Capítulo 4 – A grande culpa
Simbad avistou a terra firme, e foi igualmente avistado por seus conterrâneos. Havia um grupo de piratas, com diversos capitães reunidos. Não eram todos, o que mostrava que Simbad não representaria o seu grupo, mas apenas uma parcela dele.
Como era de se esperar, os olhos cravaram em Rubi Hood assim que eles atracaram e ela passou a descer pela tábua até a ponte do porto.
Simbad encarou cada rosto conhecido e resmungou ao reparar que seu pai não estava por lá. Ele acenou para Aliba, que veio rapidamente ao seu encontro, deixando marcas largas na areia.
- Aliba, onde foi que meu pai se meteu?
- Ele sumiu depois que me pediu para reunir os piratas. Disse que vai aparecer, se necessário.
- Mas ele disse que ele ia reunir os piratas e explicar as coisas!
- Quando o seu pai diz que vai fazer algo, significa que ele vai ter a ideia e mandar alguém fazer. O James está escondido com uma amiga vidente. Só sei que está nos vendo e vai interferir, se necessário.
- Que ótimo! E o que os piratas já sabem?
- Que você viria com a líder ninfa em pessoa dar um recado muito importante. Ela é bonita. Se eu fosse você começava a falar logo, que está todo mundo olhando.
Simbad assentiu, e seu humor estava péssimo. Era frustrante confiar na palavra de seu pai, que parecia não valer nem meio dobrão. Se ele não tivesse trazido Rubi Hood, estaria fadado ao fracasso.
- Estamos esperando mais alguém? - um dos capitães indagou, com pressa para ir embora.
- É, o que tem para dizer? Temos mais o que fazer!
- Essa aí é a Rubi Hood? Como saberemos que é ela?
Rubi Hood olhou feio para Simbad, irritada por a chamarem de "essa aí".
- Hey, você, que não sabe quem eu sou! Olha para baixo quando for falar comigo! Qual é o seu navio?
Ninguém respondeu.
- Eu perguntei qual é o seu navio! Se o tempo de vocês é precioso, que dirá o meu! Ou me dizem, ou vou afundar todos de uma só vez!
Os capitães encararam o pirata, que teve que apontar qual era o seu navio, ou seria linchado pelos outros.
Rubi nem se deu ao trabalho de olhar. Ela fez um gesto com a mão direita, como se empurrasse o navio de volta para a água, e depois, com um gesto para baixo, com a mão em forma de concha, naufragou o bendito, deixando pequenas bolhas na água. Muitos piratas gargalharam do capitão que havia perdido seu navio, impressionados com o poder e a frieza daquela mulher.
- O próximo que abrir essa poça nojenta que vocês chamam de boca vai descobrir do que eu sou capaz. Filho de sereia, é a sua vez de falar. Já fiz minha parte, quem tem que discursar com essa gentalha é você. Não é seu povo? Vocês que se entendam! Não vim aqui à toa.
Simbad engoliu em seco e se aproximou da ninfa. Nesse momento, era possível ouvir o barulho da respiração de cada pirata que se encontrava no local. Todos estavam de olhos arregalados. Ela percebeu que ele estava nervoso e cochichou:
- Se você teve coragem de falar comigo, mas está com medo deles, eu vou te dar na cara.
O pirata oprimiu um riso e assentiu, pigarreando e se preparando para discursar.
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O Conto dos Contos 3 - A disputa pelo final feliz
FantasiAssim que Aurora, a grande guardiã, fechou seus olhos, quem pareceu viver um sonho foi Malévola, a mais terrível dentre as terríveis. A rainha das trevas finalmente iniciou sua guerra, mas nem tudo sairá como o planejado. Ela terá que lidar com um v...