Capítulo 28 - Imprevisível

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Capítulo 28 - Imprevisível

       Felipe havia deixado o pai e o irmão servirem como autoridade para organizar Campos. Havia muito o que se fazer, principalmente a restauração de casas e albergues. A alegria do povo em meio a conquista não iria durar. Ainda teriam que garantir abrigo, alimento, recursos, e sem o comércio com reinos vizinhos, não seria nada fácil. Principalmente com Campos dominado pelas trevas, sob o comando de Edgar. As consequências do isolamento viriam.

       Com um problema de cada vez, o rei dos conversadores optou por passar preciosos minutos de sua manhã desenhando sobre as paredes do quarto da filha. E ela o acompanhava, tentando pintar dentro das linhas que o pai havia traçado.

- Essa cor pode? – Rapunzel mostrou o azul claro.

- Vai pintar as margaridas de azul?

- Vou.

- Não quer pintar de branco?

- Eu perguntei se podia.

- É que eu nunca vi margaridas azuis.

- Só porque nunca viu, não quer dizer que não exista.

- Que profunda essa minha filha. Isso é algo que sua mãe diria. Ela teria orgulho de você.

- Acho que não teria, não.

      Felipe se abaixou, até ficar na altura da filha.

- Quer pintar os girassóis de roxo?

- Eu posso?

- O quarto é seu.

- Então vai ser roxo.

- Vai manter as folhas verdes?

- Vou.

- Para dar um toque de realidade?

- Se eu quiser realidade, abro a janela. Não tem que ter realidade da minha parede. É só que na minha imaginação, as folhas não mudam de cor, só as flores.

      Rapunzel deixou as tintas e caminhou até a enorme janela, que antes tinha a mais bela vista do palácio. A visão não era mais tão bonita.

- Não parece o nosso lar. É estranho. É nossa casa, mas não é nosso lar.

- Mas vai voltar a ser. Você está desacostumada. Só isso.

- Tem um cheiro estranho aqui.

O Conto dos Contos 3 - A disputa pelo final felizOnde histórias criam vida. Descubra agora