Madrugada Pouco Conturbada

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Isabella

Eu estou correndo, correndo o mais rápido que eu posso enquanto um grupo de estranhos sem face alguma estão atrás de mim tentando me pegar. De início eles apenas me olharam de longe o que me deu tempo suficiente para perceber que eles possuíam armas nas mãos e sentir uma ameaça eminente, foi então que eu me distanciei aos poucos e comecei a correr quando ouvi seus passos próximos de mim.
Não sei o que fazer para fugir deles, eu sinto medo, muito medo de ser pega, de morrer longe de quem amo e sei que se não escapar isso é o que me aguarda. Olho por cima do meu ombro para ver a distância que estava deles e me assusto com o que vejo.
Muito perto.
"Droga, eu vou morrer. " -Tento correr mais rápido que antes, minhas pernas já estão doendo e eu estou ofegante, mas quando menos espero sinto meu corpo trombar com outro me fazendo cair para trás no chão.
Levanto meu rosto para ver quem é, torço para não ser um daqueles que me perseguem, seria o meu fim. -Apolo? O que você está fazendo aqui? -Acabo sorrindo sem nem perceber.
-O que você acha princesa? -Vejo que ele tem uma arma nas mãos, antes de conseguir raciocinar o que acontece ouço um som alto e ensurdecedor de um tiro sendo disparado. -Eu te prometi que eles não iam encostar um dedo em você, estou apenas cumprindo com o que te disse.
Me levanto do chão em um pulo e ele empurra o meu corpo para trás do seu enquanto atira na direção dos homens. Apenas em alguns segundos consigo sentir toda a tenção que sentia ir embora do meu corpo, com ele eu me senti incrivelmente segura e sem medo algum do que iria acontecer.
Apolo dá um tiro certeiro no peito de um deles, aproveitamos esse momento para correr e de repente no meio da escuridão apareceu um carro vermelho, ele não estava lá antes. -Vêm. -Segura na minha mão e me puxa para atrás do automóvel. - Vamos ficar mais seguros aqui.
Deixo o mesmo me guiar para aquele lugar, estou um pouco fora de mim enquanto olho para Apolo para ter certeza que ele estava aqui me ajudando igual havia prometido que faria.
-Você está aqui mesmo? -Pergunto sorrindo e toco no seu braço.
-Estou princesa, eu sou real. -Nos abaixamos atrás do carro e logo vejo seu sorriso galanteador e completamente apaixonante ser lançado para mim
"Eu adoro esse sorriso"
Termina sua fala. -Nenhum deles vai te machucar, eu não vou deixar.
Antes de poder responder ele novamente Apolo se levanta com o corpo virado para os homens sem rosto, mas dessa vez protegido pela carcaça do carro.
-Obrigada. -Não me resta fazer nada a não ser agradecer ele pelo o que me fez e torcer para que tudo se resolva.
-Não precisa me agradecer princesa. -Desvia o olhar para frente para mim e sorri. -Eu sempre vou estar aqui quando você precisar de mim.
"Eu espero que sim Apolo. " -Penso sozinha e ouço outro som de tiro ser disparado alto na nossa direção, ele que ainda olhava para mim para de sorrir e leva as mãos para o meio das costelas, seus dedos estão cobertos de sangue.
-Apolo? -Me levanto com pressa ao mesmo tempo que seu corpo começa a ceder na minha direção, tento segurar ele por mais difícil que seja e sento no chão com o mesmo no meu colo. Levo uma das minhas mãos para a ferida que ele tem e pressiono para estancar o sangue. -Está tudo bem, você vai ficar bem. -Tento sorrir para passar confiança para ele. -A gente só precisa achar um médico.
-Não... -Ele fala me olhando e leva uma das mãos para o meu rosto onde acaricia minha bochecha. -Eu não vou sobreviver. -Apolo fala baixo e logo tosse o que faz um pouco de sangue sair pela sua boca e escorrer pelo canto do seu rosto.
-Não fala assim, é claro que você vai. -Sinto uma imensa vontade de chorar ao ver que seu peito não tinha parado de sangrar. -Eu não vou te deixar morrer, não agora.
-Está tudo bem. -Seguro sua mão no meu rosto e começo a desejar para que isso seja só um sonho e que ao acordar ele vai estar vivo e me irritando como sempre.
-Não está Apolo, você está morrendo. -Murmuro baixo e sinto as lágrimas grossas saírem do meu rosto e caindo na sua camiseta manchada.
-Eu estou. -Ele fala me olhando. -Mas eu estou morrendo como sempre quis. -Franzo minha testa e seguro sua mão quente contra o meu rosto com força.
"Isso é só um sonho estupido. " - As lágrimas não param de cair do meu rosto enquanto eu olho para ele.
-Sabe por que? -Nego com a cabeça para os lados sem força alguma para poder dizer algo. -Porque eu estou nos seus braços Isabela, nos braços da garota por quem eu sou apaixonado. -Nego com a cabeça sem querer acreditar no que está acontecendo.
-Não, você não está morrendo. -Continuo olhando para o seu rosto e vejo um pequeno sorriso nele, Apolo tem outra crise de tosse que faz o sangue sair com mais força. -Você não vai me deixar.
Abaixo para beijar sua boca de forma rápida quando sua tosse para e não obtenho nenhuma resposta depois disso, seco meus olhos para enxergar melhor e vejo sua íris virada para frente e não mais na minha direção. -Apolo? -Meu choro cessou por um momento. -Apolo me responde, isso não tem graça. -Mexo no seu corpo para ele falar algo, mas não obtenho nada, a única coisa que vejo nele é seu rosto sem vida alguma.
Ele morreu.

Apaixonada Pelo Meu SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora