● Domingo
>> Helena ( Bônus )
> 11:33Precisei me pôr como barreira para que ninguém fizesse mau a Vitor. Agora, Carioca está brigando comigo como se eu estivesse fazendo a pior coisa de toda a minha vida.
Carioca- o que você fez lá embaixo, foi... eu nem consigo descrever o que foi! - seu olhar é de pura raiva para mim.
Eu- vocês não podem querer atirar sempre. Nego, a gente precisa dar uma segunda chance a ele se nossa filha conseguiu fazer isso.
Carioca- sabe o que você está fazendo com ela agora? Está, simplesmente, matando ela. Matando.
Eu- não fala isso.
Carioca- então espero que não me impeça de matar aquele desgraçado quando voltar aqui.
Eu- vai matar ele, se me matar primeiro. É só por cima do meu cadáver.
Carioca- que... PORRA! - ele berra, se vira e dá um soco na parede. Depois outro.
Mais um. E não para até que o barulho chame atenção de outra pessoa.
Gustavo escancara a porta do nosso quarto e parece soltar um suspiro de alívio, percebendo que Carioca bate apenas na parede. Incessantemente.
Com muito esforço nosso filho o faz parar, nos deixando ver as mínimas rachaduras na parede e a mão dele sangrando.
Gustavo- ei! Você não pode se descontrolar agora, porra! - empurra o próprio pai.
Carioca- desça - diz de forma fria e quieta derrepente.
Gustavo- acho melhor...
Carioca- DESÇA! - Gv sai do quarto relutante, querendo ficar e ao mesmo tempo obedecer a ordem dada.
Eu- Gustavo tem razão - digo quando a porta é fechada novamente - você não pode fazer isso que fez agora, não pode se descontrolar.
Carioca- por que está fazendo isso? Por que está o protegendo?! Não faz nenhum sentido - ele senta na beirada da cama apoiando os cotovelos no joelho.
Eu- acho que é o certo a se fazer agora - ele nega, ainda bravo enquanto eu continuo enexpressiva - você precisa confiar em mim.
Carioca- eu queria muito poder fazer isso, nega, de verdade. Mas não sei o que pensar de você agora.
Eu- olha pra mim - me ajoelho na sua frente e ele faz o que peço - precisa confiar em mim. Não faz nada com ele, por favor.
Ele encara meu olhar por longos segundos. Segundos intensos que fazem minha barreira cair, parece que mostrei tudo o que sinto agora, e levanto ela novamente.
Ele se levanta da cama e eu fico de pé.
Carioca- você sabe a merda que pode dar né? A última vez que esperamos, que perdoamos e tivemos dó... o Fernando morreu. Sabe que isso pode estar prestes a se repetir não sabe? - cada palavra faz meu coração bater mais forte, ou parar de bater. Já não sei mais.
Eu- sei - é a única coisa que digo.
Carioca- se não for ela, pode ser qualquer outro de nós, ou mais dessa vez.
Eu- sei disso também - ele suspira, derrotado.
Carioca- não consigo passar por cima de você. Não consigo sequer te ameaçar um pouquinho que seja. Mas, se eu ver Luiza com qualquer arranhão, esqueço de todo meu amor por você e faço o que quero fazer desde que o conheço - assinto - vou confiar em você, porque não consigo fazer outra coisa, mas também não consigo ficar perto de você agora.
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Os Herdeiros
Teen Fiction"Carioca- eu só.. não é só contigo. Vocês todos, não quero que cresçam rápido demais. Luiza- nessa vida é inevitável não crescermos rápido demais." Nossas crianças cresceram, alguns como futuros herdeiros. Todos na fase de superar dificulda...