Capítulo 40

28 2 2
                                    

● Sábado
>> Thiago
> 22:20

Aproveitei que hoje o dia começou chuvoso e pedi para meu pai os dias necessários para passar o final de semana sem trabalhar.

Ele deixou, já que provavelmente sabe que ainda não estou nada bem com isso da Luiza e do Vitor. Então me dá esses tempos que pesso.

Vim de moto no final da tarde, o que significa que cheguei molhado e com frio. Fui direto tomar um banho quente.

Agora estou fazendo panquecas para eu comer de janta, pura, do jeito que gosto como um belo lanchinho da noite.

A campainha toca e eu estranho isso. Termino a panqueca que estava fazendo já, a coloco no prato e desligo o fogão para depois voltar aqui e continuar de onde parei.

Abro a porta sem nem olhar no olho mágico antes, o que percebi que foi uma burrice.

Mas é apenas Luiza que está aqui na frente e nenhum problema... ou antes ela não era um problema.

Ela está totalmente encharcada, se abraçando e tremendo de frio. Vestida com manga curta vermelha, que pelo jeito que está colado em seu corpo é de tecido bem fininho. E shorts. Repito: shorts!

Luiza- oi... - diz, como se viesse, mas não soubesse o que me dizer.

Eu não respondo, só abro mais a porta e saio do caminho para que ela possa entrar, contendo minhas mãos que coçam para puxa-lá rapidamente para dentro e a xingar por estar aqui desse jeito.

Reprimo o eu cuidadoso e preocupado.

Ela entra de cabeça baixa e depois que fecho a porta ela me segue deixando rastros molhados pela casa.

Dentro do meu quarto, lhe entrego uma toalha para que se seque. Assim começa a fazer.

Eu- ainda não tirei suas roupas do lugar - me viro, querendo deixar ela sozinha no quarto para se trocar. Mas sinto sua mão segurando meu braço então me viro.

Luiza- não vai - pede. E as lágrimas molham o rosto que ela acabou de secar - por favor, não vai, por favor - e ela desaba.

Odeio vê-la assim. Meu coração se contorce dentro do peito e no meio disso, existe confusão "por que ela veio?", repulsa "não aguento olhar para ela", paixão "não consigo só ficar parado" e medo "isso vai partir meu coração".

Abraço ela e ela me abraça de volta.

Me agarra.

Luiza- desculpa. Desculpa desculpa desculpa.

Eu- shh, se acalma. Respira. Troca essa roupa, você está congelando agora, e depois a gente conversa sobre o que veio fazer aqui.

Ela se afasta um pouco de mim e segura meu rosto com delicadeza.

Luiza- eu vim falar sobre muitas coisas, mas a primeira que eu preciso saber é: você ainda me ama? Nem um pouquinho que seja?

Eu fico muito, muito tempo em silêncio, não acreditando no que está me perguntando.

Eu- claro que eu ainda te amo, acha que seria fácil assim eu me.... - ela me interrompe, me beijando.

Eu não correspondo imediatamente, mas não demora muito e faço.

Eu tava com muita saudade disso. Dela.

Luiza- eu nunca deixei de te amar - diz quando para de me beijar ao faltar fôlego - nunca. Fazer isso contigo foi a coisa mais difícil que tive de fazer, mas eu precisava porque... deixa eu explicar mais tarde, por favor, deixa eu aproveitar tu e matar a saudade...

Os HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora