Capítulo 22 - A vida é difícil

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OBS: Leitores, eu quero pedir perdão pela demora nas postagens. Tem sido muito difícil conciliar meu trabalho, meu estudo e os afazeres domésticos em geral, com a escrita. Eu estou esgotada. Acabo me sentindo muito frustrada por isso, e sei o quanto essa demora nas atualizações afeta a leitura de vocês. Eu agradeço de coração por continuarem acompanhando a história. OCDC tem sido um sonho muito difícil de realizar, mas do qual não abro mão. Eu li no pinterest uma frase que significou muito para mim: "as pessoas sempre dizem que é difícil ser artista, mas ninguém considera o quanto é difícil para o artista não ser artista". Esse pensamento é um resumo do que sinto. Esse momento me ajudou a escrever sobre o Vicente. Espero que gostem do capítulo. 

Um grande abraço, de coração.


Capítulo 22 -  A vida é difícil 



          Estela não tinha o hábito de roer as unhas, tampouco perdia a paciência com as pessoas. Todavia, não era tarde para iniciar novos hábitos, ainda que nada saudáveis, considerando o desespero que estava enfrentado.


          A rainha subiu e desceu as escadarias de seu palácio, aguardando pela abertura dos portões da entrada, contudo, a cada conselheiro que entrava, seu humor ficava pior. Não era Eli são e salvo, com um sorriso no rosto. Não era nem mesmo Eli com ar de tristeza. Simplesmente não era seu braço direito.


          Estela se sentou no último degrau da escada, em um gesto de pouca elegância aos olhos da nobreza. Mas ai de quem ousasse questioná-la, pois estava com a língua afiada feito uma faca. Não conseguia pensar em mais nada a não ser na hipótese de o plano ter dado errado e Eli ter sido capturado. Ela teria que mover montanhas para resgatá-lo, e salvar a menininha. E ainda lidaria com a frieza e a falsidade daquele palácio completamente sozinha. Eli era a única pessoa que restara para ela poder confiar.


          A rainha nem percebeu as lágrimas, pois seus olhos pararam de enxergar a porta e ela começou a imaginar a vida sem Eli e sem sua avó. Não tinha a Aurora ou a Cindia. Não tinha o Vicente. Não tinha ninguém, além de si mesma. Estava muito assustada, e cheia de pensamentos negativos. Estava certa de que foi precipitada, de que não deveria ter concordado com o plano de Eli, e que era sua culpa. Ela instintivamente fez um gesto típico seu, de cruzar os braços na frente, para oferecer um abraço a alguém distante, mas dessa vez, ela que precisava ser abraçada.


         Sem alarde, o portão se abriu, e não, não era Eli. Também, não era nem um fadem.


- Majestade, ele alega ser um emissário da corte dos Alternadores, e trouxe uma mensagem com o selo real.


          Estela se ergueu da ponta da escada e andou, gélida, até o rapaz, em vez de autorizar a passagem dele. Não estava nem raciocinando direito, e tinha pressa. Logo pegou o papel das mãos do rapaz e o indagou:


- Os reis receberam convidados hoje?


- Não sei dizer.


- Havia uma menina, um homem e uma mulher com eles?


- Não sei.


Estela suspirou, frustrada, mas era apenas um rapaz de no máximo dezoito anos, sem nem barba no rosto e aparência de assustado.

O Conto dos Contos 3 - A disputa pelo final felizOnde histórias criam vida. Descubra agora