Apaixonada Pelo Meu Sequestrador

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Depois daquilo ficamos juntos na cama se olhando, cada um encostado na parede enquanto conversamos.

-Tenho uma pergunta.-Chamo sua atenção.

-Pode falar.-Me incentiva.

Avalio bem seu rosto antes de falar.-Qual era o último trabalho de vocês antes de mim?-Ouço o trem fazer uma buzina curta.

-Lavagem de dinheiro.-Franzo a testa como se estivesse fazendo uma careta.-O que foi? Ficou decepcionada em saber?-Ele sorriu.

-Não.-Nego com a cabeça.-É que eu esperava algo mais pesado.-Apolo riu.-Tipo...assassinos de aluguel ou algo do tipo.-Nos olhamos e ele fica quieto.-Espera, vocês já trabalharam com isso?-Faço outra pergunta.

-Meu contrato não me permite dizer.-Deu de ombros.

-Está falando sério?

-Muito sério.-Respondeu com um sorriso no rosto.-Segredo de estado.-Reviro os olhos.

"Não sei se considero isso como um sim ou um não."

-Sei.-Reviro os olhos.-E por acaso vocês já trabalharam para algum tipo de máfia?-Olho curiosa para ele.

-Não posso te dizer também.-Faço uma cara emburrada.

-Qual a graça de te fazer perguntas se você não pode responder?-Ele deu de ombros e sorriu.

-Talvez devesse fazer perguntas que não envolvam a lei.-Franzo a testa.

-Como o que?-Olho para ele.-Seriam perguntas sem graça.

Ele negou com a cabeça.-Perguntas como "Qual foi o nome do meu primeiro animal de estimação?"-Fiz outra careta ainda olhando ele.

-Não.-Ignoro o que ele disse e decido perguntar algo que não sai da minha cabeça desde o ataque do hotel.-Quantas pessoas você já...sabe...-Tento não usar as palavras exatas e ser descontraídas, faço um sinal de cortar uma cabeça com as mãos.

-Quantas pessoas eu já matei?-Ele falou de uma vez.

-Isso.-Demoro para responder.

-Melhor não saber.-Pelo seu semblante achei melhor não insistir no assunto.

-Hummmm.-Senti a energia pesar depois da minha pergunta, em uma tentativa frustrada de ser engraçada puxo assunto.-E...Qual foi o nome do meu primeiro animal de estimação?-Repito sua pergunta feita anteriormente e sorrio.

-Era um peixe chamado Max.-Torço o nariz.-O que foi?

-Nada.-Minto olhando para ele.

-Fala vai.-Sorriu sem mostrar os dentes para me convencer a dizer, resolvi não insistir e só falar o que pensei.

-Max?-Pergunto.-Colocou o nome de um cachorro em um peixe?

-Eu era criança, não sabia escolher nomes.-Se defendeu.

-Não tinha um melhor?-Vejo uma costura da minha calça para fora e começo a mexer nela para me distrair.-Qualquer outro?

-Era Max ou Troy.-Faço outra careta.-Minha mãe não deixou ser Troy.

-Honestamente, ainda bem que não deixou.-Falo sorrindo.

-Isso foi ofensivo, sabia?-Reviro os olhos, paro de mexer na minha calça e volto minha total atenção para ele.-Você ofendeu meu peixe e eu.-Senti a ironia no seu tom de voz e entrei na onda.

-Ofendi seu peixe?-Ele afirmou com a cabeça e fingiu estar triste.-Peço desculpas então, para vocês dois.-Respondo da mesma forma.

-Talvez eu te desculpe.-Fala igual criança quando está fazendo charme.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora