Capítulo 48

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Eu subi para pegar a minha loirinha assim que escutei seu choro

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Eu subi para pegar a minha loirinha assim que escutei seu choro. Eu havia passado boa parte da noite em claro com ela, que tinha pegado um resfriado, e estava realmente preocupada, pois doenças respiratórias é algo que parece estar em nossa genética.

— Pronto, amor! — Exclamei ao pegá-la no colo.

Seu narizinho estava vermelho e sua respiração, pesada. Além disso, só quando a peguei, foi que percebi a quentura de sua pele. Então apanhei o termômetro, que estava dentro de uma bolsa sobre a cômoda, pois, ainda no dia anterior, eu havia passado longas horas no hospital com ela; e coloquei debaixo do seu braço, beijando seu rosto logo em seguida, enquanto ela deitava em meu ombro, esmorecida.

— Lorena...

Fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi a voz de Raul. Virei-me e o vi à porta.

— A Gilda estava trazendo esse remédio para a...

Ele pausou e sorriu fraco, dizendo:

— Ela realmente se parece muito com você.

— O importante é que tem saúde — brinquei.

Raul riu baixo e eu também, pois era bom vê-lo feliz.

— Vem cá! — Chamei-o, pois ele ainda estava na porta do quarto. — Vem cá ver a minha loirinha, que, geralmente, põe essa casa de cabeça para baixo, mas que, nos últimos dias está um pouco amuada... Né, amor? — Beijei seu rostinho outra vez.

— Licença — Raul, sempre educado, murmurou e entrou no quarto, enquanto a minha cota de ilusão só triplicava.

Então, quando ele chegou perto de mim, Beatriz ergueu a cabeça levemente e o fitou. E bastou que Raul mexesse as sobrancelhas divertidamente para que ela deixasse o semblante amuado de lado por um instante e sorrisse.

É impossível descrever o tamanho da felicidade que eu senti naquele instante.

— Olha só! Parece que alguém gostou do Raul.

Beatriz me olhou, mas só por alguns segundos, pois logo voltou o olhar para Raul e esticou uma mão em sua direção.

— Ela vai puxar seu cabelo — alertei quando vi Raul mais próximo daquela mãozinha astuta.

— Eu não tenho muito cabelo para ela puxar — Raul disse de um jeito brincalhão e eu ri apenas porque... Na verdade, não há um porquê.

De fato, Raul estava com pouco cabelo se comparado a quando o conheci. Eu imaginava que a razão fosse alguns dos muitos remédios que administraram nele quando ainda estava em coma. Alguns ele ainda teria que tomar por mais algumas semanas. Mas o que são simples semanas diante de todo o tempo que já passou?

— Posso segurar ela? — A pergunta de Raul me trouxe à realidade.

— Claro que pode! — respondi sem hesitar.

O Malabarista - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora