Seis da Manhã

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Acordo na manhã seguinte com a claridade entrando em cada janela do carro, coço meus olhos e reclamo baixo com palavras desconexas.-Finalmente.-Ouço a voz de Apolo ao meu lado e cubro meu rosto e ouvidos com a blusa como se fosse adiantar algo.

-Que horas são?-Pergunto baixo sem me mover.

-Cedo demais para você querer saber.-Consigo ouvir ele bocejar o que me faz imitar seu ato mesmo sem olhar.-O horário perfeito para irmos para cidade.

-Eu acho que ainda está cedo demais para isso.-Murmuro com a voz abafada e tendo meus olhos fechados.

-Quanto mais rápido começarmos a ir para a cidade, mais tempo você vai ter para descansar.-Tiro a blusa de cima do meu rosto e espero um tempo parar me acostumar com a claridade sobre os meus olhos.-E outra parte boa é que a estrada está vazia então não vamos ser pegos.

-Tudo bem, ganhou minha atenção.-Me sento no banco e sinto dor nas minhas costas automaticamente.-Merda.-Faço uma careta ao sentir que piorou quando eu me mexi.

"Eu odeio dormir dentro do carro"

-O que foi?-Demoro um tempo para responder por estar tentando fazer a dor ir embora enquanto estralava o meu corpo.

Olho para ele que parecia estar um pouco preocupado.-Dor nas costas.-Me estico para fazer a preguiça e o sono irem embora de forma rápida.-Eu dormi mal hoje.

-Minhas costas também não gostaram.-Ele fala me olhando e sorri sem mostrar os dentes.

-Quer ir agora?-Pergunto baixo e olho ao redor, deduzo que seja em volta de seis horas da manhã. Faz anos que não acordo esse horário então está sendo uma péssima experiência.

-Sim.-Afirma com a cabeça e entrego a blusa que estava usando de travesseiro.-A gente pode tomar um café da manhã em um restaurante e depois seguir para um hotel.

Sorrio sem mostrar os dentes antes de responder só de imaginar os detalhes.-Finalmente algo decente saiu da sua boca.-Ser grossa com ele ajuda um pouco o resquicio de raiva que eu ainda tenho.-Me inclino ainda com preguiça e calço meu par de sapatos.

-Estou vendo que você voltou a falar comigo.-Viro meu rosto e vejo que estava com um sorriso idiota nos lábios, o que me deixa séria.

-Não fica muito animado com isso.-Sou sincera e me sento normalmente.-Significa que você está muito propicio a receber ótimas respostas minhas.-Abaixo o espelho do carro que estava em cima da minha cabeça.-E eu ainda não te desculpei.

-Por que não?-Dou de ombros e olho meu reflexo.

"Já tive dias piores."-Amarro meu cabelo e olho para ele.

Penso na minha resposta por um tempo.-Porque eu não quero.-Sorrio e levanto o espelho em apenas um movimento.-Simples assim.

Revira seus olhos.-Isso não é justo sabia?-Apolo pega a bolsa que estava no banco de trás e desce do carro em um pulo, faço o mesmo que ele em seguida.

-A vida não é justa.-Respondo simples, fecho a porta do carro atrás de mim e vou para o lado de Apolo que estava parado dois metros de distância do automóvel.

Ele segura a bolsa com certa força nas mãos e encara o carro, acho sua ação estranha então tento desvendar o que estava querendo fazer.-O que é isso?-Pergunto quando se passa um tempo, aponto para o carro.

-O que é o que?-Pergunta sem me olhar, e ainda com os olhos grudados no carro.

-Isso.-Aponto para os dois.-Você está concentrado no que?-Pergunto com receio.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora