Loja de Conveniência

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Durante uma certa parte do percurso eu fiquei apenas quieta olhando para minhas mãos ou distraída com meus pensamentos nas nuvens e naquele grupo de homens que me procuravam, eu realmente cheguei a pensar que as coisas não podiam ficar piores do que estavam, mas adivinha. ELAS PODEM, e nesse exato momento eu vi com meus próprios olhos.

Só conseguia tentar imaginar quem eram essas pessoas atrás de mim e supor, talvez meu chefe ou alguma outra pessoa que estava com o nome nos arquivos que eu abri e tive o azar de ler. Agora a pessoa que contratou Apolo e os outros, eu não tenho a mínima ideia de quem sejam, muito menos um palpite, ele pode ser um maníaco, um mafioso, um médico ou qualquer outra coisa, o que eu sei é que essa pessoa é de Wisconsin, mais nada. Talvez outra empresa grande que esteja de olho nos negócios do meu antigo/atual chefe, ou coisa parecida. Não paro um segundo de criar teorias na minha cabeça e apostar em qual delas é a verdadeira, meu cérebro simplesmente não para de trabalhar e tentar entender o que está acontecendo.

Em outra parte da viagem passei o tempo dormindo, tenho que admitir que essa foi a minha favorita, nesses momentos consigo me esquecer por um curto período de tempo dos problemas e pensamentos. Não sonho com nada, apenas um breu escuro, eu prefiro assim.

Estava com a cabeça encostada na janela da quando acordo com Caleb me cutucando e chamando meu nome baixo. -Isabela ...acorda, estamos quase chegando em uma parada na estrada. -Coço meus olhos com os dedos e abro eles lentamente. -Vamos fazer uma parada só para ir no banheiro e reabastecer a van. -Sinto vontade de reclamar por ter sido acordada, mas continuo quieta.

Faço apenas um som de concordância e trato de me sentar direito, ainda estávamos em movimento então preferi me manter calada, minha cabeça estava longe e mal percebi que Cara estava sentada ao meu lado. -Nossa, você está com uma cara péssima. -Não dou atenção para o que ela disse, estava sem humor e paciência para responder sua provocação, apenas suspiro e olho para minhas mãos que estavam espalmadas na minha coxa.

"Apenas respira Isabela" -Nego com a cabeça. - "Se acalma". -Puxo o ar para os meus pulmões com força e expirou no mesmo ritmo. -"Vai dar tudo certo"

- Aqui, bebe um pouco. -Cara me entrega uma garrafa de água fresca que estava dentro de uma das bolsas ao nosso lado. -Você parece precisar de um pouco de água para colocar os pensamentos em ordem. -Pego a garrafa na mão e logo abro o lacre dela. - Já vamos estacionar então você vai poder respirar melhor e arejar a cabeça.

Dou um pequeno sorriso em agradecimento. - Obrigada, por isso. -Falo baixo e dou um gole, apenas recebo um aceno de cabeça dela como resposta.

"Ela acabou de dirigir uma palavra a mim, e ser simpática comigo?"-Bebo quase que metade da garrafa de água mesmo com medo dela estar envenenada, na verdade essa ideia não parece ser tão ruim agora, na verdade iria calhar muito bem. - "Para ela ser legal comigo, eu devo estar realmente com o rosto péssimo".

Passo os próximos cinco minutos olhando para o líquido dentro da garrafa que balançava de acordo com o andar do carro, de um lado para o outro sem se cansar de se mexer, apenas seguindo o ritmo que lhe foi dado e nada mais do que isso. Suspiro baixo e logo me vem outros pensamentos melancólicos que eu adoraria ignorar ou não ter.

-"Qual o ritmo que eu tenho que seguir para continuar viva?". -Nunca me senti tão perdida e jogada ao desconhecido quanto estou agora. -"Qual meu próximo passo?". -Me sinto angustiada com o que o futuro me reserva, talvez daqui a uma semana eu esteja morta ou presa com outras pessoas em uma cela qualquer até a opção de ser torturada não é totalmente excluída da minha cabeça, essa é a que mais me assusta. Não dá para ter certeza de nada agora, muito menos do meu destino.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora