Corredor da Morte?

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Apolo

Admitir que no fundo eu queria beijar Isabela foi mais libertador do que eu havia imaginado, não ouvir aquela voz que insiste em dizer que estou errado durante todo o tempo em que ficamos juntos.

Eu sei que não é certo, mas às vezes não tem como lutar contra seus limites, e eu já estava no meu faz um tempo, acabei me deixando levar e não me arrependo do que eu fiz.

Passar uns dias com a Isabela não foi exatamente o que eu precisava para calar minha mente, piorou bem mais do que o esperado e eu cedi. Não me arrependo disso agora, mas talvez me arrependa quando entregarmos ela para o Mandante. Eu sei que vou me arrepender, e mesmo assim não consigo parar de beijar ela, me odeio por ter colocado nós dois nessa situação, não tem mais volta.-Pronta?-Me viro para Isabela, já estava escuro, os policiais já haviam ido embora e era o momento perfeito para ir embora do hotel.

-Não exatamente, mas eu sei que precisamos ir.-Parou na minha frente, consigo ver através dos seus olhos que estava preocupada e pensando no futuro, e eu não podia fazer nada para ajudar.-Vamos ficar em Illinois por quanto tempo?

Demoro um tempo para responder, não queria dizer para ela como realmente seria daqui para frente.-Não vamos parar lá.

-Como assim?-Não respondo até sairmos do quarto.

-Quer dizer que não vamos parar lá.-Ela parece ainda não entender, estamos parados no corredor se olhando, seria uma tortura passar a noite com ela depois de falar.-Vamos direto para Wisconsin.

-O que?-Isabela não acreditou no que eu disse, seu corpo estava na defensiva.-Só vamos parar em Wisconsin? Me fala que isso é mentira Apolo, não podemos ir agora.

-Gostaria de dizer que é mentira, mas precisamos ir rápido,-Tentei me aproximar dela em vão, Isabela deu um passo para o lado.-Daqui a pouco estão na nossa cola.

-Eu não estou pronta para Wisconsin.-Ela nega com a cabeça copiosamente.-Ainda não.

-Eu sei que não.

-Então faz alguma coisa.-Me olhou com raiva, deu para ver que queria gritar comigo ou fazer algo pior.

-Não tem o que fazer, já decidimos isso.-Tentei tocar no seu cabelo e ela deu um tapa na minha mão para me afastar.-Me desculpa.

-Não encosta em mim.-Essas foram as últimas palavras que ouvi dela até a manhã seguinte.

Eu já havia imaginado essa reação dela, na melhor das hipóteses ficaria sem falar comigo por um tempo, e pensando nisso que decidi fazer parte da viagem até Wisconsin de moto. Assim nenhum dos dois teriam que tentar conversar ou aguentar um silêncio que incomoda até os mortos.

Apesar do caminho ter sido feito em completo silêncio, senti falta da sua voz me fazendo provocações a noite toda, senti falta do seu sorriso e da sua testa enrugada. E o pior de tudo, senti falta da sua boca. 

Ver ela quando o dia estava clareando foi um sopro de ar fresco em mim, mas um balde de água fria me atingiu quando ela começou a ignorar minha existência durante todo o café da manhã.-Você não pode ficar sem falar comigo para sempre.-E assim como antes não obtive resposta.-Isso está sendo uma tortura, sabia?-Isabela levantou o olhar para mim e deu um sorriso falso. Consegui ouvir sua voz dizendo "Que bom". Logo ela desviou e voltou a comer e fingir estar prestando atenção na mesa ao lado.

Eu sei que poderia ter falado antes, ou tentando impedir. Mas dessa forma é melhor e mais seguro para ela, correr menos perigo quer dizer que vai continuar viva.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora