Capítulo 33 - Vermelho vivo

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CAPÍTULO 33 – Vermelho vivo

       César ficou extremamente animado ao ver a netinha curada, sem qualquer vestígio de ferimentos. O médico devia ser bom, e o remédio usado, melhor ainda. Segurando sua "vidinha" no colo, ele dançava com animação sob o salão de refeições, enquanto João puxava os pés da prima, brincando com ela, em sua implicância.

       Ana Maria comia seu bolo sem nem piscar. Era tudo irritante e infantil demais para o seu gosto. E os demais adultos pareciam ainda mais indiferentes. Seu pai tinha um olhar cansado de quem não dormiu. E o tio Felipe parecia zangado e constrangido. O clima de desavença na mesa era tão presente quanto perceptível.

- Vocês brigaram? – ela perguntou, interessada.

     Victor e Felipe se encararam e negaram o questionamento.

- Parecem dois adultos destruídos. E o vovô é a terceira criança desse recinto.

- Então você não é mais criança... – Victor analisou, sem ânimo para persuadi-la.

- Apenas por fora, é por dentro que importa – Maria tomou chá, enquanto encarava os dois, em especial, seu tio.

     Felipe não conseguia desviar o olhar do grupo dançante, mas ao mesmo tempo, não parecia estar olhando para Rapunzel. E se não era ela o alvo de suas atenções, mesmo com a cura milagrosa... Só poderia ser seu avô. E ela não se limitaria a ficar apenas na curiosidade. Queria respostas para aplacar seu tédio massacrante.

- Majestade, como a Rapunzel se curou tão rápido?

- Ahn? – Felipe sequer ouviu a pergunta.

- A Rapunzel.

- O que tem ela?

- Está curada.

- É, excelente.

- Nossa – Maria piscou, estarrecida.

     Victor se intrometeu e respondeu à filha:

- Recebemos lágrimas de fênix. Parece que possuem um poder curativo.

- É notório que possuem. Como conseguiram essa cura?

- Nosso amigo... Recebemos de um amigo. – Victor foi sucinto. - E agora ela está bem. Não é maravilhoso? Há muito o que comemorar. Deveria brincar com eles. Vai lá!

- Não deveria, não... Mas obrigada pela sugestão, pai. Sei que teve boas intenções. Então, Majestade... Como estávamos falando...

- Ahn – resmungou Felipe.

- O vovô não parece ser a única pessoa absolutamente feliz por aqui?

O Conto dos Contos 3 - A disputa pelo final felizOnde histórias criam vida. Descubra agora