Clube dos Cinco

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Dormir essa noite foi uma tarefa mais difícil do que eu imaginei que seria, depois de tomar um banho tecnicamente longo e me martirizar durante todo o processo eu me joguei na cama com uma roupa qualquer. Mesmo depois de esfregar minha pele o cheiro do perfume do Apolo ainda estava em mim e principalmente no meu cabelo que não tinha sido lavado.

"Inferno" –Era o que eu pensava a cada minuto que sentia esse maldito aroma viciante.

Mas depois de sentir o cansaço tomar conta do meu corpo eu não tive muita opção a não ser dormir, mesmo sem querer e sem parar de reviver aquele momento repetidas vezes na minha cabeça, o olhar dele, seus lábios entre abertos, o cheiro que sentia, nada saia da minha cabeça por mais que eu tentasse esquecer. Até tentei contar carneirinhos e cantei uma música infantil para ver se tinha algum efeito em mim.

Consegui pegar no sono por volta da meia noite.

Finalmente.

(...)

Acordei na manhã seguinte já com os pensamentos na lua, tanto no que aconteceu com Apolo e comigo, quanto com como eu iria agir com os outros referente ao que descobri na noite anterior. Meu instinto ontem foi fugir e não enfrentar eles, tanto que conversei apenas com Caleb e Apolo no jantar, tentei evitar aos outros ao máximo que consegui, mas isso não vai durar para sempre. Não vou conseguir fugir deles hoje de novo.

Logo de manhã comecei a prestar mais atenção nas ações de todos os cinco, como eles se relacionam entre si, até quando iam espirrar eu estava atenta ao que faziam, agora a luz do dia tudo parecia mais claro. Cara e Cristina andavam sempre juntas e pareciam realmente estar íntimas, dava para ver isso só pelo jeito que falavam uma com a outra. Pelo jeito esse sequestro realmente afetou meu cérebro levando em conta que não havia reparado no óbvio. Peter por outro lado sabia disfarçar bem, por isso que nem mesmo a Cristina tinha suspeitado da suposta paixão dele pelo Apolo.

Olho para o prato na minha frente sem conseguir comer a comida, estava sem vontade mas comia por que sabia que eles iriam me rondar caso não fizesse. Hoje eu acordei com um forte aperto no peito, uma dor que fazia um certo tempo que não sentia, tristeza. Ela foi uma companheira na minha vida durante anos, principalmente durante a minha adolescência na cidade em que nasci, lembrar de tudo o que me fez entrar em depressão machuca o meu peito e arde meus olhos, depois de muito tratamento, acompanhamento médico e apoio da minha família eu consegui me livrar desse mal que me perseguia. E o meu maior medo neste momento é voltar à estaca zero, voltar a não ter vontade de levantar da cama, voltar a odiar a minha vida de novo, acho que além do receio que eu sinto com o meu destino, a minha cabeça e como eu estou enfrentando isso é algo que me assusta igualmente.

- Ouviu o que dissemos Isabela? -Cristina chama minha atenção na mesa em que estávamos sentados todos juntos, dou um sorriso amarelo.

- Não desculpa, estava com a cabeça nas nuvens. -Nego e peço para ela repetir. - O que vocês falaram?

- Nós vamos continuar aqui até amanhã para não levantar suspeitas. -Afirmo com a cabeça para mostrar que dessa vez havia prestado atenção.

"Para onde dessa vez? " -Não pergunto apesar de querer, apenas olho com atenção.

- Depois partimos para o Tennessee. - Apolo fala sem eu nem mesmo ter perguntado e franzo a testa por achar estranho.

- Nosso destino não é Winsconsin? Tennessee está fora do caminho. -Pergunto sem olhar diretamente para ele e sim para o Caleb e Cristina. -Estão desviando por que? Trocaram o lugar da entrega? -Referir a mim mesma como apenas um pacote que precisa ser entregue é estranho e no fundo machuca, mas é a verdade.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora