Culpa do Uno

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Ás vezes eu sinto que nós dois estamos dentro de um livro ou um programa de televisão, onde dois personagens se odeiam e fazem de tudo para irritar o outro e provocar em todas as oportunidades que surgem. Nós estamos vivendo isso, e agora somos obrigados a ficar juntos por tempo indeterminado até tudo se resolver...É quase como um daqueles romances clichês onde o garoto e a garota se odeiam, mas no final ficam juntos e felizes para sempre.

Acontece que a nossa realidade é bem diferente disso.

(...)

Apolo voltou do banheiro um tempo depois e se sentou na cama ao outro lado da pequena barricada que eu tinha criado para nos separar.-Resolveu ligar a televisão de volta?

Reviro meus olhos sabendo que ele não veria e decido ficar quieta, minha raiva não tinha ido embora e eu não queria conversar com ele no momento, então um tratamento de silêncio foi a minha melhor alternativa.

-Não vai falar nada?-Ouço apenas sua voz.

Cruzo meus braços acima do peito e continuo olhando para a televisão como se estivesse interessada, sinto um certo movimento na cama e logo a barricada de travesseiros é desfeita rapidamente.

-Ei, Apolo.-Falo alto e olho para ele que estava do outro lado com um sorriso no rosto e os travesseiros nas mãos.-Coloca de volta.

-Então quer dizer que agora você fala?

Não respondo sua pergunta.-Coloca de volta.-Ordeno e aponto para o lugar.

-Só vou colocar de volta quando você me responder.-Me sento e viro para olhar ele melhor, continuo quieta pelos próximos segundos que se passaram, o que serve como uma resposta indireta.-Não vai falar?-Nego com a cabeça deixando claro.-Então acho que você vai ter que aguentar minha cara pelo resto do dia.-Sorriu.

"Ele é insuportável"

-Tá.-Desvio o olhar para a parede, pois eu sei que com a minha próxima fala ele iria sorrir.-Qual é a sua pergunta?

-Eu perguntei se você resolveu ligar a televisão de volta?-Consigo sentir o tom de deboche na sua voz.

-Não.-Nego com a cabeça e decido responder ele de forma ácida.-Um fantasma que ligou para assistir filme.-Falo irônica e olho para ele que ainda sorria.

"Filho da puta".

-Agora você pode colocar a droga dos travesseiros de volta para o lugar?-Pergunto e vejo ele afirmar com a cabeça, se aproximar e fazer o que eu tinha pedido.

Me viro para arrumar corretamente a barricada.-Não vai nem me agradecer?-Pergunta depois de alguns segundos.

-Agradecer você?-Nego com minha cabeça sem dar muita atenção para o que o mesmo falava.-Não.

-Me magoou.-Reviro meus olhos já sabendo que é uma tática para me deixar irritada, dessa vez não vai funcionar.-Aliás...ontem antes de dormir eu falei com eles, estão todos bem e indo para Wisconsin.

Ignoro meu mau humor para saber mais informações sobre o que estava falando.-Sério?-Me viro na sua direção.-Todos estão vivo? Como conseguiram? O hotel estava cercado.

-Minha equipe é boa Isabela, nunca duvide deles.-Fico aliviada em saber que estão bem, principalmente Caleb e Cristina.

-Eu não vou.-Me limito nessa resposta e presto atenção na televisão.

Apolo suspira ao ver que não falo mais nada e se afasta da cama indo até a bolsa preta que carregava desde a manhã do dia anterior, talvez tivesse esperança que eu puxasse assunto. Não ia funcionar.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora