Capítulo Vinte e Quatro

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Segunda-feira, 15 de novembro


O despertador de Beomgyu começou a tocar às seis em ponto. Era segunda e, de acordo com a escala semanal de trabalho, ele deveria estar no Daehyun Primall às oito em ponto. Como gostava de tomar banho e se aprontar com calma, acordava com tempo de sobra.

Sem abrir os olhos, ele se mexeu sobre o sofá. O móvel rangeu um pouco. O despertador continuou apitando. Ele ouviu alguém resmungar. Seus olhos se abriram. Pesados e ardendo, eles demoraram para decodificar o que enxergavam. Quando encarou o teto de sua quitinete, ainda ouvindo seu celular tocar, tentou se mexer. Seu pé bateu em algo. Ele ergueu o pescoço.

Taehyun estava dormindo na outra ponta do sofá, com seus pés ao lado do rosto de Beomgyu.

— Taehyun! — Beomgyu sussurrou, balançando os pés do amigo. Ele não se moveu, mas resmungou.

O jovem estudante apertou os olhos com ambas as mãos, esfregando o rosto em seguida. Ao abri-los novamente, encarou sua cama sobre o mezanino. Bahiyyih e Lea dormiam abraçadas. E alguém roncava. Alto. Mas não parecia ser nenhuma delas.

Curvando as costas, Beomgyu se sentou sobre o sofá, esticando o braço até que sua mão esquerda alcançasse seu celular na mesa de centro da sala. No visor, algumas mensagens do grupo do Discord surgiram.

Outro ronco.

Beomgyu olhou em redor.

Huening Kai dormia no chão ao lado das portas da varanda. Um dos braços do amigo estava dobrado contra o queixo, enquanto o outro estava estendido contra o vidro da porta. Da sua boca escorria um fio fino de saliva e, pela posição em que dormia, Beomgyu sabia que ele acordaria com torcicolo.

Mesmo contra a sua vontade, o aspirante a engenheiro teve de se levantar, empurrando as pernas de Taehyun, que abriu um dos olhos, gemendo, depois olhou para Beomgyu por alguns segundos, murmurou algo incompreensível e, ajeitando-se sobre o sofá, voltou a dormir.

Nenhum dos quatro amigos acordou conforme Beomgyu tomou banho, preparou seu café da manhã e deu comida para Toto. No entanto, antes de sair, Beomgyu voltou a incomodar Taehyun, seu amigo mais responsável.

— Taehyun! Taehyun! — sussurrou no ouvido dele, sacudindo seu ombro.

— Já vou! Já vou checar as planilhas! — Taehyun estapeou uma das mãos de Beomgyu.

— Que planilhas o quê! — Beomgyu estalou a língua no céu da boca. — Acorda logo, cara.

Taehyun se virou, abrindo um dos olhos.

— Beomgyu?

— Eu vou trabalhar agora — Beomgyu disse.

— Tudo bem — abanou uma mão no ar, voltando a se aconchegar no sofá.

Suspirando, Beomgyu torceu os lábios antes de sair do apartamento para mais um dia de trabalho.


xxx


A quilômetros de distância do apartamento de Choi Beomgyu, Choi Yeonjun despertava, exatamente às seis em ponto. O brilho dos raios solares, que prometiam um dia bastante ensolarado, já penetravam as janelas da sala da comissão de graduação da Engenharia de Computação.

Três. Esse era o exato número de dias que o barista havia passado na sala da comissão de graduação da Engenharia de Computação, dormindo no antigo sofá de dois lugares do professor Kang, com um cobertor que trouxera de casa. Sua mochila servia de travesseiro, estofada com as poucas mudas de roupa que tinha guardado antes de sair de casa.

Anonimato • BeomjunOnde histórias criam vida. Descubra agora