a porta para Apolo passar na minha frente e saio atrás, tranco a porta com a chave novamente e fico ao lado dele.
- Vamos para o elevador princesa. -Anda na minha frente, apenas sigo ele e aperto no botão do térreo assim que entramos para evitar que Apolo se incomode em fazê-lo.
"Você está muito boazinha Isabela". –Penso e afirmo com a cabeça.
Olho meu reflexo no espelho depois das portas fecharem na minha frente, percebo uma movimentação no meu lado e quando menos espero reparo que Apolo também me olha, finjo que não havia notado e apenas fecho meus olhos sentindo minha pele queimar sobre seu olhar. Consigo sentir que em momento algum Apolo desvia, talvez esteja tentando me ler através das minhas ações assim como fiz com ele mais cedo, volto para realidade quando ouço a porta abrindo no nosso andar.
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Apaixonada Pelo Meu Sequestrador
RomanceAs pessoas costumam dizer que as histórias ou filmes clássicos são sempre os melhores de ver, o que elas não falam é que o romance clichê são sempre os melhores de se viver. Sentir frio na barriga por conta das borboletas no estômago, as mãos suarem...