Capítulo 18 - Rivais eternas

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Capítulo 18 – Rivais eternas

          Malévola permaneceu em pé no meio do aposento real, de braços cruzados, irritada pelo tom tranquilo de Caleb, que permanecia deitado sobre a cama, a encarando como se fosse uma criança mimada e birrenta, e ele, um pai disciplinador.

- Se eu estou me envergonhando por elevar meu tom de voz, você está fazendo muito pior ao ficar deitado como um imprestável, fingindo tranquilidade. Lá embaixo você estava desesperado só de imaginar a minha reação, e agora está com essa pose ridícula de despreocupado.

- Eu apenas queria manter nossas discussões entre nós, por uma infinidade de razões. Sinceramente, gritar na mesa durante o desjejum é me rebaixar da minha posição de rei.

- Você vai ver o que é ser rebaixado da posição de rei quando eu acabar contigo.

- Jura? Eu vi seu futuro, e sobre nenhuma circunstância você me tira do trono.

- Então te mato e enterro com o trono. É só uma cadeira adornada, mesmo. Compro outra, mando fazer, ou trago de um dos palácios que tomei. Lamento a perda de um móvel tão caro.

- Eu disse que ia te contar em troca do seu bom comportamento. Isso, cretina, é o oposto de bom comportamento...

- Sua cabeça ainda está sob seu pescoço e seus dentes ainda compõem seu sorriso maldito. Estou me comportando mais do que você merece.

        Caleb quis reprimir uma gargalhada, mas foi impossível. Ele considerava extremamente divertidas as ameaças da esposa.

- Que eloquente! – ele elogiou, se sentando sobre a cama e assentindo com a cabeça. – Sente-se aqui – ele espalmou a mão sobre a lateral do colchão.

- Levante-se você!

- Eu orquestrei o sequestro dos príncipes dos humanos.

- Não me diga! – Malévola fingiu surpresa, num exagero, ao abrir a boca com falso espanto. – Ninguém desconfiava, estou tão perplexa! É por isso que você apareceu com o menino e me trocou por ele diante do rei Victor? Você conseguiu me fazer ser capturada por Victor Mogliani! Há uma mancha na minha reputação. É como se uma aranha ficasse presa no casulo de uma borboleta. Uma aberração da natureza orquestrada por sua mente louca! Estou com vergonha até agora. Até agora! Eu, a rainha das trevas, nas mãos do mais inofensivo dos Mogliani, essa família que eu odeio com todas as minhas forças.

- Se a cada frase que eu disser, você for me interromper, então eu vou voltar a me deitar.

- Nem ouse, que te arremesso o lustre. Diga logo o porquê desse sequestro.

- Queria que a menina manifestasse o dom dela.

O Conto dos Contos 3 - A disputa pelo final felizOnde histórias criam vida. Descubra agora