Capítulo 43

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●Quinta-feira
>> Gustavo
> 20:40

Passei a noite acordado.
Não preguei o olho.
Me sinto exausto e mesmo assim não conseguiria dormir.
Não até que tudo isso passe.

Estou na minha casa, Vitor no sofá e Luíza deitada em seu abraço.

Desço toda a escada afim de dar uma olhada nos dois, pego um copo d'água, tomo lentamente enquanto mexo em meu celular, conversando com James:

Cara, finge que a gente não vai matar ele essa noite.

Respondo rapidamente:

Por mim, meteria bala nele aqui mesmo.

Eu tenho nojo de ver ele a tocando, mas é o plano. Tenho que lembrar que temos um maldito plano.

Faz alguns poucos dias que Luiza nos contou tudo, e minha mãe, que estava envolvida nisso também. Nesses dias nos esforçamos muito para não demonstrar que sabemos de alguma coisa. Continuamos quase indiferente com o Vitor.

Dávamos indiretas para ele sobre não deixar Luiza com nenhum arranhão, então continuamos fazendo isso. Tentamos ao máximo fazer exatamente as mesmas coisas que fazíamos antes de saber o que está acontecendo.

Ao máximo tentamos fingir que não estamos bolando um plano.

As conversas tem que ser bem planejadas, quase nada é dito por celular.

A maioria não estava conversando muito com Luiza, então já que não podíamos ter conversas longas, tivemos que falar parte por parte em momentos diferentes.

Thiago quando vem para o morro me manda mensagem para saber onde Luíza está, dizendo que não quer vê-la. Uma vez, deu certinho para que Vitor soubesse que, supostamente, Th não quer ver ela nem pintada de ouro.

Sendo que escuto um breve, pequeno e curto choramingo dos dois sobre sentirem falta um do outro. Sobre ser difícil quando se encontraram na rua, se viram de longe, Vitor não deixou que conversassem. Th tinha que fingir raiva por vê-la com outro, e Luiza tinha que se fazer de indiferente, depois de triste quando estava sozinha com Vitor.

Agora, por exemplo, ela finge muito bem.

Antes de eu pisar na escada, ela estava de cara fechada, e quando eu apareci rapidamente pegou na mão de Vítor, acariciando, o abraçou e o beijou muitas vezes desde que estou aqui.

O escuto falar:

Vítor- vou indo pra casa, preciso chegar cedo hoje.

Luiza- por que... amor?

Vitor- compromissos. Nada demais.

Luiza- não quer ficar mais um pouco? - faz um biquinho. Entro na sala em passos lentos. Ele me olha, volta a olhar pra ela e nega.

Vitor- não, vou ir mesmo. Boa noite, gatinha - ele dá um selinho nela e vem até mim para um aperto de mãos.

Logo ele está na rua, Luiza está calçando os tênis muito rápido, quando escutamos o barulho da moto, nos aproximamos da porta.

Eu- ele está saindo - aviso no radinho para todos que certamente estão em completa atenção.

Arthur- tô observando ele. Está indo em direção ao James.

James- já estou de olho.

Existe todos de nós e alguns vapores em cada canto dessa maldita cidade, queremos descobrir para onde ele está indo e se está mesmo envolvido com a Beatriz e o Allan.

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