Capítulo 37

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Eu fui da rodoviária para a clínica com a cabeça no que eu havia acabado de fazer

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Eu fui da rodoviária para a clínica com a cabeça no que eu havia acabado de fazer. Não foi um ato muito bem pensado, eu confesso. Tudo não passou de uma atitude um pouco desesperada. De repente, me bateu um certo medo de nunca mais ver Raul e, então, eu joguei o carro na frente dos bois e o beijei.

Parte de mim achou fofa a reação dele. Foi perceptível sua desorientação. Ele me encarou por alguns segundos e, depois, simplesmente embarcou no ônibus sem dizer nada. Porém, outra parte de mim se sente um pouco culpada. E se ele não tiver gostado desse meu... Avance? O Raul é alguém reservado. E se ele tivesse entendido mal a minha atitude?

Por isso, enfrentei um verdadeiro dilema durante toda a tarde. Eu queria mandar uma mensagem para ele, esclarecendo as coisas, mas, ao mesmo tempo, queria esperar por suas palavras. Então passei todo o meu dia de trabalho tendo um mini infarto a cada som de notificação que meu celular emitia. E quando eu ia conferir e via que não se tratava de Raul, meu mundo desabava de mil e uma maneiras diferentes.

A noite chegou, eu fui para casa e encontrei os meus filhos como sempre. Ainda nada de Raul. Olhei as horas e já eram quase oito. Mas, apesar da preocupação, eu ainda não me sentia pronta para ser a primeira a mandar a mensagem. Então aproveitei que Cecília viria e coloquei ela à par de tudo como sempre.

— E, até agora, nada! — Exclamei para ela olhando a tela do celular cheia de notificações pendentes, mas nenhuma era de Raul.

— Ah, amiga, ele apenas deve ter ficado com vergonha — Cecília ponderou.

— Eu fui burra. Pode falar!

Eu estava indignada comigo mesma.

— Agora, ele deve estar achando que eu sou doida. E o pior é que eu realmente sou doida!

Cecília riu baixo.

— Vai ver ele também tá esperando você mandar uma mensagem.

— E se tiver acontecido alguma coisa? Ele poderia ter mandado pelo menos uma mensagem, dizendo... Sei lá! Eu pedi para ele fazer isso, mas daí eu fui lá e beijei o coitado. Quero dizer... Eu mesma me avacalhei.

— Você está exagerando, Lori. É como eu disse, talvez, ele apenas tenha ficado com vergonha e está com o mesmo dilema que você. Por que não manda uma mensagem para ele esclarecendo as coisas? Assim, você fica mais tranquila.

Cecília era, de longe, a amiga mais sensata que eu tinha. Por isso, quando se tratava de receber conselhos, eu sempre corria até ela. Não poderia jamais sequer sonhar em pedir a opinião de Monique.

— Você acha? — Perguntei, hesitante.

— Claro que eu acho! Não vai adiantar nada você ficar aí se torturando dessa forma.

Minha amiga estava certa, por isso apanhei o celular depressa e, finalmente, mandei uma mensagem para Raul, mas a minha ansiedade e preocupação quadruplicou quando percebi que ele não recebeu a mensagem pelo WhatsApp.

O Malabarista - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora