La Danza

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Amélia e eu somos grandes amigos e parceiros de dança. Dançamos o ritmo da Bachata, que nasceu na República Dominicana, na década de 60. É uma mistura do bolero, tango e chá-chá-chá. Impossível ficar parado só de ouvir as músicas que o embalam. Nós nos conhecemos justamente em uma aula de Bachata e a química entre nós foi perfeita desde o começo. Tínhamos o costume de irmos na casa um do outro para treinar os passos. Não demorou e nos tornamos uma das melhores duplas da escola. Quando dançamos, agitamos a pista da sala e uma roda sempre se forma entre nós. Como a Bachata é ritmo muito sensual, desenvolvemos uma coreografia toda nossa, com movimentos e pegadas incríveis, tal como se estivéssemos nos envolvendo em preliminares para o sexo. Qualquer um diria que estamos nos envolvendo. Essa é a história que vou lhes contar.

Passamos dias e horas praticando essa coreografia para que ela ficasse perfeita. Cada passo, movimento de pés, mãos, pernas e quadris tem a intenção de seduzir e provocar quem assiste. Ele foi criado em um dia de domingo, quando Amélia veio até meu apartamento, que tem um pequeno estúdio de dança que construí para treinar. Nesse dia, ensaiamos muito e criamos a nossa maior e melhor coreografia, perfeita em cada movimento. Começamos com rostos colados um ao outro, minhas mãos a deslizarem por seu corpo e uma troca de olhares que nos impulsiona ao desejo. Ela se vira se costas e segura minha nuca, enquanto levo meu rosto ao seu pescoço, simulando que vou beijá-lo. Ao mesmo tempo, ela move seu quadril sensualmente, me fazendo sentir o roçar de seu corpo no meu. Eu ainda a inclino para trás, enquanto sua perna fica entre as minhas e giro seu corpo, com ela abraçada a mim. Entre giros, passos e trocas de pés e movimentos de braços e mãos, aquela coreografia foi nos guiando de uma forma excepcional ao que nós ansiávamos, mesmo sem querer.

Tudo se encerra com sua perna levantada, sendo segurada por mim e uma aproximação ousada entre nossos rostos, com o meu descendo lentamente ao seu colo. E foi nesse instante que algo mágico aconteceu. Nossos olhares se cruzaram intensamente, como se pudéssemos quebrar o silêncio daquele estúdio com essa troca. A tensão era nítida. Estávamos ofegantes pelo esforço, mas também por aquela tensão. Em um impulso intempestivo e irresistível, nossas bocas se envolveram com fervor e um beijo cuja a temperatura estava fora de controle.

Deixamos acontecer. Como se dançássemos, eu agarrei sua perna, enquanto ela tirou sua blusa e puxou meu rosto para seu pescoço, guiando-o depois para seu colo e seios. A saída de seda que ela estava usando me permitiu ter toda a liberdade de explorar seu corpo. Eu me senti quente, envolvido por uma atmosfera de paixão e querer. O perfume dela exalou-se pelo ar, mas não deixou de impregnar sua pele gostosa, que parecia incandescente pelo que estava acontecendo ali.

Tirando minha camisa, sua boca e sua língua passearam em meu torso, causando arrepios em cada camada da minha pele suada. Ela se virou de costas e voltou a segurar minha nuca. Ali mesmo, em pé, coloquei minha mão dentro de sua saia e procurei por sua vulva, já molhada, tocando-a. Amélia começou um outro tipo de coreografia comigo, pois mexia seus quadris em mim, rebolando deliciosamente, me deixando todo excitado. Estávamos realizando algo que jamais poderia ser mostrado em público, mas que queríamos aproveitar intensamente. Aqueles movimentos foram ousados, excitantes, provocantes.

À medida que nos guiávamos por cada canto do estúdio, provocando cada instinto um do outro, nos jogamos naquele carpete, onde a lingerie dela já não era mais obstáculo algum para meus lábios. Senti o sabor gostoso de sua umidade vir como vinho à minha boca, como se eu estivesse com uma sede incessante do seu vigoroso néctar. Ela alternou entre segurar fortemente as minhas mãos e meus cabelos. Se eu a queria provocar, estava realmente no caminho certo. Eu a puxei para cima de mim e ela se sentou em meu rosto, me dando toda a liberdade para continuar a provocá-la e beber até a última gota. Ela se apoiou em minhas pernas e inclinou seu corpo para que eu pudesse aproveitar cada segundo.

Contos de Paixão: A Segunda OndaOnde histórias criam vida. Descubra agora