Pequena Descoberta

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Estar dentro de um carro em direção a um estado que nunca esteve antes com cinco pessoas totalmente estranhas que te sequestraram na noite anterior não é tão ruim quanto parece .... É bem pior. Entre as piadas, conversas paralelas que eu nunca vou entender e risadas direcionadas a mim, nem parece que estou no mesmo ambiente que eles, na verdade eu me sinto novamente no ensino médio, a diferença é que agora eu não tenho medo da minha própria sombra e sim deles cinco, para ser mais exata medo do que eles podem fazer comigo.

- Pode abrir um pouco a janela por favor? -Pergunto para Apolo já que ele tinha ativado a trava da janela para eu não abaixar, ele estava no volante. -Por favor.

Ele me olha através do retrovisor e faz o que eu pedi depois de me avaliar, consigo sentir ar fresco vindo das árvores e desse jeito pelo menos sinto um pouco de conforto. -Obrigada. -Ele acena com a cabeça e volta a prestar atenção na estrada.

"Um homem de poucas palavras" - Penso depois que desvio o olhar dele, deito minha cabeça no encosto do banco.

Toda pessoa de poucas palavras tem algo a esconder por baixo da cara mal humorada, sendo boa ou não eu vou descobrir o que é. Talvez seja um passado sombrio, um segredo que ninguém deva saber ou até medo do futuro. Meus instintos nunca falham e desde que eu vi ele pela primeira vez senti algo que não consigo explicar, talvez tenha sido o jeito que ele me olhou, mas eu não vou descansar até descobrir do que se trata. Tanto isso quanto o segredo dele.

Sou tirada dos meus pensamentos quando sinto Cristina deitar a cabeça em mim e logo percebo sua respiração pesada. Cara e Peter também estavam dormindo, apenas Caleb estava acordado além de mim e de Apolo, o mesmo estava distraído mexendo em algo no celular que eu não fiz questão de entender. Viro meu rosto para a janela e vejo uma placa grande "Bem-vindo a Charlottesville, Virginia".

"Ótimo, uma cidade a menos" - Penso sozinha. Levanto meu olhar e percebo que Apolo estava me encarando pelo retrovisor.

Assim que reparo o que ele estava fazendo franzo a minha testa como se estivesse perguntando o motivo e ele não faz nada, desvia o olhar depois de alguns segundos depois. -Nós vamos dar uma parada aqui para comer e descansar um pouco antes de voltar para estrada.

Concordo com a cabeça e cutuco Cristina no meu lado para acordar, Caleb trata de acordar os outros dois enquanto me distraio com as construções e excentricidade da cidade em que estamos. Apolo logo estaciona o carro em frente a uma lanchonete e deixa todos acordarem direito antes de sairmos juntos, eles pegam uma bolsa preta e logo ficam ao meu lado para entrarmos juntos. -"Desse jeito vou parecer uma celebridade com todos eles ao redor"

Apolo guia o grupo andando para dentro da lanchonete até escolher um lugar para sentarmos afastado da porta e longe das câmeras de segurança. -Vão querer o que? - Sentamos todos juntos em uma mesa, mas claro que eu fiquei entre Apolo e Cristina.

- Hambúrguer. - Peter e Caleb falaram, as meninas escolheram bolo.

- E você princesa? - Franzi a testa e olhei para o Apolo sem saber a quem estava se referindo. -Quer comer o que? -Aponto para mim sem saber se estava falando comigo.

- Tá perguntando pra mim? -Ele afirma com a cabeça.

- Vou querer o mesmo que o deles, mas com fritas e uma coca. -Sorrio sem mostrar os dentes.

Ele afirmou com a cabeça e levantou da cadeira que estava sentado. -Tentem não perder ela de vista dessa vez. -Comecei a batucar meus dedos na madeira da mesa e dou um pequeno sorriso culpado.

Todos ficaram quietos e se olhando, respiro fundo. -Então ... eu posso ir no banheiro?

Cara olha para mim com a testa franzida e me responde de forma irônica. - Não fez xixi suficiente quando estávamos no hotel? -Nego com a cabeça e sorrio antes de responder.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora