Capitulo 33

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● Terça-feira
>> Arthur
> 11:37

Fico atirado no sofá, de cabeça para baixo, pelo que parece ser uma eternidade.

Não que eu esteja reclamando, mas porque diabos eu tinha que ter uma namorada que sai pra correr? Justo comigo, que beira ao sedentarismo.

Participo de poucas invasões, as vezes jogo um futebol ou aposto uma corrida mas é algo raríssimo de se acontecer. Acompanhar Jade está além dos meus limites, então espero ela chegar da corrida com Kaique...

O problema é que eu não dormi mais depois que ela saiu, não consegui, ficava buscando ela com a mão o tempo todo. Isso que nem sou acostumado a dormir com ela, mas já que estamos aqui parece certo dormirmos juntos... deve ser isso.

Dormimos meio tarde, então meus olhos querem se fechar, minha cabeça parece cheia, mas não durmo.

Achei incrível quando ela contou para todos o que lhe aconteceu, o estupro, achei que dormiria tão, tão tarde, que ficamos na sala para assistir um filme porque ela também achou que não conseguiria dormir. Apesar disso, 10 minutos depois sua cabeça escorrega do meu ombro devagar, e ela estava dormindo.

Fui me deitar junto e em menos de meia hora estava apagado ao seu lado.

Já na noite passada, tudo o que pensei que teria sido na anterior, aconteceu. Ela estava demasiadamente inquieta tarde da noite, enquanto comíamos pastéis de carne e outros de queijo. James percebia também e ambos não sabíamos o que fazer já que estávamos com todo mundo em volta.

O tempo passando, seus pensamentos pareceram ficar cada vez mais desfocados. Quando sua mão apertou a minha eu olhei para James, que já estava observando seu ato.

Levantei, meio sorrindo, meio rindo de algo que falavam e tentei puxar Jade lá para cima com a maior naturalidade que consegui, como se eu só quisesse ficar sozinho com ela um pouco.

Fechei a porta e escorei Jade nela, segurando delicadamente seus ombros.

Eu- ei, no que você tá pensando? - sussurro.

Jade- em tudo, acho... acho que eu tô com medo, de novo - seguro seu rosto entre minhas mãos. Obrigando ela a olhar para mim.

Pelo menos, ela está acreditando que tem essa liberdade de me falar o que sente, antes ela ficava com vergonha ou não sabia definir nada do que estava sentindo.

Eu- estamos bem, todos juntos. Ninguém vai fazer mal algum pra ti.

Jade- era muita gente... - sua respiração fica desregulada e seus olhos começam a encher de água.

Eu- linda, ei, olha pra mim. Somos só nós, sua família, tá legal? - ela assente, mas chora mesmo assim - você está se saindo tão bem sabia? Desde que nos aproximamos você pareceu melhorar tanto.

Continuo a conversar com ela por breves minutos até James bater na porta e as lágrimas que tinham cessado voltarem por causa do susto. Ele entra a puxando em um abraço.

Eu- ela estava parando.. - ele assente. Como se entendesse que foi ele que fez voltar, mas que já não dava mais para mudar. Eles sentam na cama e eu fico em pé, observando James passar sua mão pela da Jade, que acalma aos poucos.

Alexa é a próxima a entrar devagarinho dentro do quarto, James manda um olhar quase que de advertência por ter vindo. Mas ela se ajoelhou na frente dela e falou com sua amiga por um tempo, conversas das quais apenas James escutava com atenção. Eu estava mais focado em como Jade estava se distraindo com ela depois de pedir desculpas por esconder por tanto tempo.

Quando Jade já não chorava mais foi ao banheiro e Alexa sentou na cama.

Alexa- talvez vocês as vezes esquecem que ela não é uma máquina programada. Nem sempre vai ser a mesma forma de fazer passar.

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